Sexta-feira 22 de Novembro de 2024

Como diversificar e aprimorar a equipa nacional para o Portugal-França?

FPF-EuropeuFrança-04-07-2024

FPF / Diogo Pinto

Como vai sendo cada vez mais habitual, os “treinadores de bancada” vão dissertando sobre os esquemas que a seleção portuguesa poderá utilizar para tentar dar a volta ao jogo, metendo mais golos que os adversários.

Por norma, o 4x3x3 pode ser o mais perfeito, porque mais global; como o 4x4x2, como o 5x3x2, como outro qualquer – ou até utilizar o hexágono ou, ainda, o quadrado ou em cunha, utilizado no hóquei em patins – recordando ainda o de carrocel, em que todos rodam e progridem dessa forma para chegar à baliza adversária.

A juntar, é natural que os “estrategas” recorram ainda a ajudas complementares como, por exemplo, a saúde mental, a saúde física, o estado de “cansado”, se pensa em problemas de ordem familiar, e por aí fora, situações que podem acontecer quando os artistas (jogadores) estão muito tempo fora do ambiente familiar e de amigos.

Depois do que se viu no Portugal-Eslovénia, onde a formação lusa encontrou muitos problemas para conseguir montar uma estratégia vitoriosa no tempo regulamentar – com a agravante de ter tido uma oportunidade única para marcar quando da grande penalidade defendida pelo guardião esloveno – há que “arrepiar” caminho e definir quem faz o quê e como!

Saber criar espaços que que abram (pelo centro ou pelas alas, ou mais por estas) o caminho para a baliza contrária é o objetivo. Só os jogadores é que terão de definir a forma como o fazer. São os únicos que estão dentro das quatro linhas. Por vezes, não é preciso jogar depressa. Uma jogada pensada leva mais tempo, mas os resultados poderão ser mais positivos.

Saber estar e saber ser! Ter visão e audição ativa é uma das armas para as “escapadelas” indispensáveis. A articulação dos jogadores dentro dos setores e quando avançam para outros deve ser feita com cálculos de ação/reação rápida, para ganhar vantagens nas progressões, sem esquecer que também é preciso recuar. Mas não muito.

Jogar no meio-campo adversário é outro fator de primordial importância, com domínio da posse de bola e olhos postos em todas as direções para se chegar a uma execução efetiva.

É pensar um pouco. É reter a bola, mas sem perder tempo! A bola é para girar.

Mais logo (20 h) se verá quem melhor articulará a atuação da respetiva equipa para poder ser superior à outra. Em pé de igualdade! E que a sorte volte a sorrir a Portugal.

Para o efeito, Roberto Martinez, selecionador nacional foi preparando o terreno ao dizer que “sofrer faz parte da vida, do futebol … o importante é o fim feliz”, acrescentando que “se podemos prometer o mesmo, vamos dar tudo, jogadores focados em jogar este grande momento do futebol português. Mas o futebol é um desporto de equipa. Não é um jogo entre dois jogadores. São incríveis. Têm uma influência no desporto mundial. Vai continuar. O Cristiano tem no Mbappé, o Mbappé teve noutros. Hoje é um jogo que a equipa precisa de ter um bom nível para ganhar.

“Acho que os 23 estão preparados. Olho para os jogadores e pode haver dúvidas se estão preparados… Todos tiveram minutos. Estão a trabalhar muito bem. Não é uma questão de qualidade, mas psicológica. E todos estão preparados”.

Questionado sobre se haverá muitas mudanças, Martinez respondeu que “não posso revelar. Ainda não falei com os jogadores, mas estamos recuperados. O período de jogo durante a Eslovénia não terá importância amanhã. Tivemos 4 jogos com os 23 jogadores. A França jogou 18 jogadores de campo. Estão todos aptos e preparados”.

Referiu também que “há dois pontos a reter neste Euro. O primeiro é que os jogos são muito competitivos, os adversários trabalham muito bem. Não concordo que não arriscamos. Somos a que mais arrisca, chegadas, remates… O golo é diferente, mas quem chega no último terço… Isso são as estatísticas, não a minha opinião. Mas queremos melhorar. Com a Turquia foi muito bom. É uma equipa que está nos ‘quartos’. Há uma mistura. Há coisas bem feitas, para manter, e outras que precisamos de melhorar. Mas não concordo que não arrisque, que não tenha personalidade no último terço. Tivemos 36 cantos. Há muitos dados que mostram o risco e a chegada, que queremos utilizar o talento para ganhar jogos. Mas precisamos de marcar mais, claro.”

Reagiu a outros pormenores, referindo que “acho que críticas fazem parte do meu trabalho. Tenho informação, critério, o que preparámos. Há muitos dados que precisamos para tomar decisões. Mas faz parte. Agora num ano e meio, as críticas mostram uma paixão que há pela seleção. E aceito isso. Acredito que temos jogadores muito importantes, mas a competitividade no balneário, eu vejo-a. As críticas fazem parte. Tivemos um apuramento com 10 vitórias e tive críticas. O foco para mim não é ouvir os comentários, mas é fazer com que o desempenho hoje seja o melhor possível. É isso que posso prometer aos adeptos”.

Finalizou salientando que “não gosto de comparar gerações [2016 vs 2024] porque é muito subjetivo. Um momento incrível como selecionador, todos falamos do que significa jogar pela seleção. Isso mostra a preparação do Eder, para estar preparado no momento. E a oportunidade de criar memórias. O Euro é um jogo que não gosto de comparar. Esta geração tem o seu caminho. Espero que esta geração possa motivar as do futuro.”

FPF-EuropeuFrança--04-07-2024

FPF

Por seu lado, Bernardo Silva, referiu que “não sei se de fora parece mais fácil, mas jogar uma competição como esta, contra equipas organizadas e que defendem baixo, que se metem todas atrás da linha da bola, não é fácil criar ocasiões de golo que queremos. Sabendo que há muito a melhorar, volto a dizer que a seleção não está num mau lugar. Não me queixo porque recebemos muito dinheiro. A nossa profissão tem muito consumo das pessoas. Estamos num ótimo lugar para lutar pelo Euro. Vou dar sempre o meu melhor. Quando o treinador achar que não é suficiente, lá estarei”.

Recordou ainda os últimos minutos do jogo frente à Eslovénia, dizendo que “foi um grande alívio e felicidade [no final do jogo com Eslovénia] Não é fácil ir aos penáltis. Já vi pessoas criticarem o que o nosso treinador disse, mas a verdade é que um relvado mau dificulta muito as nossas ações. Sentimos que merecíamos a qualificação. Ficámos felizes. Tivemos um grande herói, que foi o Diogo. Não sei como a França vai jogar. Olhando para as caraterísticas deles, não é uma equipa montada para defender. Pode haver mais espaço.”

Referiu ainda que “A nível posicional estamos a ocupar as mesmas posições que ocupávamos na qualificação. O Bruno jogava como 8 ou 10 e eu mais à direita. São dois momentos diferentes. Na qualificação jogámos com seleções inferiores. São duas realidades diferentes. Podemos fazer melhor, claro que sim, mas é completamente diferente jogar uma qualificação e um Europeu. Estamos numa boa posição para garantir o acesso às meias-finais e ficarmos perto de chegar à final.”

Concluiu que “é preciso Portugal a um nível altíssimo. Não estou de acordo quando dizem que não temos estado a um bom nível. Hoje podemos ir para casa ou ficar entre as 4 melhores da Europa. Para se estar aqui é porque o trabalho foi bem feito. Temos feito um trabalho espetacular. Frente à Eslovénia vou recordar para a minha vida. São momentos difíceis ir a um prolongamento, penáltis. Estar a uma curta distância de ficar fora do europeu. Foi um momento de grande euforia.”

 

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