De um sossego relativo na sexta-feira e sábado, este domingo chegou a “tempestade” ao Dragão e à Pedreira, onde FC Porto e Sporting de Braga perderam pontos ante o Arouca e o Sporting, com o Conselho de Arbitragem a divulgar que vai analisar o que se verificou no FC Porto-Arouca.
Semana após semana – com apenas quatro jornadas cumpridas – o ambiente da “clubite” agrava-se a olhos vistos, em especial pela falta de ética, de transparência e de integridade de muitos dos atores em serviço em vários recintos desportivos. Melhor não podia ser.
Isto porque, essencialmente, as leis deixam muito a desejar (permissivas em quase toda a linha, brandos costumes, regulamentos à “moda dos clubes” – afinal os que querem mandar nisto tudo – num “up grade” de ausência de fair play, de espírito desportivo, onde o “umbigo” de cada um manda mais que o bolo para todos os envolventes.
Torna-se cada vez mais “tenebroso” o que se vai vendo, lendo, ouvindo, sem que ninguém (em especial o Governo) queira tomar, a sério, as rédeas da organização desportiva em Portugal, com referência lata ao Futebol, que quer ser o “dono disto tudo”, como se percebe facilmente.
E enquanto continuar assim, Portugal corre o risco de soçobrar como um “castelo de cartas” e talvez não só em relação ao Futebol, porquanto o edifício jurídico nacional deixa muito a desejar.
Mas avancemos para o que foram os últimos jogos da ronda 4, realizados este domingo.
O Moreirense “atreveu-se” a ir ganhar a Chaves (2-1), numa partida em que os donos da casa dominaram em toda a linha (15-9 em remates, dos quais 6-2 para a baliza, com a posse de bola de 63/37%, segundo a Liga Portugal).
Em contra mão, o Moreirense marcou o primeiro golo aos 3’, por Guimarães, tendo o Chaves empatado (72’) por intermédio de Langa, para o Moreirense se chegar à frente através da marcação do segundo golo (84’), por Camacho.
No Estoril, também foram os visitantes (Boavista) a ganharem (2-1), com os boavisteiros a adiantarem-se no marcador (4’), com um golo de Malheiro, tendo Marqués (34’) empatado e, ainda na primeira parte, o Boavista chegar ao 2-1 (41’) por intermédio de Morais.
No jogo jogado, os visitantes remataram mais (14-11 dos quais 8-3 para a baliza), sendo que o Estoril só teve maior posse de bola (54/46%), o que foi suficiente para conquistar os três pontos da vitória.
No terceiro jogo, pela ordem cronológica definida, o Arouca foi o primeiro a marcar no Dragão (84’) por intermédio de Cristo, enquanto – depois de algumas peripécias com a arbitragem – o FC Porto chegou ao empate (90+19’) – fazem-se compensações até que alguém empate ou desempate, pelas dúvidas que isso deixa ao critério de cada árbitro – quando Evanilson chegou ao empate, depois de os portistas terem desperdiçado uma grande penalidade, por defesa do guardião do Arouca.
O FC Porto dominou em toda a linha (13-10 em remates, dos quais 3-2 para a baliza, numa posse de bola de 69/31%) mas não atinou com a baliza contrária, o que originou os “solavancos” tidos ao longo do desafio, “esticado” demasiadamente em função do que foi a realidade.
No Sporting de Braga-Sporting, os leões de Lisboa começaram melhor, dominaram durante meia hora, até que Pedro Gonçalves abriu o ativo (26’), com um potente remate feito depois de entrar na grande área, levando a bola a entrar pelo ângulo superior direito, no modo em que o Sporting jogou no primeiro tempo.
A partir daí foi que um “mastigar-mastigar”, com poucos motivos de futebol de qualidade, também pelas substituições que os dois treinadores fizeram (que não deram resultado), levando o Sporting de Braga a empatar (78’) por Djaló, na marcação de um livre direto, fora da área, em que o avançado bracarense rematou forte, em arco, a meia altura, em que a defesa leonina ficou com os pés no chão (incrível), Adán não viu a bola partir e não chegou a tempo de poder tocar-lhe antes de entrar na baliza, apesar do esforço feito na estirada sem glória.
O Braga dominou com mais remates (8-5, dos quais 2-2 para a baliza) e maior posse de bola (57/43%), tendo a partida terminado com a expulsão do técnico dos bracarenses, Artur Jorge.
Assim vai o nosso futebol, na altura em que se fazem as contas dos negócios feitos com as transferências – quem gastou ou vendeu mais, se o haver foi melhor do que o vender!
Na classificação, o Boavista, FC Porto e Sporting seguem no comando, com 10 pontos, seguindo-se o Benfica e Guimarães (9), Famalicão (7), Arouca (6), Casa Pia (5) e Sporting de Braga (4), bracarenses que tem menos um jogo, que cumprem no dia 9, frente ao Moreirense.
Nos marcadores, Paulinho (Sporting) somam 4 golos, seguindo-se Di Maria (Benfica), Bozenik (Boavista), Clayton (Casa Pia), Rafa (Benfica), Alejandro Marqués (Estoril), Cristo Gonzalez (Arouca), todos com 3.
Face aos jogos da Seleção Nacional, a 5ª jornada retorna na sexta-feira, dia 15, com o jogo Estrela da Amadora-FC Porto (19h15), ronda em que o Vizela recebe o Benfica; o Farense joga em casa com o Sporting de Braga e o Sporting também joga em casa com o Moreirense.