O Benfica (masculino) e o Sporting de Braga (feminino) sagraram-se duplos campeões nacionais de crosse (masculino e feminino), na comemoração do 100º aniversário da competição, a primeira prova coletiva que teve lugar em Portugal (1911), evento que decorreu na Amora (Seixal).
Na competição masculina – dominada pelos quenianos (Edward Zakayo-Benfica), que venceu, e Vincent Rono (Sporting), 2º – o Benfica fez a dupla nos títulos principais, contrariando (reforçando a confiança, apesar da ausência de Samuel Barata, campeão no ano passado) de alguma forma algumas perspetivas menos positivas, pelo que a sessão, a este nível, começou da melhor forma para a formação benfiquista.
Edward Zakayo (Benfica) completou os 9 km em 26m30s, com Vicent Rono (Sporting) a chegar na segunda posição (26h49), com Etson Barros (Benfica) a fechar o pódio (13 pontos) com o tempo de 26m55s, como campeão nacional e, ainda, de sub23.
Na classificação coletiva, o Sporting (33) e o Braga (78) completaram o pódio, no segundo e terceiro lugares.
No final da corrida, Etson Barros salientou que “fiz uma prova de trás para a frente e consegui ter a noção de que o Benfica estava a ocupar uma grande mancha na dianteira da competição. Na parte final consegui aumentar o ritmo e conquistar este primeiro título, pelo que estou muito contente com esta vitória. Agora é hora de continuar a trabalhar para competir nos grandes palcos europeus e mundiais”.
Na corrida feminina, a nova Princesa do meio-fundo português colocou-se na liderança após o tiro de partida, teve um pequeno “desmaio” na última volta, mas recuperou a tempo de voltar a sagrar-se campeã nacional, confirmando que os genes que a mamã (a campeã Albertina Machado) lhe transmitiu ao longo da maternidade eram algo de significativo para a obtenção do quarto título pessoal, que conquistou depois de ultrapassar a queniana Fancy Cherono (Sporting), com plena pujança, para passar à frente da mãe quanto ao número de triunfos conquistados nesta competição, que contribuiu decisivamente para obtenção também do título coletivo, ante um Sporting algo distante dos bons tempos de campeão dos campeões.
Mariana cumpriu os cerca de 7 km em 24m26s, à frente de Francy (24m31s) e da espanhola Ester Navarrete (Braga), com 24m32s, seguindo-se Neide Dias (24m39s) e Ana Ferreira (25m06s), ambas do Sporting, que fecharam a equipa com o 8º lugar de Carla Rocha (19 pontos), depois do Braga (17 pontos), e antes do Recreio de Águeda (45), que fechou o pódio.
Mariana Machado referiu que “este ano pela primeira vez optei por uma estratégia completamente diferente da minha zona de conforto. Comparativamente com as outras atletas sabia que era mais rápida e consegui impor o ritmo. A atleta queniana tentou, mas eu ainda tinha forças para na parte final aumentar o ritmo. Estou muito feliz, porque não tinha feito uma preparação específica para o corta-mato, ao contrário dos anos anteriores, e por isso estou contente com esta vitória”.
Salienta-se ainda o título de campeã nacional de sub-23, conquistado pela atleta do Sporting, Inês Borba, atleta radicada nos EUA e estudante de quinesiologia.
A primeira competição do calendário internacional da nova época vai ser o campeonato europeu de crosse, em dezembro próximo, em Bruxelas, estando agora a federação portuguesa a analisar a composição das equipas a viajar, que devem ser conhecidas ainda esta semana.
Neste evento, foram ainda homenageados os atletas e as atletas (vivas) que se sagraram campeãs nacionais, ao longo dos anos, bem como mundiais e europeus desta especialidade.
Nos mais jovens (sub20), Diana Fernandes (Feirense) e Lourenço Rodrigues (Juventude Ilha Verde-S. Miguel) foram os vencedores.
Petra Santos (Núcleo Oeiras) e Maria Avelino (Maia), completaram o pódio feminino, enquanto o Maia se sagrou campeã coletivo, seguindo-se o Sporting e o Benfica.
Lourenço Rodrigues venceu no tempo de 13m57s, à frente dos atletas do Sporting, João Santos (14m01s) e Rui Mineiro (14m15s), respetivamente.
Coletivamente venceu o Sporting, com o Benfica e a Juventude Ilha Verde, respetivamente na segunda e terceira posições.
Em sub-18, Lara Costa (União Desportiva da Várzea) sagrou-se bicampeã nacional, em 12m33s, num percurso de aproximadamente 3 km, à frente de Stela Fernandes (12m53s), do Gira Sol, e de Cátia Khavas (13m05s), do Núcleo de Oeiras.
O Sporting venceu por equipas, com a União Desportiva da Várzea e o União Atlético Povoense, respetivamente nos lugares seguintes do pódio.
Na prova masculina, Manuel Santos (Gira Sol), sagrou-se campeão nacional, num percurso de aproximadamente 5 km, chegando à meta em 14m34s. João Ferreira (14m45s) e Tomás Costa (14m48s), do Sporting, completaram o pódio, na segunda e terceira posições.
O Sporting também venceu, seguido do Braga e do Núcleo de Oeiras.
Foi ainda realizada a estafeta mista, que foi ganha pelo Sporting de Braga, à frente do Sporting e do GRECAS.
Estes Campeonatos contaram ainda com a participação dos atletas do atletismo adaptado, com Sandro Baessa (1º lugar), Cristiano Pereira (2º lugar) e Leonel Alves (3º lugar) a serem os mais rápidos na categoria de deficiência intelectual. Rúben Monteiro e Sérgio Sousa classificaram-se, respetivamente na segunda e terceira posições na categoria de deficiência motora e Francisco Laranjeira venceu na categoria de surdos.