Com um salto a 17,08, Tiago Pereira como que “voou” para a medalha de bronze no último ensaio da competição, depois de acertar a corrida e concluir com um novo recorde pessoal, mostrando a garra dos campeões.
Este sábado ficou ainda marcado pelo quarto lugar alcançado por João Coelho na final dos 400 metros, ficando bem perto da medalha de bronze.
Tiago Luís Pereira (30 anos) ficou atrás de Hugues Fabrice Zango, do Burquina Faso, medalha de ouro com 17,53 metros, e do argelino Yasser Mohammed Triki, prata, com 17,35, numa competição sem o atleta português mais reconhecido da categoria, Pedro Pablo Pichardo, medalha de prata nos Mundiais de pista coberta de 2022 (Belgrado).
Mais um dia de emoções fortes com a medalha de bronze de Tiago Pereira no triplo-salto e o quarto lugar de João Coelho nos 400 metros com novo recorde de Portugal (45,86, a 21 centésimos do bronze), tudo no segundo dia dos Mundiais de Pista Curta, em Glasgow, este sábado.
“Já chorei, já gritei, já ri! Já passei por isso tudo e ainda estou a cair em mim”, referiu Tiago Pereira após a obtenção da medalha de bronze na final do triplo-salto, ao último ensaio, com um recorde pessoal em pista curta (17,08 metros, melhor marca nacional do ano), num concurso em que o argelino Triki começou por liderar, mas que Hugues Fabrice Zango, do Burkina Faso, superou para a medalha de ouro, deixando a prata para o marroquino.
Acrescentou ainda Tiago Pereira que “estou muito feliz, por finalmente conseguir materializar em resultados o trabalho que tenho vindo a fazer. Acho que lancei aqui a minha candidatura ao pódio europeu, quiçá ao título”, resumiu o atleta que vive e treina em Espanha, neste aspeto orientado por Ivan Pedroso, que foi campeão mundial de salto em comprimento nos mundiais de 2001, em Lisboa.
João Coelho (24 anos), deu mais uma demonstração da sua categoria, ao cruzar a meta com 45,86 segundos, atrás do belga Alexander Doom, medalha de ouro (45,25), do norueguês Karsten Warholm, campeão do mundo e olímpico dos 400 metros barreiras (45,34), prata, e do jamaicano Rusheen McDonald, bronze, com 45,65 segundos, conseguindo ainda melhorar o seu próprio recorde nacional.
O atleta, natural de Vila Franca de Xira, bateu essa marca na eliminatória, com a marca de 46,35 segundos, correu pela primeira vez abaixo dos 46 segundos nas meias-finais (45,98) e estabeleceu novo recorde nacional na final.
Antes, quando ainda faltava o último salto de Tiago, outro português brilhava. João Coelho correu a final dos 400 metros e terminou na quarta posição, com a marca de 45,86 segundos, mais um recorde de Portugal! O terceiro em três dias de competição.
“Estou muito feliz”, começou por dizer o recordista nacional, que igualou a melhor classificação de sempre de um português (Carlos Silva, em 1995). “Mas, ao mesmo tempo, estou aqui com um sentimento que não sei explicar por ter ficado tão perto da medalha. Mas sentia que estava muito bem e tinha que arriscar tudo para ser feliz”, afirmou o atleta, acrescentando: “agora é pensar na estafeta, para a qual estou muito motivado e tenho colegas de equipa que também estão motivados e espero que este meu resultado ainda os ajude mais”.
A primeira atleta portuguesa a entrar em ação, neste sábado, foi Lorene Bazolo, que correu na quinta das eliminatórias dos 60 metros, que alcançou o sexto lugar, com 7,33 segundos.
A atleta, que representa o Sporting, referiu que ”acho que não me consegui encaixar bem na corrida, não era impossível, sei que podia qualificar-me, estava constante nas marcas, mas são coisas que acontecem, “bola para a frente”, há que refletir sobre o que não correu bem e focarmo-nos no futuro”, afirmou a recordista de Portugal.
O mesmo aconteceu com Rosalina Santos, que terminou em quinto lugar, com 7,32 segundos, na sexta série. Rosalina já tinha baixado dos 7,30 por três ocasiões, mas agora ficou mais perto da sua média na presente temporada. Também ela ficou afastada das meias-finais.
“Claramente conseguia muito melhor, são situações que acontecem. A meio da corrida distrai-me um bocadinho. Não foi mau, mas não foi muito bom, pois esperava um bocadinho mais”, concluiu a portuguesa.
O último dia de competição (este domingo) em Glasgow também tem portugueses nas duas jornadas. A abrir, de manhã, os apuramentos das estafetas de 4×400 metros. Primeiro a equipa masculina, às 11h22, na segunda das meias-finais. São apurados as duas primeiras equipas de cada meia-final e os dois seguintes melhores tempos. Portugal defrontará a Polónia, a Chéquia e os Países Baixos.
Às 11h50 será o momento da equipa feminina. Estará a competir na segunda meia-final, com as equipas da Chéquia, Polónia, Grã-Bretanha e Jamaica.
As finais estão marcadas para a jornada da tarde, masculinos às 20h15, femininos às 20h30.
As duas últimas provas dos campeonatos estão reservadas para as finais dos 1500 metros, masculinos (21h30) e femininos (21h45), onde estarão Isaac Nader e Salomé Afonso, respetivamente (transmissão pela RTP).
Sporting e Benfica na liderança dos nacionais de sub-23 em pista curta
O Sporting terminou a primeira jornada dos Campeonatos Nacionais de Sub-23 (Pombal) em pista curta, a liderar em masculinos, com o Benfica à frente no setor feminino.
Individualmente, destaque para Tiago Ramos (Sporting), que venceu os 5.000 metros marcha em 19m51s63’, recorde dos campeonatos. Do lado feminino, Inês Mendes (Benfica) renovou o título sub-23 em 13m02s14’.
David Landim (Benfica) venceu os 60 metros, em 6s83s, juntando o título sub-23 ao sub-20 conquistado, com recorde dos campeonatos, na semana passada. Do lado feminino, a também sub-20 Beatriz Castelhano (ACDRA), levou a melhor, em 7s53’.
Tatiana Pereira, do Benfica, que venceu o salto em comprimento com 6,11 metros, juntando o título sub-23 ao sub-20 conquistado na semana passada. Do lado masculino, Pedro Pires (Sporting), renovou o título, com a marca de 7,49 metros.
Rodrigo Alcobia (Benfica), renovou o título sub-23 no salto com vara, com a marca de 4,80 metros. Do lado feminino, venceu Joana Barreto (Benfica), com 3,55 metros.
Rita Figueiredo (Estreito), venceu os 1.500 metros, com 4m48s45’. Do lado masculino, um erro na operacionalização do contador de voltas fez com que uma das séries corresse 1300 metros, portanto, menos uma volta do que o estabelecido, pelo que a organização decidiu atribuir dois primeiros, segundos e terceiros lugares. Neste contexto, Eduardo Beça (Grecas), sagrou-se campeão sub-23 de 1500 metros, com o tempo de 3m58s99’. O mais rápido na série que correu 1300 metros foi Thomas Marques (Benfica), tendo-lhe sido igualmente atribuído o título sub-23.
Clara Martinha (Sporting) venceu os 400 metros em 55s74’. Do lado masculino, sagrou-se campeão Gabriel Morim (Juventude Vidigalense), com 48s70’.
Vera Goucha (Juventude Vidigalense), venceu o lançamento do peso, com 11,78 metros, em prova ganha pela angolana sub-20 Shakina Andrade (Benfica), com 12,36 metros. Carolina Ferreira (ACDCVC), venceu o salto em altura, com 1,67 metros.