Numa visão “flash” sobre a presença de Portugal em mais uma edição do europeu de atletismo, (que se iniciou em 1934, com o nosso país no grupo que implementou esta competição) ora concluído em Roma, ressalta que a atleta mais em destaque foi Liliana Cá, ao conquistar a medalha de bronze ao fim da terceira presença (desde 2018).
Irina Rodrigues, que entrou no grupo restrito (4) com seis presenças (Patrícia Mamona, Inês Henriques e Fernanda Ribeiro, com o marchador João Vieira na liderança, com 7), conseguiu o seu melhor de sempre, um excelente 4º lugar, “saltando” do 9º de 2019 e do 11º de 2022, porquanto entre 2012 e 2016 ficou-se pelas qualificações. E podia ter sido muito melhor se tivesse conseguido confirmar os 66,60 com que tinha batido o recorde nacional e a liderança mundial que alcançou dois meses atrás.
Pedro Pichardo elevou o nível de participação ao bater o recorde nacional do triplo salto, conquistando a prata, ainda que um posto abaixo ao ouro alcançado em 2022, numa prova disputada quase milímetro a milímetro, aliás como aconteceu com a estreante triplista Agate Sousa, que arrancou para um bronze – que podia ter perdido num ápice no decorrer dos dois últimos ensaios – de nível e justificado pela felicidade que procurou.
Realce também para o elevado número de estreias a este nível – o que é um excelente pronuncio (não ainda uma realidade, o que se verá mais para a frente) para o futuro – o que faz supor uma “nova ordem” para o atletismo nacional, ainda que quase virado para as disciplinas técnicas, deixando o brilhantismo e a coroação do meio-fundo e fundo, onde Portugal foi rei durante uma década e mais alguns anos.
Quanto a Roma, apesar de apenas se conquistarem três medalhas (repetindo 2022) se bem que longe dos dourados anos de 1998 (oito medalhas) e 2006 (seis), com 1994 e 2010 (5). Desde 1982 que Portugal tem estado, em todas as edições, no pódio por mais de uma vez (2014) foi a única com apenas uma medalha, o saldo é positivo, aguardando-se o regresso ao nível mais alto.
É tempo, no seio federativo, fazer o balanço deste europeu porquanto os Jogos Olímpicos de Paris estão no horizonte curto e há que renovar o “oxigénio” ora gasto com o peso da conquista de mais três medalhas, nuns campeonatos que foram dos melhores da história da modalidade.
Analisar a força mental, que “alimenta” o físico e o psicológico, é indispensável nesta curta pausa até Paris.
Em termos globais, o norueguês Jakob Ingebrigtsen, com apenas 23 anos, fez outro capítulo da história no europeu ao completar a terceira dobradinha europeia consecutiva nos 1500/5000m, tornando-se assim o primeiro homem a ganhar seis medalhas de ouro individuais.
Ingebrigtsen, que tinha apenas 17 anos quando iniciou a carreira com uma primeira dobradinha no europeu de Berlim 2018, manteve o orgulhoso recorde ao vencer os 1.500 m masculinos de Roma 2024, com um recorde do campeonato de 3m31s95.
O sueco Armand Duplantis conquistou o terceiro ouro europeu no salto com vara, estabelecendo um novo recorde no campeonato e perdendo por pouco um novo recorde mundial.
O campeão olímpico e mundial abriu sua conta com um lançamento direto de 5,65m no primeiro tempo e foi igualmente tranquilo em 5,82, 5,92m e 5,97m. Quando o ouro foi garantido, a superestrela sueca saltou direto para 6,10m e superou-a sem esforço pela primeira vez para um novo recorde do campeonato.
No feminino, Malaika Mihambo conquistou o ouro no salto em comprimento com a liderança mundial de 7,22 m e a Itália conquistou a décima primeira medalha de ouro, tornando-a a nação anfitriã de maior sucesso de todos os tempos no Campeonato Europeu de Atletismo.
Nestes campeonatos, foram batidos quinze recordes da competição, a saber: (Alexander DOOM, BEL in the 400 Metres – 44.15, Jakob INGEBRIGTSEN, NOR in the 1500 Metres – 3:31.95, Karsten WARHOLM, NOR in the 400 Metres Hurdles – 46.98, Armand DUPLANTIS, SWE in the Pole Vault – 6.10, Gianmarco TAMBERI, ITA in the High Jump – 2.37, Miltiadis TENTOGLOU, GRE in the Long Jump – 8.65, Jordan Alejandro DÍAZ FORTUN, ESP in the Triple Jump – 18.18, Leonardo FABBRI, ITA in the Shot Put – 22.45, Yemaneberhan CRIPPA, ITA in the Half Marathon – 1:01:03, Nadia BATTOCLETTI, ITA in the 5000 Metres – 14:35.29, Cyréna SAMBA-MAYELA, FRA in the 100 Metres Hurdles – 12.31, Femke BOL, NED in the 400 Metres Hurdles – 52.49, Karoline Bjerkeli GRØVDAL, NOR in the Half Marathon – 1:08:09, Nafissatou THIAM, BEL in the Heptathlon – 6848, Ireland, IRL in the 4×400 Metres Relay Mixed – 3:09.92)
De registar ainda um recorde mundial de sub20 pelo italiano Mattia Furlani, com 8,38 no salto em comprimento; mais um recorde europeu de sub23 pela suíça Ditaji Kambundji, com 12,40 nos 100 metros barreiras, além de 47 recordes nacionais, 256 recordes pessoais e com novos líderes mundiais, como: o italiano Gianmarco Tamberi, com 2.37 no salto em altura; o suíço Simon Ehammer, no salto em comprimento – 8.41, Miltiadis Tentoglou (Grécia), com 8,65 no salto em comprimento; Jordan Alejandro Diaz Fortun, com 18,18 no triplo-salto; a francesa Cyréna Samba-Mayela com 12,31 nos 100 metros barreiras 100mH – 12.31, Femke Bol (Hoçanda), in the 400mH – 52.49, Malaika MIHAMBO, GER in the Long Jump – 7.22, Nafissatou THIAM, BEL in the Heptathlon – 6848, Ireland, IRL in the 4x400m – 3:09.92)