Domingo 01 de Novembro de 1484

Heróis do Mar fora da luta pelo 5º lugar no Europeu de Andebol na Alemanha

Andebol-Europeu-Alemanha---23-01-2024

© Jozo Cabraja / kolektiff e
© Anze Malovrh / kolektiff / FAndebolP

Portugal esteve praticamente o jogo todo em desvantagem diante uma seleção neerlandesa que partia sem objetivos concretos nesta fase da competição, agravada pelo empate frente aos neerlandeses, terminando a aventura neste europeu face à vitória da Eslovénia sobre a Dinamarca.

Não foi o desfecho desejado na despedida da Barclays Arena, em Hamburgo. Uma vitória dava automaticamente presença no jogo de atribuição do 5º/6º lugar a Portugal, bem como a tão ambicionada vaga Pré-Olímpica, mas deu empate diante dos Países Baixos. Face a este cenário, Portugal esperou pelo resultado da Eslovénia frente à atual Campeã do Mundo – Dinamarca – para se manter na luta pelo histórico top-5 do EHF Euro 2024 mas acabou por falhar o objetivo já que a congénere dos balcãs somou uma vitória.

A Eslovénia somou assim uma das vagas para o Torneio Pré-Olímpico e juntou-se a Suécia e Dinamarca, em Colónia; já Portugal terá que esperar que a Áustria não se apure no Top-3 do Main Round I para que o 7º lugar também possa dar acesso ao tão ambicionado sonho olímpico.

Para o derradeiro duelo do Main Round II, Paulo Pereira voltou a prescindir de Ricardo Brandão e Gonçalo Vieira, iniciando a partida com o sete formado por Gustavo Capdeville, Leonel Fernandes, Martim Costa, Rui Silva, Francisco Costa, Pedro Portela e Luís Frade.

Os Países Baixos partiam sem qualquer vitória no Main Round e sem nada a perder para defrontar Portugal. Os Heróis do Mar sabiam o que iriam ter pela frente, uma seleção que se fazia valer de transições rapidíssimas, com o ‘pequeno grande’ Luc Steins a comandar as tropas.

Diogo Rêma Marques e Bart Ravensbergen estiveram em grande destaque nos primeiros cinco minutos, com cinco defesas entre eles. Portugal abriu o ativo por Luís Frade, mas os Países Baixos aproveitaram um período de baixa eficácia dos Lusos (apenas dois golos em oito ataques), para consumarem a reviravolta e chegarem a uns inéditos dois golos de vantagem (4-2), aos sete minutos.

Aos oito minutos apareceu a primeira exclusão da partida, para Salvador Salvador. Depois da seleção neerlandesa ter feito o 5-3, Paulo Pereira pediu time-out. Após a paragem – e mesmo estando ainda em situação de inferioridade numérica – Portugal respondeu com um parcial de 0-2, com uma defesa de Diogo Rêma Marques pelo meio (a quinta da conta pessoal), para voltar a trazer a igualdade, desta vez a cinco golos, com 10 minutos decorridos.

A seleção laranja, que esta tarde atuava de azul, precisou de três minutos para regressar aos dois golos de vantagem (9-7). Aos 16’ foi o recém-entrado pivô Fábio Silva assinou novo empate (10-10), na sequência de mais uma intervenção do jovem guardião português, de apenas 19 anos, que era a principal figura do encontro até esta altura.

As oportunidades para Portugal recuperar a liderança foram várias, mas todas elas desperdiçadas pelos Heróis do Mar que, aos 23 minutos, perdiam por 12-11, com algumas responsabilidades para o guarda-redes Bart Ravensbergen que, ainda assim, não estava nem perto do nível de Diogo Rêma Marques, que já levava 11 defesas (50% de eficácia). Staffan Olsson pediu o primeiro time-out para os Países Baixos neste minuto.

No reatar da partida, depois de três golos para cada lado de forma intercalada, voltou a ser a seleção dos Países Baixos a levar a melhor e a trazer de novo a diferença de dois golos (16-14), aos 27 minutos. A mesma margem permaneceu até ao descanso (17-15).

No arranque da segunda metade, Paulo Pereira apostou num sistema defensivo com maior profundidade, mas os Países Baixos beneficiaram da primeira posse de bola e alcançam três inéditos golos de vantagem (18-15). As dificuldades continuavam a existir para o lado português e a ansiedade estava bem presente, o que condicionava a recuperação dos Heróis do Mar.

Aos 37 minutos, apareceu a primeira exclusão da segunda metade, para o conjunto neerlandês, com Portugal a ter aqui uma boa possibilidade de encurtar distâncias… e foi isso mesmo que aconteceu. Martim Costa e Salvador Salvador assinaram um parcial de 0-2 para trazer de volta a margem mínima (21-20), perto dos 40 minutos. No entanto, pouco depois, foi a vez de Portugal ter que jogar dois minutos com menos um elemento em campo, algo que acabou por não fazer estragos (23-22).

 

Aos 44 minutos, finalmente, apareceu o golo do empate, marcado por Luís Frade de contra-ataque, após um período defensivo competente dos Heróis do Mar. Perante a aproximação de Portugal, o selecionador dos Países Baixos pediu time-out.

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© Jozo Cabraja / kolektiff / FAndebolPortugal

Na sequência da paragem, Portugal soube sofrer e foi aos 51 minutos que o recém-entrado Pedro Portela assinou o 28-29, que dava a liderança aos Heróis do Mar, algo muito procurado e que já não acontecia desde o 1-2. O cenário melhorou ainda mais e os portugueses respiraram de alívio, quando Martim Costa e Miguel Martins elevaram o resultado para 29-32 e deram três inéditos – e muito importantes – golos de vantagem.

Mas o jogo não iria terminar sem que os Países Baixos voltassem a encostar e o guardião Bart Ravensbergen impediu o golo da confirmação de Luís Frade, com o marcador em 32-33, a 30 segundos do fim. Time-out pedido por Staffan Olsson.

Os Países Baixos trabalharam a derradeira jogada e estabeleceram o empate (33-33) que fechou as contas do jogo.

O MVP: Diogo Rêma Marques – 15 defesas (37% de eficácia)

Top Scorers: Luís Frade e Martim Costa – 8 golos cada

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© Jozo Cabraja / kolektiff / FAndebolPortugal

No final do jogo, Paulo Pereira, selecionador nacional, analisou este encontro e abordou e referiu que “Isto é o que pode acontecer quando duas equipas competem – uma sem nada em disputa e outra com tudo em jogo – juntando a isso o facto de estarmos já no sétimo jogo, os atletas têm feito um esforço excecional, com jogos dia sim, dia não. Na primeira parte faltou-nos alguma energia e perceber que os Países Baixos nos podiam ganhar se não jogássemos bem. No segundo tempo percebemos isso claramente e mais uma vez conseguimos recuperar um jogo. Aí já chegámos perto do que podemos fazer e fizemos um jogo espetacular. Na parte final, foi nos detalhes que as coisas aconteceram. Agora temos de esperar um bocadinho, mas eu não estou a ver a Eslovénia com capacidade para ganhar à Dinamarca. Mas tudo pode acontecer. É o nosso fado: ter de esperar e depender dos outros.“

Já no final do encontro entre Eslovénia e Dinamarca, o técnico mostrou-se satisfeito com o percurso português:

“É bom sinal que fiquemos tristes por termos ficado em sétimo ou oitavo, que será o segundo melhor resultado de sempre em Europeus. Estarmos tristes é sinal que estamos a evoluir. Só nos podemos queixar de nós próprios, mas o nosso objetivo continua intacto e é bem possível que aconteça. Podia ter sido um pouco melhor, mas o balanço é ótimo, tendo em conta que nós nem sabíamos bem se podíamos passar a fase de grupos. E conseguimos chegar onde conseguimos, por isso o balanço é ótimo.”

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