Portugal voltou a entrar em campo, na Arena Zlatorog, em Celje (Eslovénia), para o último embate do Main Round que valia um bilhete dourado para as meias-finais, que os lusos conquistaram com distinção.
Foi com nomes de peso nas bancadas como Julen Aguinagalde, lenda do andebol espanhol e Constantin Möstl, internacional austríaco que apoiava o seu irmão – Clemens Möstl – que Portugal carimbou o passaporte para a próxima fase da competição que começa esta sexta-feira.
Com um sete inicial formado por Diogo Rêma Marques, Nuno Oliveira, Miguel Oliveira, Filipe Monteiro, Tomás Teixeira, José Ferreira e António Machado, Portugal viu a Áustria começar com bola, numa ação infrutífera que terminou nas mãos de Diogo Rêma Marques. Seguiu-se um parcial de cinco golos sem resposta, com muita assertividade no setor defensivo português, o que levou o técnico austríaco a um pedido de time-out bem cedo na partida (6 minutos). O primeiro golo do oponente acabou por se concretizar e na sequência assistiram-se a alguns minutos sem que Portugal conseguisse beijar as redes adversárias.
Diogo Rêma Marques assumiu o protagonismo ao defender uma bola da marca de castigo máximo e, no lado contrário, António Machado rematou à trave. Foram precisos oito minutos para que o marcador mudasse para o lado português, com Gabriel Conceição a desbloquear o ataque luso, chamado a converter um livre de 7 metros, levando o resultado a 3-6. Stefan Wuzella conseguiu aproximar o resultado para a margem mínima (5-6) mas a entrada de Ricardo Brandão trouxe frescura ao ataque português que voltou a escalar para cinco golos à maior, com a assinatura de Miguel Oliveira (5-10).
A Áustria continuou sem se render e, pouco depois dos 20 minutos, voltou a encostar a dois golos, por Nicolas Paulsnsteiner mas Tomás Teixeira com dois golos de uma assentada voltou a levar o marcador para quatro, fixando-o em 8-12. Foi a ouvir-se “Portugal” das bancadas que os comandados de Carlos Martingo passaram para quatro golos à maior, através de Afonso Mendes que se viu excluído na reta final do encontro, dando oportunidade de redução ao conjunto austríaco, chegando o intervalo com a formação lusa a vencer por 15-12.
Mesmo em dupla inferioridade, Portugal entrou a marcar por Miguel Oliveira, mas a resposta da Áustria não tardou a acontecer, ao que se seguiram largos minutos sem golos, pelo que o técnico austríaco voltou a parar a partida. Na retoma, Filipe Monteiro foi desqualificado na sequência de uma ação defensiva e a Áustria conseguiu reduzir para três golos (15-18).
Após uma sequência de defesas de Diogo Rêma Marques, Carlos Martingo colocou um time-out na mesa e Ricardo Brandão converteu o ataque em golo. Portugal subiu a parada para 16-20 e Gabriel Conceição manteve a toada. O treinador austríaco fez uso da sua última paragem no encontro quando o marcador se encontrava por seis na esperança de dar a volta ao encontro com pouco mais de 10 minutos para jogar.
Na reentrada, a Áustria reduziu para quatro, mas Portugal mostrou-se determinado em conquistar um lugar na próxima fase, e iniciou um percurso bastante destacado na reta final com a ajuda dos primos Miguel e Nuno Oliveira, os dois melhores marcadores para o lado português, que contribuíram para que Portugal alcançasse as meias-finais, repetindo a história de 2022, cobrando-se com um 31-23 de alto gabarito.
MVP: Tomás Teixeira – 3 golos e 9 assistências
Top Scorers: Miguel Oliveira & Nuno Oliveira – 6 golos cada
Carlos Martingo, treinador que comanda os destinos desta formação, mostrou-se muito satisfeito com a prestação de Portugal neste jogo: “Acho que desde o primeiro minuto estivemos por cima no jogo, sabíamos que a defesa da Áustria ia permitir bastantes finalizações dos extremos devido ao sistema que apresentam e julgo que ao intervalo já podíamos ter ido com uma vantagem mais dilatada mas por mérito do guarda-redes adversário [que é excelente] não conseguimos ter a eficácia que desejávamos aos seis metros. De qualquer forma, saímos a vencer para o descanso, fruto de um excelente trabalho defensivo de toda a equipa, também apoiado no nosso Guarda-Redes que esteve a alto nível. Na segunda metade, voltámos a entrar melhor, conseguimo-nos distanciar novamente, ainda voltámos a permitir a aproximação, mas o desfecho do jogo nunca esteve em causa, alicerçado na nossa defesa. Penso que esta geração teve hoje mais uma demonstração de qualidade, estamos todos muito orgulhosos do que fizemos até agora, mas vamos continuar com este espírito de conquista e de luta que tivemos até agora com ambição de conquistar mais.”
O M20 EHF Euro 2024 sofreu alterações no modelo competitivo pelo que apenas oito equipas transitaram para o Main Round, onde foram divididas em dois grupos de quatro, ao que se seguiram as meias-finais para os dois primeiros classificados de cada grupo e, posteriormente, a final. As equipas eliminadas nesta fase irão disputar os Placement Matches.
A meia-final joga-se esta sexta-feira, a partir das 19h30 horas, num Portugal-Alemanha para … ganhar!