Quinta-feira 24 de Novembro de 2631

Africanos voltaram a dominar em toda a linha na Meia e Maratona de Lisboa

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Marcelino Almeida / FPA

Atendendo às altas temperaturas que se esperavam para a zona da capital do país, Carlos Móia ainda “balançou” no “se faz” ou “não faz”, tendo avançado para a “guerra” contra o calor, baixando a hora da partida das duas principais provas.

Foi uma medida que deu resultados, porquanto toda a elite estava instalada na capital, estando justificada a presença dos melhores, pelo que o melhor seria de avançar. E assim se fez, pese embora, como se previa, os resultados não seriam tão bons. Aliás, nem todos os dias se podem obter recordes.

Na EDP Maratona de Lisboa, como tem sido tradicional, do grupo inicial, mais lato, começam a salientar-se os que, com a passagem dos quilómetros, mais se adaptam às características do piso e às condições climatológicas, ao cansaço e ao aspeto psicológico, para poderem imprimirem andamentos mais ou menos rápidos.

Nessa perspetiva, como é sabido, os atletas africanos são umas autênticas “feras” do alcatrão, porquanto basta ligar a “ignição” e saem a toda a velocidade. Neste campo, tudo se provou até que chegou mais perto da linha de chegada, onde se formou um trio que só na parte final é que se “desenvencilhou”, quando o etíope Birham Tesfaye se isolar e “despedir” a caminho do triunfo.

Tesfay cumpriu os 42.195 metros no tempo de 2.09.31, suplantando o queniano Douglas Kipsanai, registado com 2.09.49 e o ugandês Timothy Toroitchich, com 2.09.58. seguindo-se os quenianos Silas Too (2.10.01) e Asbel Kiprop Rutto (2.10.39).

EDPMaratonaLisboa-08-10-2023

Marcelino Almeida / FPA

José Sousa foi o melhor português, na 11ª posição, com 2.25.07, sagrando-se ainda campeão nacional da distância, considerando que a competição também serviu como Campeonato de Portugal, validado pela Federação Portuguesa de Atletismo.

O atleta do S. Salvador do Campo conseguiu o segundo título nacional e, recentemente, conseguira um recorde pessoal em Berlim (2.14.49), fez toda a prova como um dos marcadores de ritmo da elite.

Depois do título em 2018, este triunfo “cai um pouco de surpresa, uma vez que não era este o meu objetivo”, afirmou José Sousa, que em 2022 foi vice-campeão nacional, ainda a perceber que era o campeão português.

Pouco depois chegou André Costa, Casa do Benfica de Reguengos de Monsaraz, campeão em 2022, que terminou com 2.27.39, enquanto o terceiro classificado foi Marco Pinto, do El Comandante Team, 2.37.40.

Na Maratona feminina, a etíope Aberu Mulisa venceu, isolada, com o tempo de 2.25.06 horas, ganhando às compatriotas Fantu Gelasa (2.29.20) e Kasu Lemeneh (2.29.32).

Quando às portuguesas, foi necessário esperar pelas três horas de prova para encontrar a campeã de Portugal, Jennifer Maia (Casaense), com 3.01.14. Uma surpresa para a atleta portuguesa, que até tinha visto chegar primeiro outra portuguesa, Laura Grilo (que terminou com 2.57.56), que não estava inscrita nos Campeonatos de Portugal.

Ainda subiram ao pódio as atletas Sabina Neca (Senhora do Desterro), com 3.06.21, e Célia Barbosa (FC Penafiel), 3.18.29.

Na maratona, correspondente ao desporto adaptado, registe-se o triunfo de Ricardo Rodrigues, do El Comandante Team (3.13.39).

Na Meia Maratona, Abraham Cheroben (Bahrein) foi o primeiro na Praça do Comércio, com o tempo de 1.00.20, à frente do queniano Antony Kimutai Chebii (1.00.30) e o etíope Adane Ayele (1.00.40).

Rui Pinto, na sexta posição, foi o melhor português na distância, com 1.04.22, seguindo-se Miguel Borges (7º) com 1.06.45 e Rui Teixeira (1.06.50).

Na prova feminina, a etíope Enatnesh Tirusew percorreu os 21 quilómetros em 1.08.40, com o pódio a completar-se com mais duas compatriotas: Aynadis Tadesse (1.09.03) e Senayet Chekol (1.09.37).

Susana Godinho, com o tempo de 1.13.12 horas, na quarta posição, foi a melhor portuguesa em prova, com Solange Jesus em 6ª (1.14.01) e Sara Moreira em 7ª (1.16.07), esta última de regresso à atividade depois de um período longo de ausência.

Kelvin Kiptum WORLD RECORD 2023

World Athletics

Recorde do mundo da maratona para queniano Kelvin Kiptum

Kelvin Kiptum bateu o recorde mundial da maratona de forma sensacional na Maratona de Chicago, neste domingo, depois de completar os 42.195 metros no tempo de 2.00.35, batendo a anterior marca, alcançada por Eliud Kipchoge, em 34 segundos.

Nos primeiros quilómetros, Kiptun (23 anos), chefiou sete corredores e vários “pacers” formaram um pelotão da frente, mas com pouco mais de 5km, apenas Kiptum, vencedor da Maratona de Londres, e Daniel Kibet Mateiko permaneceram em contato no mesmo ritmo.

A dupla estava bem abaixo do ritmo do recorde mundial quando chegou à metade da prova em 1.00.48, mas foi somente quando Kiptum disparou, faltando 10km, que a marca de Kipchoge em Berlim no ano passado voltou à tona.

Campeão em 2022, o queniano Benson Kipruto foi o segundo com 2.04.02, com o belga Bashir Abdi em terceiro, 30 segundos atrás.

Kiptum, que já tinha ameaçado bater o recorde em Londres, em abril, disputou apenas a sua terceira maratona, tendo superado a marca do seu compatriota Eliud Kipchoge (2.01.09), estabelecida em 2022, em Berlim.

O atleta queniano, que passou à meia-maratona com 1.00.08 horas, acelerou na segunda metade da corrida, na qual abandonou ao quilómetro 33 a companhia do seu compatriota Daniel Mateiko, seguindo depois sozinho para a meta, debaixo de condições meteorológicas favoráveis (entre sete e 10 graus, com tempo coberto).

Apenas um ano depois da sua primeira maratona, em Valência, que venceu em 2.01.53, Kiptum torna-se no atleta mais rápido da distância rainha do atletismo, tendo vencido as três provas disputadas até ao momento, o que não deixa de ser de um ineditismo extremo, aguardando-se a confirmação de que tudo estava dentro das conformidades regulamentares definidas pela World Athletics.

A neerlandesa Sifan Hassan, apenas seis meses depois de ter sido medalhada nos Mundiais de atletismo de Budapeste, venceu claramente a prova feminina, tendo alcançado a segunda melhor marca de sempre da distância (2.13.44).

Hassan, 30 anos, conseguiu esta marca apena duas semanas depois da etíope Tigst Assefa ter estabelecido a melhor marca de sempre, ao vencer em Berlim com 2:13.44 horas.

 

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