Portugal prepara-se para medir forças com a estreante seleção grega, na Ronda 1, do Grupo F, a partir das 17h00 desta quinta-feira – transmissão em direto na RTP 2.
A estreia dos Heróis do Mar no EHF Euro 2024 há muito que está marcada e está prestes a acontecer, frente àquela que é – em teoria – a seleção com menos ambição e argumentos do Grupo F: a Grécia.
É normal que não se associe o nome deste país quando o assunto é Andebol – e é compreensível, pelo facto de os gregos nunca terem estado numa Fase Final de um Campeonato da Europa. Mas em 2024, no paraíso das ilhas grita-se “História!”, ou Ιστορία!, se quisermos. Mas afinal o que é que Portugal vai encontrar a partir das 17h00 desta quinta-feira, no Olympiahalle, em Munique?
O plantel grego é maioritariamente composto por atletas do Olympiacos SFP. O experiente central e capitão de 36 anos, Charalampos Mallios, que atua no AEK Athens HC, é a principal figura de uma seleção que conta com muita juventude, como é o caso do talentoso lateral Achilleas Toskas, de 19 anos, que foi recentemente contratado pelos alemães do TVB Stuttgart e melhor marcador grego nos Qualifiers, a par de Nikolaos Liapis, do AEK Athens (21 golos). Georgios Zaravinas, de 47 anos, é o selecionador grego desde 2021, um antigo ponta-esquerda que representou as cores da Grécia nos Jogos Oímpicos de Atenas (2004) e, quase 20 anos depois e como treinador, é responsável por conduzir aquela seleção dos Balcãs à Fase Final de um Europeu.
Para confirmar a presença histórica no EHF Euro 2024, a Grécia terminou os Qualifiers como uma das melhores terceiras classificadas, no Grupo 5 em que somou seis pontos e três vitórias: duas frente à Bélgica (24-26 e 26-24) e uma verdadeiramente surpreendente diante dos Países Baixos, por 32-28.
Portugal e Grécia defrontaram-se apenas por três vezes na história, a primeira das quais na longínqua década da ’90, as duas últimas em 2007 e o saldo é positivo para as Quinas.
A 7 de abril de 1990, na cidade de Espoo, na Finlândia, Portugal e Grécia mediam forças pela primeira vez, a contar para um formato de qualificação para o Campeonato do Mundo que era bem diferente do dos dias de hoje e que já não existe desde 1993: o então denominado “Torneio-C”, criado em 1986 (existia também o Torneio-B que surgiu em 1977). Ambas falharam a qualificação para a grande competição que decorreu na Coreia do Sul no mesmo ano e o jogo, que contava para o 9.º lugar, terminou com vitória portuguesa por 20-29 (15-12 ao intervalo).
Os dois últimos embates entre Lusos e gregos aconteceram mais recentemente, em 2007, com três dias de diferença entre si, a contar para o Grupo 6 da Qualificação para o Campeonato da Europa do ano seguinte, que decorreu na Noruega (Estónia também discutia o grupo e ficaria em último). A única derrota de Portugal nessa qualificação aconteceu precisamente no primeiro jogo contra a Grécia, que terminou em 27-26 (15-13 ao intervalo), na cidade de Salónica, a 18 de janeiro. No jogo seguinte, em Lagos, a seleção das Quinas haveria de vencer por 24-20 (10-10 ao intervalo). Portugal terminaria em primeiro lugar do grupo, em igualdade pontual com os gregos, mas com vantagem no confronto direto e, por essa razão, com direito a um lugar no derradeiro Play-Off – no qual Portugal haveria de perder contra Montenegro e ficar fora da grande competição. Nesse duplo confronto com a Grécia, David Tavares foi o melhor marcador com um total de 17 golos nos dois jogos.
Os caminhos de Lusos e helénicos voltam a encontrar-se 16 anos depois, num contexto completamente diferente, em que muita coisa mudou, desde o formato de qualificação, aos moldes do Europeu, passando pelo próprio jogo de Andebol. Para a Grécia, será uma estreia absoluta que há muito é aguardada e ficará para história, para Portugal é um duelo em que é imperativo justificar o favoritismo e entrar da melhor forma possível na competição.
A competição iniciou-se esta quarta-feira com o jogo Alemanha-Suiça, que os germânicos venceram por 27-14, seguindo-se até ao dia 28 deste mês de janeiro, todos os caminhos a ir dar à Alemanha para os fãs de andebol de todo o mundo, com 17 dias de competição coloridos e dinâmicos, preenchidos com 65 jogos. A Alemanha acolhe orgulhosamente a primeira edição de um EHF Euro com 24 equipas a decorrer num único país.