Como acontece no último mês de cada ano, o Panathlon Clube de Lisboa (fundado em 17 de Dezembro de 1979) comemorou o 44º aniversário, juntando mais de uma centena de personalidades de vários quadrantes do desporto português.
No evento, reservado a associados e convidados, Mário Almeida, presidente do Conselho Directivo do PCL, fez o balanço do realizado em 2023 e, como não podia deixar de ser, lançou a base do plano de actividades para 2024, dentro do quadro de intervenção desta ONG, que tem como finalidade a afirmação do ideal desportivo e dos seus valores morais e culturais, enquanto instrumento de formação e de educação da pessoa humana e meio de incentivo à solidariedade entre os homens e os povos.
Além do mais, a sua actividade baseia-se no ideal de uma educação desportiva adequada, que vise uma vida activa e saudável para todos, numa união pelo desporto, criando sinergias e responsabilidades entre as organizações governamentais e não-governamentais de modo a preservar os objectivos olímpicos no desporto e o fair-play, e a promover uma prática desportiva imbuída de um espírito desportivo baseado na ética e solidariedade.
Mário Almeida deu conhecimento de que foram eleitos os corpos sociais para um novo mandato, estando a tomada de posse prevista para Janeiro de 2024, que definirão a conjuntura futura da intervenção do PCL na sociedade portuguesa, sempre na defesa dos princípios da Etica aplicada ao desporto, que abrange vários domínios (bullying, violência em recintos desportivos, dopagem), numa actuação que se pretende seja interventiva junto dos vários públicos envolvidos (jovens no âmbito escolar, desportistas nas várias modalidades e disciplinas, dirigentes, treinadores, árbitros e juízes).
Reportou-se à criação de uma colecção de livros intitulada “Panathlon Clube de Lisboa”, o primeiro dos quais intitulado “Questões em aberto na Ética Desportiva”, com a chancela Sportbook, lançada pela Quântica Editora, com a coordenação do Prof. Dr. Rui Proença Garcia e que, neste primeiro volume, se apresentam diversos domínios por onde se espraia a ética do desporto, desde considerações mais doutrinárias a questões de natureza jurídica, biológicas, pedagógicas e antropológicas.
Ética, também a do desporto, que é multidimensional, porquanto o título desta obra inicial nos convida a considerar problemas prementes que se colocam ao desporto, não só ao mais mediático ou competitivo, mas a todas as formas e sentidos do desporto contemporâneo.
Além de Rui Proença Garcia, esta obra conta também com contributos de outros autores de reconhecida competência e experiência, como Luís Horta (médico de Medicina Desportiva e que presidiu à Autoridade Antidopagem de Portugal), Maurício de Figueiredo Corrêa da Veiga (brasileiro e jurista), Alexandre Miguel Mestre (jurista), Luís Paulo Relógio (jurista), Lúcio Miguel Correia (jurista), Carla Chicau Borrego (Professora), Luísa Ávila da Costa, Antonino Pereira e Daniel Seabra, todos com obra de elevado de nível neste alargado âmbito da Ética.
Este primeiro livro pretende constituir-se como um canal de conhecimento e de transferência de conhecimento de especialistas, pesquisadores e profissionais para o público em geral, e promovendo a identificação, desenvolvimento dos grandes eixos axiológicos do desporto, com realce para a ética, como é o caso da criação da Universidade de Ética Desportiva ou das sucessivas edições do Ética Summit, acontecimento anual que consegue congregar milhares de pessoas do desporto de todo o mundo da lusofonia – de acordo com o coordenador da obra, Rui Proença Garcia.
Usando da palavra, Carlos Pereira, membro do Conselho Directivo do Instituto Português da Juventude e Desporto, IP, enalteceu não só “o trabalho que o Panathlon Clube de Lisboa vem desenvolvendo ao longo dos 44 anos de vida como, em especial, o facto de ter reunido um grupo de personalidades de relevo da área das ciências sociais e desportivas com vocação para a ética, que ora deu origem ao livro, o que é um ponto de primordial importância para o futuro, desde que as ações se continuem a desenvolver para toda a população, que cremos ávida de conhecimentos para melhorar as respetivas atitudes de defesa do espirito desportivo, do fair-play e do desporto com regras e ética”.
Cumprindo também a tradição, o Panathlon Clube de Lisboa atribuiu o prémio “Fair-play Mário Simas” ao jogador de Andebol do Benfica, Gustavo Capdeville, bem como o “Prémio Social” ao clube Leões de Porto Salvo (Carnaxide), pelo apoio prestado aos jovens da zona envolvente.
Mário Almeida entregou o “Prémio Especial” ao antigo Presidente do Panathlon Clube de Lisboa, Mariz Fernandes.
Mais do que se criar documentos que tem impacte junto da sociedade portuguesa, torna-se indispensável que as mensagens neles referidas cheguem ao “berço” onde todos se encontram, de forma a passar a mensagem do quão vale a Ética do Desporto, a Ética no Desporto e os comportamentos que devem ser trabalhados para que se aproveitem, ao máximo, os textos em divulgação, criando diálogos com os jovens (graus de ensino apropriados), os menos jovens (dirigentes dos clubes), árbitros, juízes, treinadores, pais, os que mais junto dos praticantes desportivos se encontram.