“Espalha brasas” virou “diabo à solta” e Francisco Conceição reinou na fase inicial do jogo em que a formação portuguesa dominou em toda a linha (à meia hora somou 71/29% de posse de bola) mas sofreu dois golos num encontro pela primeira vez na era de Roberto Martinez.
No primeiro tempo rematou mais (10-0), dos quais 4-0 para a baliza, num total de 73/27% de posse de bola, correspondente a 399-150 passes, o que diz bem da potencialidade da equipa lusa.
Ainda assim, a materialização dos golos foi mais rara porquanto ao volume de remates produzidos, com muitas triangulações e quadrangulações, com rápida operacionalidade, a verdade é que a bola não saía em condições de se tornar apelativa, pese embora Portugal tenha aberto o marcador relativamente cedo (15’), em golo obtido por Ruben Dias que, ao segundo poste, cabeceou de cima para baixo e para a baliza, a bola proveniente de um pontapé de canto altamente sintonizado por Vitinha.
Foi caso para dizer, que dominavam o esférico rapidamente de um para outro jogador, mas a verdade é que a bola, passava entre pés e não era jogada para o miolo da área, no encontro em que algumas estrelas ficaram no banco (casos de Bernardo Silva, Bruno Fernandes, Diogo Costa, Jpão Felix e Diogo Costa).
Mas a “fofura” dos finlandeses, que mal saíram do seu próprio meio-campo, era tal que a formação lusitana não encontrava cainhos para poder progredir a caminho da baliza e chegar ao golo.
Depois do primeiro raid (15’), Portugal só encontrou oportunidade para chegar ao 2-0 em cima dos primeiros 45 minutos, depois de o árbitro assinalar (após aviso do VAR) uma grande penalidade por falta de um defesa sobre Francisco Conceição dentro da área e perto da linha final, que originou um petardo de Diogo Jota para fazer o 2-0 (45+4’), com a bola para um lado e o guardião Lukas para outro, depois de desperdiçadas outras oportunidades.
Para o segundo tempo, o selecionador Martinez fez entrar Bruno Fernandes, Gonçalo Ramos, Gonçalo Inácio e Pedro Neto. E se a alteração deu resultado com o golo de Bruno Fernandes (55’), depois foi que se viu.
O segundo tempo podia dar a entender que o caminho para uma “goleada” estava perto, com a marcação do 3-0, por intermédio de Bruno Fernandes, dando seguimento a um passe recebido para trás, o que fez acreditar que aconteceria um resultado extraordinário.
Mas o que é muito bom, também tem males.
Quando se soube que estiveram no Estádio José Alvalade 43.125 espetadores, um número bem reconfortante para apoio à equipa nacional a formação lusa perdeu o norte (ou quase todos os pontos cardeais) porquanto sofreu dois golos em cinco minutos e esteve à beira de poder criar um precedente menos lustroso.
Do banco saltou o suplente (e grande figura da equipa em temos mais recuados), como foi o caso de Pukki que resolveu criar como que uma brincadeira de mau gosto, ao aproveitar a passividade da defesa lusa e reduzir para 3-1, numa jogada rápida em que o avançado passou pela defesa como um raio, chegou defronte de José Sá e fez-lhe um chapéu, com a bola a passar por cima da cabeça do guardião luso.
Pior foi o segundo erro, também por falta de esclarecimento rápido, com o mesmo Pukki, que fez o 3-2, depois de voltar a apanhar a defesa portuguesa algo “adormecida” na parada (entre os 72 e 75’), depois da equipa visitante fazer três substituições de uma só assentada.
O sino tocou a “rebate” e Danilo (73’) foi chamado para ajudar a reforçar o triunfo, o que só aconteceu (84’) com um novo golo de Bruno Fernandes, depois de receber a bola vinda do ataque e junto da meia-lua da grande área, rematou forte, rasteiro, mas colocado, para bater o guardião finlandês e chegar ao 4-2 final.
Num encontro em que o resultado podia ser nitidamente diferente (para Portugal), o jogo serviu para rodar a equipa para o europeu, a partir de 16 de junho em Berlim, onde não podem acontecer situações como as que se verificaram no Estádio José Alvalade, pese embora a exibição global muito positiva da equipa portuguesa.