Sexta-feira 22 de Novembro de 2024

A sorte dá muito trabalho mas … Diogo Costa foi o herói maior!

FPF-Portugal-Eslovénia--01-07-2024

Diogo Pinto / FPF

“Segunda-feira, dia 1 de julho de 2024, vai ser, ser dúvida, de grande nervosismo para a seleção portuguesa presente no europeu de futebol da Alemanha, numa altura em que não há espaço para qualquer erro.

“Daí que seja proibido qualquer “deslize” que redunde em prejuízo para a equipa nacional que, como se recorda, sofreu um grande revés frente a uma “hiper-desconhecida” Geórgia – estreante nos oitavos de final de um europeu – mas que “obrigou” Portugal a baixar a auréola que tinha conquistado na fase de apuramento (triunfos consecutivos, máximo de pontos e de tudo e mais tudo), levando à única derrota portuguesa neste europeu alemão, que só não deu “estrilho” porque, com dois triunfos, a formação lusa tinha assegurado o primeiro ligar no respetivo grupo” – foi o que aqui se escreveu sobre o assunto.

Vinte e quatro horas depois, Diogo Costa “transformou-se” no Herói Maior ao defender três grandes penalidades e garantir a presença de Portugal nos quartos de final do Campeonato da Europa de Futebol, tendo pelo caminho uma França de boa memória – quando Portugal se sagrou campeão europeu precisamente em Paris e contra a França!

Tem toda a propriedade afirmar-se, com pulmões de atleta de alto rendimento, que não fora Diogo Costa e Portugal teria tido dificuldades maiores para chegar onde chegou.

Quis Deus, as Estrelas, Todos os Santos, quis também Diogo Costa (que ainda salvou outro golo – 115’ – saindo de entre os postes e a fechar o ângulo, defendendo o remate de Sesko) brindar Portugal e os portugueses com as três defesas reais e de impacte incalculável para o futuro da equipa nacional, que assim seguiu em frente, ante o desânimo total de uma Eslovénia a cair de pé junto ao improvável herói como foi Diogo Costa, considerado pela UEFA o melhor jogador em campo. Sem dúvida!

FPF-Portugal-Eslovénia-01-07-2024

Diogo Pinto / FPF

Aconteça o que acontecer, este primeiro de julho de 2024 vai ficar para uma história em que Portugal, à beira do abismo, conseguiu reunir asas e voar para tentar cumprir mais um sonho futebolístico: ser campeão europeu de novo.

Portugal entrou como devia ser, tentando puxar para si as atenções gerais, de equipa mais “sabida”, tecnicamente superior, altamente colocada na esfera internacional, ainda que um dissabor (provocado pela Geórgia) podia ter dado cabo de tudo o que era sonho.

À medida que os minutos foram passando, foi-se vendo que, afinal – apesar do domínio absoluto em todos os parâmetros do encontro – a formação lusa estava (esteve) sem alma para se alcandorar ao grupo dos oito que seguiriam para os quartos de final, situação que ficou mais “negra” quando Cristiano Ronaldo falhou uma grande penalidade, ainda que fazendo brilhar um Oblak (guardião esloveno) a grande altura, num voo alado que desviou a bola das redes.

Uma Eslovénia que não teve a sorte que sorriu na fase de grupos, onde nunca ganhou (três empates) e foi apurada para os oitavos, caminho ora bloqueado por Portugal.

Pelo contrário, a sorte (que protege os audazes e tem herói maior) acabou por residir no lado português no desempate por grandes penalidades, com três remates certeiros de Ronaldo, Bruno Fernandes e Bernardo Silva – o trio de artilheiros à ordem do capitão – ante uma “escuridão” por parte dos três jogadores eslovenos que foram encarregues de fazer o mesmo e falharam, quiçá por causa da expulsão do selecionador da equipa nacional da Eslovénia.

Os contrassensos de uns são os benefícios dos outros! Portugal superou-se com a ajuda divina. Uma certa forma de transcendência em que muito poucos acreditavam, tendo presente a visão – ou falta dela – no jogo jogado ao longo dos 120 minutos (tempo regulamentar+prolongamento), onde a “apatia” se verificou amiúde.

Com 13-5 em remates, dos quais apenas 3-1 para a baliza, ainda que à vontade na posse de bola (72/28%), Portugal não foi capaz de acertar na baliza, pese embora outro grande culpado tivesse sido, como referimos, a grande exibição de Oblak. Os passes foram muitos (595 contra 241 dos eslovenos) pese embora a precisão dos passes fosse de 87/61% para a formação lusa.

Que a noite desta segunda-feira fique na memória não só pela positiva (passagem à fase seguinte) mas também para análise do que não aconteceu em campo e na “fartura” de palavras “trocadas” que foram sendo ditas ao longo destes dias na Alemanha, mormente pelo seu confronto “direto”, “mudo”, mas que, aos olhos e ouvidos mais atentos, deram a entender que algo não corria bem no interior do “castelo” luso.

Nos quartos de final (dia 5 – sexta-feira) Portugal vai defrontar a França com o objetivo de chegar a vários patamares: que é uma candidata forte ao título, para o que terá de jogar de outra forma e os jogadores a terem uma alma “viva”, alegre e a “transpirar” suor mas também um coração grande, a bater sincopadamente, para acompanhar o “andamento” dos vários milhares dos adeptos que seguem a equipa por todo o lado e que neste primeiro de julho estiveram perto de um “colapso”.

França que se viu “grega” neste dia para derrotar a Bélgica, tendo sido preciso um autogolo (o oitavo neste europeu da Alemanha) do belga Vertonghen, aos 85’, para levar, ao colo, os franceses para a fase seguinte.

E surge outra equação: conseguirá Portugal repetir o êxito de 2016, quando se sagrou campeão europeu depois de vencer, em Paris, a França, com o famoso golo de Éder?

Para fechar este ciclo, Roménia e Holanda (17h) e Áustria-Turquia (20h) fecham esta terça-feira os oitavos de final, para se escolherem duas equipas (os vencedores de cada jogo) para fechar os quartos de final.

Vamos a isso!

Roberto Martinez: o segredo de Portugal é o Diogo Costa

FPF-Portugal-Eslovénia---01-07-2024

Diogo Pinto / FPF

“Acho que durante os 90 minutos tivemos muitas oportunidades e acho que jogámos muito bem. Torna-se difícil se não marcarmos primeiro. A relva não ajudou a equipa com bola. Tivemos muita bola e foi muito difícil. Foi uma oportunidade de mostrarmos a nossa paixão, que a equipa pode ir com tudo e mesmo assim ganhar. Agora teremos um jogo com uma França toda diferente, e hoje é uma noite em que todos os portugueses merecem celebrar”.

“Acho que Diogo Costa é o segredo mais oculto do futebol europeu e hoje apareceu. Hoje acho que entrou num patamar totalmente diferente. A situação no um para um foi incrível. Depois teve o foco para fazer três defesas consecutivas. Temos de estar muito orgulhosos dele.”

“Agora temos de chegar a casa, onde estão os nossos adeptos a dar-nos forças. Hoje foi uma vitória dos apaixonados.”

“Começámos um novo torneio, com outros detalhes, ganhar em penaltis, criar um momento de qualidade individual. A equipa jogou bem, trabalhou bem, defendeu. A relva não era fácil para a equipa que tinha a bola. Era a mesma para as duas equipas, mas ajudou a equipa sem bola. Incrível a paixão da equipa. Hoje vimos uma equipa focada, cheia de orgulho e força. Tentámos tudo. Merecíamos ganhar. Os adeptos têm uma noite para celebrar.”

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