Os comandados de Carlos Martingo voltaram a chegar ao segundo lugar do Campeonato da Europa de Andebol de Sub20, ao perderem a final frente ao conjunto espanhol, este domingo, em Celje, onde Ricardo Brandão fez parte da All Star Team.
A história repetiu-se, desta vez na Eslovénia, com Portugal a chegar à final do M20 EHF Euro 2024 – como em 2022 – e a enfrentar Espanha, contra a qual voltou a averbar uma derrota ficando assim com a medalha de prata na competição.
No caminho até à grande final, a equipa nacional somou três triunfos na fase de Grupos – Grécia, Sérvia e Alemanha -, consentiram um empate na estreia do Main Round frente à Islândia e venceram a Espanha e a Áustria no caminho até à meia-final. Na luta por um lugar na grande final, houve nova vitória diante dos germânicos, sendo a única equipa que não sofreu qualquer derrota até à final.
A formação lusa apresentou-se, de novo, na Arena Zlatorog, com um set preenchido com Diogo Rêma Marques, Nuno Oliveira, Miguel Oliveira, Filipe Monteiro, Tomás Teixeira, José Ferreira e Ricardo Brandão.
O último encontro do Campeonato da Europa começou com a formação espanhola a ter bola e, após um ataque desperdiçado para cada lado, resultou em golo do adversário, mas Miguel Oliveira respondeu na mesma moeda. O parcial foi de 3-1, levado a cabo pela formação espanhola, após duas falhas no ataque luso. Tomás Teixeira conseguiu empatar o encontro à passagem dos cinco minutos (3-3). Seguiram-se empates sucessivos e, ainda, falhas consecutivas com as equipas a estarem bastante similares em todas as fases do jogo, Ferrán Castillo deu o mote para o lado espanhol, mas o número 7 de Portugal – Tomás Teixeira – respondeu de igual forma.
À passagem dos 16 minutos, a vantagem de três golos (7-10) surgiu para o lado espanhol e forçou Carlos Martingo a pedir o seu primeiro time-out. Na retoma, o Capitão Miguel Oliveira reduziu, mas o lado espanhol conseguiu subir para cinco golos de diferença (9-14) sem que a defesa portuguesa conseguisse contrariar, a menos de 10 minutos para o intervalo.
Gabriel Conceição baixou a diferença para três golos (12-15) na marcação de um livre de 7 metros e, com oportunidade para reduzir, Portugal acabou por voltar a sofrer e viu Espanha a alcançar os seis golos à maior (12-18). Uma dupla exclusão para Portugal levou a que a Espanha saísse para o descanso com a maior diferença registada até então, de sete golos (13-20).
Na entrada para a segunda metade, José Ferreira abriu as contas, mas um golo e uma defesa para Espanha voltaram a colocar Portugal em dificuldades, ao subir a diferença para oito golos. Miguel Oliveira com um bis conseguiu reduzir para 17-23 e, com nova oportunidade de redução, o número 19 de Portugal – José Ferreira – acabou por falhar.
Envergou a braçadeira de Capitão em todas as fases de jogo, na defesa, no ataque… o maior protagonista era Miguel Oliveira. Os Lusos conseguiram reduzir para cinco (20-25) mas, poucos minutos mais tarde, a Espanha voltava a estar por sete e Carlos Martingo levou o cartão verde à mesa.
Quem voltou a sair melhor foi a formação espanhola que voltou a crescer para 9 golos (21-30) e, apesar do esforço português, que levou o jogo a cinco (25-30), com a assinatura de Miguel Oliveira, o resultado parecia cada vez mais difícil de contornar. O técnico espanhol, Javier Lopez, parou o encontro quando faltavam pouco menos de 10 minutos por jogar.
Portugal ainda conseguiu reduzir para três golos (31-34) , pela mão de José Ferreira, mas o esforço foi insuficiente para virar o marcador com tão pouco tempo até ao final (31-35).
MVP & Top Scorer: Miguel Oliveira – 11 golos (73% de eficácia) e 5 assistências
All Star Team
Ricardo Brandão foi considerado o melhor pivô desta edição do Campeonato da Europa, dois anos depois de Martim Costa e Francisco Costa terem arrecadado a distinção de melhores laterais da competição, que aconteceu em solo português. O atleta desta geração jovem marcou mais de 40 golos na segunda participação – e medalha de prata – num Europeu sub-20.
Três pratas para as gerações sub-20
Esta noite, em Celje, Eslovénia, Portugal voltou a igualar o melhor registo de sempre, com a terceira medalha de prata da história. António Machado, Diogo Rêma Marques, Miguel Oliveira e Ricardo Brandão, assim como Carlos Martingo e Ricardo Candeias, repetem o feito de há dois anos.
“[A medalha de prata] sem dúvida que é grande motivo de orgulho. É evidente que não era a medalha que, depois do percurso que fizemos, queríamos e que achamos que merecíamos. De qualquer maneira, hoje a Espanha foi melhor do que nós. Portanto, só temos que dar os parabéns à Espanha e também dar os parabéns aos nossos jogadores, estamos muito contentes e orgulhosos do trabalho que eles fizeram neste campeonato.”
Quando se fala em objetivos, o selecionador não escondeu a satisfação por ver cada vez mais – e mais cedo – atletas jovens a integrarem e a ajudarem a Seleção Nacional A a estar no maior patamar do andebol mundial:
“Sabemos que o principal objetivo das seleções de formação é poderem fornecer jogadores para a equipa principal, prepará-los para estarem aptos a competir e habituados a competir contra as melhores equipas do mundo, e ganhar – que é o que tem acontecido. Alguns atletas jovens já o conseguiram e tenho a certeza que alguns destes atletas terão a oportunidade, a curto/médio prazo, de poder integrar a Seleção A. (…) Penso que seguimos o nosso caminho e que iremos continuar a seguir. Estamos plenamente conscientes e confiantes no processo que estamos a realizar, que irá continuar a trazer frutos para a equipa sénior”