Apesar de uma temperatura amena e molhada, João Vieira e Inês Henriques não concluíram as provas de 35 km Marcha, porquanto foram forçados a abandonar a competição.
O atleta com maior número de participações em Mundiais (13 presenças), na zona mista, onde chegou algum tempo depois, afirmou que “é bastante duro desistir, para quem pensava terminar a prova com um excelente resultado. Não me senti muito bem no aquecimento, fiquei um pouco maldisposto, senti-me bastante cansado durante a competição e não deu para prosseguir porque entrei num estado de exaustão acentuada”, tendo acrescentado que sentiu “fadiga, o sistema nervoso não funcionou e vomitei após o aquecimento, tudo isso contribuiu para o mau dia de hoje, mas tenho de levantar a cabeça. Já são muitos anos e quero continuar a dar alegrias ao povo português e é isso que vou continuar a fazer”.
Em conversa com os jornalistas, o recordista nacional da prova admitiu ter-se ressentido do esforço da prova dos 20 quilómetros, disputada no sábado passado, após a viagem atribulada de Lisboa, com pernoita forçada em Frankfurt, na Alemanha.
Inês Henriques lamentou o dia duro e triste na sua despedida dos 35 km, com a desistência no terço inicial da prova.
“Foi um dia duro e triste, porque queria terminar. Por mim, pelo meu treinador de sempre [Jorge Miguel], que infelizmente não pôde estar por doença, pela minha família, por todo o apoio que me tem dado, e por ser a última prova de 35”, afirmou a atleta, aludindo à retirada da distância do programa olímpico para Paris2024.
Inês Henriques, campeã do mundo dos 50 quilómetros em Londres2017, parou após uma hora de prova, tentando retomar a marcha, para cumprir o objetivo de acabar. “Queria terminar, mas o corpo não reagia. Nas provas longas é complicado termos problema logo ao início, porque faltam muitos quilómetros, quando se tem problemas aos 25/30 quilómetros, “ainda se aguenta mas o meu corpo não reagia. Ainda era muito cedo, ainda faltava muito, eu parei, tentei retomar, mas não reagia, e, quando o corpo não responde, a cabeça também não deixa. É uma bola de neve e não conseguimos sair dali”, resumiu.
Na prova da ribatejana, não terminaram oito atletas e duas foram desclassificadas.
Entretanto, depois do visionamento do vídeo da prova – que continua a passar nas redes sociais – verificou-se que o campeão mundial dos 400 metros barreiras, o norueguês Karsten Warholm, passou uma das barreiras com o pé esquerdo por fora da tábua que encima o obstáculo, o que é passível de desclassificação do atleta.
Até ao momento, não é conhecida qualquer reclamação por parte de quem for (o segundo também foi um atleta da Noruega), mas os juízes responsáveis pelas corridas podem (devem) rever estas situações e colocarem a verdade acima de tudo, pelo que devia ser aplicada a desclassificação do referido atleta, isto a ser verdade a imagem que corre mundo (que pode ter sido deturpada). Seria bom investigar o vídeo original.
No medalheiro, os Estados Unidos da América continuam a correr (saltar e lançar) “sem adversários à altura”, somando 19 medalhas (7 de ouro, 6 de prata e 6 de bronze), seguindo-se Espanha, com 4 (4-0-0); Jamaica, com 8 (2-3-3); Grã-Bretanha, com 5 (2-2-1); e Canadá, com 2 (2-0-0).
Esta sexta-feira cabe a Leandro Ramo, na qualificação do lançamento do dardo, a representação da equipa nacional, com o recordista de Portugal (84,78 metros) a estar incluído no grupo A, que compete às 10h10 (9h10 em Portugal).