No âmbito da “aula aberta” promovida pelas Professoras Túlia Rute Maia Cabrita e Tatiana Baltazar Fazenda, na Universidade Lusíada de Lisboa, o tema referido em título foi uma das áreas abordadas sobre a temática da “Comunicação no desporto: futebol, desafios e atualidades”.
Por si só – e não só no espectro do desporto, porque abrangente a todos os quadrantes da sociedade – a questão de “comunicar” como que obriga a contornos variáveis, passíveis de criar fricções numa equação em que se cruzam diversos caminhos, pese embora se pretenda seguir uma linha orientadora virada para a clareza de pensamentos e ações correlativos.
Com o Auditório 1 da Universidade Lusíada bem composto de um público em número apreciável e composto por alunos de vários cursos – o saber é para todos, num globo que se pretende unido e conhecedor – por certo que Carlos Manuel Albuquerque (RTP) e Paulo Garcia (SIC), com a moderação de Lúcio Correia, especialista em direito desportivo prestaram um bom serviço, primeiro ao abordarem questões que estão nas páginas dos jornais, nas ondas das rádios ou das TV´s e, depois, ao responderem às perguntas entretanto colocadas pelos jovens estudantes universitários.
Lúcio Correia reencontrou-se com os anos 80/90, quando o edifício jurídico do desporto começou em ebulição, porque desde essa data é que se deu um pulo muito grande para adaptar as leis à evolução das organizações ligadas ao desporto, num trabalho árduo e que, como se continua a provar no dia a dia, nunca estará completo.
Umas vezes por inércia de alguns, outras por não se querer avançar porque há receios de não se encontrar o caminho certo e, outras ainda, porque há sempre alguém que faz “finca pé” e quer ficar sempre no mesmo degrau do patamar onde se encontra.
Só que, se nos recordarmos desses tempos idos e os de hoje, depressa se conclui que se andou muito depressa – porque passou a ser como que uma obrigação – considerando o aumento promocional das atividades, que levou o simples desporto a ser uma área de negócio (provocando concorrência acérrima nalguns casos), que tem a ver com a economia, que faz mexer o país (aplicando-se a todos os outros), numa proporção que, quiçá, até hoje ainda não foi quantificada.
Paulo Garcia (jornalista de desporto na SIC) abriu a informação, no âmbito da atividade que desenvolve, entrando pelo lado jurídico, como que respondendo a Lúcio Correia, porquanto nem todos os jornalistas tem uma formação tão lata que possa abarcar todas as envolventes, citando a necessidade de haver especialistas em várias temáticas, para pode esclarecer os espetadores que assistem aos programas realizados.
Salientou que, tal como Carlos Manuel Albuquerque, se iniciou nesta área pelas ondas artesianas da rádio e que passou para a tv, num percurso comum a muitos outros, abordando também a questão dos valores éticos do desporto, sua evolução e deixou uma mão cheia de situações para que se entendam os prós e contras da comunicação no âmbito do jornalista desportivo.
Carlos Manuel Albuquerque (jornalista de desporto na RTP), abordou a questão do serviço público de televisão, recordando que se torna indispensável ter formação específica para se poder comentar nas várias modalidades e disciplinas desportivas, tendo referido que, atualmente, grande parte da comunicação social tem a colaboração de atletas, treinadores, dirigentes para alargar o leque de esclarecimentos que o espetador da Tv precisa de entender.
A “pressão” (positiva ou negativa) que acontece no seio das equipas, que envolvem técnicos, dirigentes e atletas; as abordagens feitas aos atletas do ponto de vista da ética e dos valores do desporto; a liberdade de expressão, consignada na Constituição e a ausência de contatos dos atletas com a comunicação social de forma livre, foram outros vetores que convergiram no diálogo produzido de forma positiva, tendo-se ainda interagido com a questão dos Jogos Olímpicos porque 2024 é ano da Olimpíada de Paris.
Muitas outras coisas foram afloradas e abordadas, com maior ou menor fluidez, mas ficou a sensação de que os jovens universitários presentes se mostraram interessados, motivados e com capacidade de captar informação que poderá ser útil para a vida profissional que irão desenvolver após completarem a formação académica, ainda que na primeira fase (licenciatura).
Os passos seguintes (Pós-graduação, Mestrado, Doutoramento) ficam na lista de espera, ou não, consoante o caminho a seguir por cada um.
O evento foi promovido pelas Professoras Túlia Rute Maia Cabrita (Coordenadora da licenciatura em Gestão das Organizações Desportivas da Faculdade de Ciências da Economia e da Empresa) e Tatiana Baltazar Fazenda (Regente da unidade curricular de “Práticas de comunicação desportiva” — 3.º ano na Licenciatura em Gestão das Organizações Desportivas, que deram “nota positiva” ao encontro, produzido para uma maior e melhor formação dos alunos universitários.