Portugal inicia, esta quinta-feira, a caminhada rumo aos Jogos Olímpicos 2024 em território húngaro frente à Noruega, em jogo marcado para as 17h30, com transmissão em direto na RTP2.
Está tudo a postos para mais uma “corrida” épica da seleção nacional rumo a uma qualificação olímpica, desta vez em solo magiar, na cidade de Tatabánya, capital do condado de Komárom-Esztergom, situada na região central Transdanubiana da Hungria, a oeste de Budapeste. Tatabánya conta com 7.200 habitantes, entre os quais László Marosi, antigo internacional húngaro, com mais de 170 internacionalizações, e Presidente do ‘clube da casa’, o Tatabánya KC.
Sobre a história nacional, é a segunda vez que Portugal disputa um Torneio Pré-Olímpico, sendo que a primeira vez foi em Montpellier, França, onde os adversários foram a anfitriã e ainda Croácia e Tunísia. Na altura, os Heróis do Mar tocaram o céu ao vencerem o conjunto gaulês na ressaca da perda de Alfredo Quintana e escreveram uma das páginas mais bonitas do andebol nacional, que ficará sempre na memória como a primeira participação de uma modalidade coletiva nos Jogos Olímpicos, por direito desportivo.
Desta vez, Portugal tem pela frente Noruega, Tunísia e Hungria e começa o seu percurso frente à congénere nórdica, nesta ‘Missão Olímpica’, no dia em que se comemora três anos sobre a celebração que levou Portugal ao Olimpo, com o golo mais importante da carreira do Capitão, Rui Silva.
Embora com um grupo mais jovem, os Heróis do Mar partem para este desafio com o mesmo sonho e ambição e enfrentam um gigante na abertura do Torneio de Qualificação Olímpica. Com a integração de Alexis Borges, um pivô completo, a Seleção Nacional contará com mais um argumento no setor ofensivo e defensivo, tal como afirma Paulo Pereira, Selecionador Nacional:
“O Alexis [Borges] é mais um elemento que nos permite ter um pivô que ataca e defende e isso é uma mais-valia, mas não podemos mexer completamente naquilo que construímos no Europeu anterior. Portanto, vamos tentar um equilíbrio entre aquilo que fizemos no Europeu com o grupo que estava e a inclusão do Alexis, que é uma mais-valia de energia e é mais uma solução que temos. É mais um atleta que pode defender e atacar, permitindo também ajudar o Luís Frade, tendo em conta o excelente europeu que o Frade fez, recentemente. Portanto, o Alexis é mais uma pessoa que vem ajudar e nota-se que está com muita vontade de o fazer.”
Depois de conquistar as primeiras medalhas em grandes competições (bronze no EHF Euro 2020; prata nos Mundiais de 2017 e 2019), a equipa masculina da Noruega perdeu alguma força no panorama internacional, como demonstra o 9.º lugar alcançado no mais recente Europeu, em janeiro deste ano ou os sextos lugares consecutivos nos Campeonatos do Mundo de 2021 e 2023. A mais modesta das três potências da Escandinávia, que já está apurada para o Mundial de 2025 e para o Europeu de 2026, como co-organizadora em ambas, não quer voltar a esperar ‘uma eternidade’ para voltar aos Jogos Olímpicos.
Sobre o primeiro adversário luso – a Noruega – os Heróis do Mar não têm a vantagem, atendendo a que, num passado mais recente, registaram-se três vitórias consecutivas para a Noruega (entre 2006 e 2023) e o duelo que aconteceu há sensivelmente dois meses, ditou uma vitória épica dos Heróis do Mar, no arranque do Main Round do EHF Euro 2024, por 37-32.
Este conjunto escandinavo conta com nomes de relevo como Sander Sagosen (central), Harald Reinking (lateral direito) e Gøran Johannessen (central / lateral esquerdo). Embora o primeiro seja, por norma, um quebra-cabeças para o adversário, no último encontro com Portugal o central do Kolstad Håndball marcou dois golos e realizou quatro assistências. O técnico de 58 anos abordou a importância deste atleta na equipa, e não só:
“A Noruega tem excelentes jogadores, não é só o [Sander] Sagosen, costuma haver uma preocupação das equipas em defendê-lo um pouco mais, mas, nós também já aprendemos com esses erros. Recordo-me do jogo que perdemos com os Países Baixos, em casa, porque nos preocupamos tanto com o [Luc] Steins que ele só fez um golo mas fez treze assistências. Portanto, nós sabemos quais são as características do Sagosen e como é que o devemos defender. Mas não só o ele, também o Harald Reinkind, o Tobias Grondahl… que agora poderá jogar mais tempo. Portanto, há uma série de atletas importantes e nós não podemos esquecer ninguém. Se calhar vamos ter um pouco mais de preocupação com o Sagosen? Provavelmente sim, porque ele tem mais protagonismo no jogo, é quem faz mais assistências e quem, normalmente, faz mais golos e vai mais aos duelos… Mas não podemos esquecer ninguém.”
Recorde-se que a Noruega já esteve por duas ocasiões nos Jogos Olímpicos, em 1972 e 2021, entre a inédita qualificação olímpica da Noruega e a mais recente, passaram 48 anos. Em Tóquio 2020, o 7º lugar conquistado superou o 9º obtido em Munique, na década de ’70.
Poderá acompanhar a estreia dos Heróis do Mar em direto através da RTP2, esta quinta-feira, pelas 17h30, hora de Portugal Continental.