Sexta-feira 18 de Outubro de 2024

Benfica (masculino) e Sporting (feminino) sagraram-se campeões nacionais de atletismo em Viseu

Sport Lisboa e Benfica (masculino) e Sporting Clube de Portugal (feminino), conquistaram os títulos nacionais de clubes, em competições que decorreram no Estádio do Fontelo, em Viseu, com destaque para a queda de dois recordes nacionais nas estafetas de 4×400 metros.

Perante a presença do ilustre viseense Carlos Lopes, que conquistou a primeira medalha de ouro olímpica em 1984, feito que completará 40 anos no dia 12 de agosto, a equipa masculina do Sport Lisboa e Benfica produziu a reviravolta de estar a perder por um ponto no final do primeiro dia da final, para triunfar com um ponto de vantagem sobre os eternos rivais do Sporting Clube de Portugal.

Atl-NacionaisClubes-Benfica-14-07-2024O desfecho da classificação fica marcado por várias surpresas, como o terceiro lugar de Tiago Luís Pereira no salto em altura ou a derrota de Etson Barros nos obstáculos. O suficiente para levar o Benfica a triunfar com 157 pontos, mais um que o Sporting.

A equipa do Benfica conseguiu seis triunfos individuais, por Thomas Marques (800 metros, 1.47,49), Isaac Nader (3000 m, 8.25,75), Roger Iribarne (110 m barreiras, 13,43 s, numa prova em que o sportinguista Abdel Larrinaga bateu o seu recorde pessoal, com 13,53 s), Mikael Jesus (400 m barreiras, 50,13 s), Gerson Baldé (altura, 2,15 m), Emanuel Sousa (disco, 61,28 m).

Nas provas que não venceu, o Benfica foi segundo classificado e isso foi importante para chegar ao seu 36º título, o 14º consecutivo.

O Sporting tentou manter a liderança do primeiro, dia, com o camaronês Emmanuel Eseme a vencer os 200 metros (20,54 s), Tiago Luís Pereira a vencer o triplo (16,31 m) e, sobretudo, a grande vitória do jovem Leandro Monteiro nos 3.000 metros obstáculos (8.47,89), e de Ruben Antunes no martelo (73,90 metros), um recorde pessoal que o faz subir ao quarto lugar dos melhores portugueses de sempre, ultrapassando mesmo Décio Andrade, que hoje ficou na segunda posição.

Pelo seu significado, destaque para o espetacular triunfo do Sporting na estafeta de 4×400 metros, com o quarteto composto por Delvis Santos, João Coelho, Mauro Pereira e Omar Elkhatib a acabarem com 3.06,17, um novo recorde nacional de clubes, que melhor em um escasso centésimo o anterior máximo (3.06,18), que pertencia ao Benfica desde agosto de 1989, prestes a completar 35 anos!

Para a terceira posição no pódio foi necessário recorrer às melhores prestações individuais, já que Jardim da Serra (Madeira) e Juventude Vidigalense (Leiria) terminaram com a mesma pontuação (80 pontos), com a formação madeirense a ser mais eficaz.

Mantêm-se na primeira divisão as equipas do Maia AC, quintos com 76 pontos, mais um ponto que o Estreito (sexto classificado) e o Sporting de Braga, que por ser sétimo, acaba despromovido à segunda divisão como o Água de Pena, oitavo com 56 pontos.

Atl-NacionaisClubes-Sporting-14-07-2024Em femininos, o Sporting conquistou o 53º título, também o 14º consecutivo e fê-lo de forma categórica, com oito triunfos individuais conseguidos nos 200 metros, pela “eterna” Lorene Bazolo (23,25 s), nos 800 metros, por Patrícia Silva (2.08,16), nos 3000 metros, com a etíope Hawi Abera (9.22,84), atleta de 18 anos de idade, que se impôs a Mariana Machado, nos 100 metros barreiras, com Olímpia Barbosa (13,48 s), no triplo-salto, por Jéssica Barreira (12,90 m, a 5 centímetros do recorde pessoal), no peso, por Jessica Inchude (18,62 m), no lançamento do dardo, com Cláudia Ferreira (50,98), e, finalmente, nos 4×400 metros, prova em que as “leoas” Carina Vanessa, Juliana Guerreiro, Sofia Lavreshina e Cátia Azevedo correram em 3.33.38, novo recorde nacional de clubes, superando o anterior máximo (3.35,55) que já pertencia às leoas desde 2021.

Para o Benfica, que teve um melhor segundo dia, há a registar os triunfos individuais no salto com vara, por Joana Barreto (3,90 m, um recorde pessoal), e nos 400 metros barreiras, por Fatoumata Diallo (55,95 s). Ainda assim, as benfiquistas ficaram a 37 pontos do Sporting.

Para a terceira posição do pódio “saltou” o Estreito. A equipa da Madeira conseguiu somar 100 pontos. Fora do pódio, mas garantindo a presença na primeira divisão no próximo ano, ficaram as equipas do Juventude Vidigalense (91 pontos), Sporting de Braga (81,5) e Jardim da Serra (77,5).

Ao ficarem nas duas últimas posições da classificação coletiva, as equipas da Madeira, Água de Pena (66 pontos) e do Marítimo (51 pontos), foram despromovidas à segunda divisão.

Resultados completos no portal da FPA Competições.

Atlético da Póvoa de Varzim e GRECAS venceram na II Divisão

Atlético Clube da Póvoa de Varzim e Grecas, de Aveiro, sagraram-se campeões nacionais da segunda divisão.

A equipa poveira, em masculinos, reconquistou o título perdido no ano passado para o Casa do Benfica de Faro. Numa competição muito equilibrada e emotiva, as provas deste domingo trouxeram mais competitividade e o Póvoa de Varzim garantiu a liderança e praticamente o título nacional antes da estafeta de 4×400 metros.

Com nove presenças no pódio (em 11 provas), os poveiros garantiram triunfos nos 200 metros, por Carlos Carvalho (21,72 s), nos 110 metros barreiras, por Ussumani Djumo (14.58), no salto em altura, por Gonçalo Veloso (2,03 m), no triplo-salto, por Pedro Pinheiro (15,63 m) e, para não haver dúvidas, na estafeta 4×400 metros (3.24,02). No final o total de 126 pontos, nove acima do segundo classificado.

Antes desta prova, as equipas do CA Seia, do Campismo de S. João da Madeira e do Marinha Grande estavam separados por dois pontos. Tudo dependia da estafeta e nesta, o CA Seia estava muito atrasado no último percurso, mas Guilherme Faias fez uma grande corrida e conseguiu chegar em segundo lugar, garantindo assim uma boa pontuação que trouxe os beirões para o segundo lugar, garantindo assim a participação na primeira divisão, o que o Póvoa de Varzim já lograra.

O CA Seia, que somou 117 pontos, apenas venceu a prova dos 3000 metros obstáculos por João Pais (9.11,09), ao contrário do Campismo, terceiro classificado, com 115 pontos, que venceu as provas de 800 metros, por António Moura (1.54,43), e os lançamentos do disco, por Filipe Vital e Silva (53,16 m), e do martelo, por Pedro Capela (59.81 m). O Campismo sobe ao pódio, mas mantém-se na segunda divisão, tal como o Marinha Grande, quarto classificado com 113 pontos, que venceu os 400 metros barreiras, por Miguel Marques (55,54 m).

Longe dos 100 pontos, mas conseguindo a manutenção na segunda divisão, ficaram ainda as equipas do Sobral de Ceira (88 pontos), que venceu os 3000 metros, por Rogério Amaral (8.53,34), e o Grecas, que somou 73 pontos.

As duas equipas que fecharam a classificação, por isso são despromovidas à terceira divisão, são o Eirense, com 66 pontos, e o Clube Pedro Pessoa, com 57 pontos.

A prova feminina também conheceu decisões nas duas provas finais, com o lançamento do dardo e a estafeta de 4×400 metros, mas apenas no que diz respeito a dois lugares do pódio, já que o título nacional há muito estava decidido a favor do Grecas, que liderava a competição, com larga vantagem, que no final se traduziu num total de 117 pontos. Neste domingo, o Grecas só venceu a prova de 400 m barreiras, por Vera Lima (63,84 m), mas ajudado por mais quatro classificações nos três primeiros lugares.

Estava assim garantida a subida à primeira divisão de 2025, faltava saber quem também chegava lá. E a luta pelo segundo lugar foi acesa e até envolveu alguns protestos. Após essas decisões, a classificação ditou o apuramento do Atlético da Póvoa de Varzim, que somou 105 pontos, mais meio ponto que a formação do Maia AC.

O Póvoa de Varzim, venceu três provas, os 200 metros, por Gorete Semedo (23,66 s), vara, por Cátia Pereira (3,95 m) e triplo-salto, por Mariana Novo (12,33 m); enquanto o Maia registou quatro triunfos, nos 800 metros, por Maria Avelino (2.12,26), nos 100 metros barreiras, por Melissa Sereno (13,75 s), no dardo, por Marlene Araújo (44.82 m) e na estafeta de 4×400 metros (3:58.24).

Fora do pódio, a 1,5 pontos, ficou a equipa da JOMA (103 pontos), que assim se mantém na segunda divisão. No quinto lugar, ficou o Eirense (98,5), que registou um triunfo no lançamento do peso, por Inês Carreira (11,53 m) e na sexta posição ficou a Fundação Salesianos (76 pontos), que até foi desclassificada na estafeta de 4×400 metros.

No fim da classificação ficaram as equipas do Oliveira do Douro, com 74 pontos (que até teve um triunfo hoje, nos 3000 metros, por Maria João Pimentel, com 10:03.70), e do Arneirense (73 pontos). Estas duas formações são despromovidas à terceira divisão.

Senhora do Desterro e Pedro Pessoa campeões na III Divisão

Emocionante a final da terceira divisão em masculinos, com duas equipas, Senhora do Desterro e Ilha Azul, separadas por quatro pontos antes da estafeta de 4×400 metros, prova em que tudo se iria decidir.

Na estafeta, a formação açoriana terminou em quarto lugar e somou mais cinco pontos, enquanto a equipa beirã não evitou o último lugar. No final, a formação do ACR Senhora do Desterro somou 109 pontos, com o Ilha Azul a fechar com a mesma pontuação. Assim, para apuramento do campeão houve que somar os triunfos individuais, mas aqui também as formações ficaram empatadas: o Ilha Azul venceu os 100, 200 e 5000 metros, o triplo e o dardo, enquanto o Senhora do Desterro venceu os 400, os 400 metros barreiras, os 5000 metros marcha, o comprimento e o martelo. Houve que verificar as segundas posições, com o Senhora do Desterro a ter mais que o Ilha Azul.

Estas duas equipas garantiram o acesso à final da II Divisão na próxima época.

No terceiro lugar do pódio, mas sem impedir que tenha de participar numa fase de apuramento em 2025, ficou o histórico Belenenses, com 102 pontos, mais dois pontos que o Juventude Ilha Verde (100). Logo atrás deles, Mazarefes (98) e Areias de S. João (97), enquanto as outras duas equipas ficaram bem longe: Cucujães (67) e Gira Sol (65).

Em femininos, grandiosa proeza da jovem equipa (11 anos desde a sua fundação) do Clube Pedro Pessoa – Escola de Atletismo. A equipa da margem sul do Tejo, muito equilibrada, com várias presenças entre os três primeiros lugares, entre as quais os triunfos no salto em altura, e nas provas de 3000 metros, planos, obstáculos e marcha! No total, 124 pontos, que garantiram um triunfo com uma margem bem confortável, de 17,5 pontos, sobre a formação algarvia do Bela Vista, que conseguiu triunfar em 400, 800 e 5000 metros, triplo e peso.

Ambas as formações garantiram assim a presença na final da II Divisão da próxima época (2025).

No terceiro lugar do pódio, mas a ter de disputar o apuramento da terceira divisão na próxima época, ficou a formação do Juventude Ilha Verde, com 95 pontos, mais dois pontos apenas que o Mazarefes. Depois classificaram-se as equipas do Areias S. João (88,5), Marinha Grande (82,5), EA Trofa (80,5) e o CA Porto (79).

Fotos FPA / Luís Barreto e Marcelino Almeida

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