Portugal não entrou como queria na estreia do Torneio Pré-Olímpico, em Tatabánya, na Hungria, ao perder com a Noruega por 32-29. No entanto, o sonho mantém-se intacto, mas há menos margem para erro. Segue-se a Tunísia, a partir das 16h00 deste sábado.
Face à comitiva que esteve presente no EHF Euro 2024, Diogo Branquinho e Alexis Borges surgem como únicas novidades para ocuparem os lugares deixados por Pedro Oliveira e Ricardo Brandão. Gonçalo Vieira e Fábio Silva ficaram de fora deste primeiro jogo em solo húngaro.
Com o sete inicial formado por Diogo Rêma Marques, Leonel Fernandes, Martim Costa, Rui Silva, Francisco Costa, Pedro Portela e Luís Frade, Portugal abriu o ativo por Luis Frade, o lateral Harald Reinkin empatou e, pelo meio, os guarda-redes Diogo Rêma Marques e Torbjørn Bergerud mostravam serviço bem cedo. Aos cinco minutos, Petter Øverby colocou a Noruega na frente pela primeira vez e, no ataque seguinte, o mesmo lateral foi excluído pela primeira vez, trazendo a primeira situação de inferioridade numérica para a equipa nórdica numa fase madrugadora da partida.
Portugal não conseguiu tirar partido da superioridade porque, anda antes do fim dos 2′, Leonel Fernandes desfalcou os Heróis do Mar. Já de igual para igual, aos 10 minutos, a Noruega alcançou pela primeira vez dois golos à maior (6-4) pela mão da estrela da companhia, Sander Sagosen.
Aos 12 minutos, novo momento de azar para Portugal e em dose dupla, com a exclusão de Salvador Salvador e, um minuto depois, de Alexis Borges, numa altura em que os nórdicos lideravam por 9-7. Como consequência, a Noruega desbloqueou o patamar dos três golos (10-7) – com o guardião Torbjørn Bergerud em evidência – e, já para lá dos 15 minutos, chegou aos quatro (11-7), quando a baixa eficácia ia sendo o maior problema para a turma lusa. Paulo Pereira pediu o primeiro time-out da partida.
Após a paragem, um parcial de 0-2, com assinaturas de Alexis Borges e Francisco Costa, foi a melhor reação possível para encurtar distâncias até aos dois golos (11-9), perto dos 20 minutos.
Dentro dos cinco minutos finais da etapa inicial, com o marcador em 15-12, Portugal beneficiou de um período de superioridade numérica, mas não conseguiu aproveitar e, em sentido inverso, foi a Noruega a crescer e a chegar onde nunca tinha conseguido: ao patamar dos cinco golos (17-12). Já de igual para igual, o atirador Simen Lyse apontou o 18-12 para dar uns inéditos seis golos ao conjunto nórdico, terminando o primeiro tempo com o resultado em 18-13.
Portugal entrou bem na segunda parte, mas com apenas três minutos decorridos apareceu nova exclusão, desta vez para Alexandre Cavalcanti, que tinha apontado o primeiro golo (18-14) no recomeço.
Pouco depois, a Noruega assinou dois golos sem resposta e voltou ao patamar mais alto registado até então, de seis golos (20-14). Portugal reagiu, cresceu na partida e precisou de dois minutos para voltar a encurtar distâncias até aos quatro golos (21-17), mas a Noruega ia conseguindo aproveitar o espaço concedido pelos portugueses, fruto de uma defesa profunda. Aos 42 minutos, com o placar em 22-18, apareceu um pedido de time-out por parte do líder da seleção nórdica.
Gustavo Capdeville, que entrou ainda na primeira parte, ajudou Portugal a reduzir a desvantagem para três golos (26-23), à entrada para os 10 minutos finais e, foi novamente o guardião luso a impulsionar os companheiros para trazer apenas dois golos de diferença (26-24).
A Seleção Nacional atravessava o melhor momento na partida e com 52 minutos decorridos, Paulo Pereira pediu time-out para preparar o ataque que poderia trazer de volta a diferença mínima. No recomeço, as intenções de Portugal esbarram em Torbjørn Bergerud. A Noruega implementou o 7×6, falhou o ataque e em nova chance para os lusos trazerem o mínimo, voltou a ser Bergerud a dizer presente.
Os nórdicos fecharam de vez a porta, não permitiram que Portugal se colasse no marcador e festejaram o triunfo (32-29).
MVP & Top Scorer: Luís Frade – 8 golos (80% de eficácia)
Para Paulo Pereira, selecionador nacional, afirmando que “normalmente, o nosso fado é sofrer até ao fim e é isso que vai acontecer novamente. Não nos podemos esquecer que jogámos contra uma das melhores equipas do Mundo. Conseguimos fazer uma segunda parte excelente, modificámos o sistema e surpreendemo-los com isso. Lutámos muito mais do que tínhamos lutado na primeira parte, porque aí não conseguimos ter a intensidade que mostrámos na segunda parte. E quando assim é, a jogar contra equipas como esta, que faz muita transição ofensiva, isso faz diferença. Depois recuperámos numa segunda parte fantástica, em que colocámos o ataque deles em stress com uma defesa 5:1. Acho que foi uma luta bonita, que permitiu esta recuperação, mas os detalhes depois fazem diferença. Perder por três ou ganhar por três pode acontecer em pormenores. Continuo muito orgulhoso destes jogadores. Não está nada perdido, apenas perdemos um jogo. Vamos preparar o jogo da Tunísia e lutar até ao fim.”
Segue-se agora um dia de folga da competição para os Heróis do Mar, mas de preparação para o segundo duelo do Torneio Pré-Olímpico, diante da Tunísia, agendado para as 16h00 deste sábado.
No domingo verificar-se-á o terceiro jogo, frente à Hungria.