Quinta-feira 21 de Novembro de 2024

Mundial de Atletismo fechou quinto dia com despiques mas com portugueses arredados da ribalta

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Sportmedia / FPA

Isaac Nader 12º na final dos 1.500 metros e Mariana Machado não alcançou o apuramento para a final dos 5 000 metros, goraram algumas expectativas criadas mas foram eliminados nas meias.

Estavam altas as expetativas de Isaac Nader. Tão altas como a sua ambição, mas ainda não foi desta que o português obteve o tão merecido prémio que almeja. Como se previa, face à qualidade dos finalistas, a corrida foi muito rápida (56,03 aos 400 metros; 1.54,19 nos 800 metros; 2.49,53 nos 1.200 metros e 3.35,51 para Nader), para que os principais favoritos não fossem surpreendidos.

Como aconteceu nas rondas anteriores, Isaac Nader até estava bem colocado à entrada da última volta, mas a partir dos 1.200 metros não conseguiu manter a posição, teve que sair em busca de um melhor lugar, mas já era tarde para chegar mais à frente.

“A prova foi como eu pensava. Tentei colocar-me bem, pois o norueguês [Jakob Ingebrigtsen] costuma partir a corrida e eu consegui corresponder. Mas os metros finais foram muito difíceis”, salientou Nader, que ainda não encontrou “resposta para o que aconteceu, porquanto cheguei aqui na minha melhor forma de sempre, mas faltou qualquer coisa”.

“tenho que trabalhar mais para poder estar bem em situações destas de fazer três corridas, sendo que um dos objetivos passa por bater o recorde de Portugal e também ter uma boa prestação nos Jogos Olímpicos de Paris 2024”, acrescentou ainda

Na segunda das meias-finais, Mariana Machado “apanhou” com um comboio que não esperava, certamente, dado que a holandesa Sifan Hassan, desde o tiro de partida, colocou a prova num ritmo alto, ao invés da primeira das meias-finais que foi mais lenta. Com esse forte ritmo, Mariana Machado ainda correu os primeiros dois quilómetros ao ritmo do seu recorde pessoal, mas depois foi ficando para trás, para voltar a ganhar energia no último quilómetro, mas já tarde para outro desfecho. A portuguesa foi 14ª com 15.28,47”.

No final da prova, em que tardou mais um pouco a recuperar, a bracarense, campeã mundial universitária, apresentou-se na zona mista “satisfeita com a presença nestes campeonatos do Mundo, embora esperasse alcançar aqui outra marca. O ritmo estava muito elevado, foi muito exigente para mim. Num país de 10 milhões, estou aqui a competir, num ano em que também acabei o quinto ano do curso de medicina. Dei tudo e tentei estar na luta até ao final”, salientou a jovem atleta, que não se coibiu de dar um recado «a quem acha que é fácil estar no alto rendimento e critica alguns dos resultados dos nossos atletas, convidando-os a irem visitar-nos nos treinos. Eu estarei diariamente no Estádio Primeiro de Maio, em Braga, onde espero continuar a trabalhar, com mais intensidade, para poder estar mais forte e mais capacitada para corresponder a competições muito exigentes como são os Campeonatos Mundiais”.

Na jornada matinal desta quarta-feira, Patrícia Silva, Pedro Buaró e Lorene Bazolo não conseguiram apuramento para as rondas seguintes.

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Sportmedia / FPA

A primeira em competição, Patrícia Silva, terminou em oitavo lugar na série de 800 metros, com 2.05,54”, aquém do apuramento para as meias-finais.

Patrícia Silva, que esta época ficou à beira de baixar dos dois minutos (2.00,07), não se aproximou dos seus objetivos. «Não é o que eu queria, mas foi o que as pernas me deixaram fazer. Estou muito grata e satisfeita por estar pela primeira vez nos mundiais absolutos, que não era propriamente o meu objetivo no início da época, em que a ideia era ir melhorando as minhas marcas pessoais, o que consegui. Sinto que não conseguimos estender a minha forma para poder estar em pico de forma nestes Mundiais”, afirmou.

Adiantou ainda que “foi uma experiência necessária, perceber o que é correr como as melhores, que quero voltar a fazer. Tenho de trabalhar para voltar a estes palcos e fazer o que penso poder vir a realizar no futuro. Quanto ao dia de hoje, esta marca não é, nem de perto nem de Longe, a que eu queria realizar nestes campeonatos do Mundo, mas foi o possível, atendendo a que a época para mim foi muito longa e nos meses em que tentamos prolongar o pico de forma, especialmente o mês de julho, foi particularmente difícil, porque estive duas vezes doente”.

Quase à mesma hora Pedro Buaró participou na qualificação do salto com vara. Incluído no grupo A, o jovem português saltou 5,35 metros à segunda tentativa e depois falhou as três tentativas que tinha a 5,55 m. Na última, parecia que a tinha passado, mas um ligeiro toque deixou a fasquia a abanar nos apoios e acabou mesmo por cair, o que levou a que o ensaio ficasse nulo. Terminou em 15º com a marca de 5,35 m.

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Sportmedia / FPA

Pedro Buaró referiu que “pensei que tinha passado, mas a fasquia acabou por cair e fiquei fora dos saltos seguintes. No entanto, estou satisfeito por estar pela primeira vez num campeonato do Mundo e abrir com uma marca que era um objetivo do ano. Felizmente as coisas correram melhor e deu para chegar aqui. Sinto que dava para bater o recorde pessoal, mas acabou por não acontecer. Agora quero trabalhar com mais vontade para poder conseguir a marca de qualificação direta para os Jogos Olímpicos para poder preparar essa prova com maior tranquilidade”.

Lorene Bazolo correu na segunda série dos 200 metros, com 23,13, onde foi sexta classificada. Como seriam apuradas diretamente as três primeiras e as seis melhores marcas seguintes, Lorene foi “obrigada” a ficar na sala de apuramento até aparecer alguém que corresse mais rápido. Isso só aconteceu no final da última série, com cinco das atletas a correrem abaixo de 23 segundos, fazendo com que Lorene fosse a primeira das não apuradas.

“Foi um sentimento agridoce estar naquela sala. Por um lado, estamos felizes por estar dentro da qualificação, por outro temos sempre o receio de sair na próxima, o pior é mesmo isso acontecer só na última”, afirmou ainda a atleta.

O que também se deve ainda referir é que nenhum dos atletas portugueses que entrou em competição almejou chegar a algum recorde pessoal ou mesmo nacional.

Nos despiques finais da ronda, o norueguês Karsten Warholm voltou confirmar porque chegou, novamente, ao ouro nos 400 metros-barreiras, que venceu com 46,89; a meia surpresa do ouro conquistado por Marileidy Paulino (R. Dominicana) nos 400 metros, com um novo recorde nacional de 48,76, e John Kerry (EUA) que bateu a “estrela” norueguesa do meio fundo, Jakob Ingebrigtsen, com uma melhor marca pessoal do ano nos 1.500 metros (3.29,38), deixando o atleta da Noruega na segunda posição a 27 centésimos.

No medalheiro, os Estados Unidos da América correm “sem adversários”, somando 14 medalhas (7 de ouro, 4 de prata e 3 de bronze), seguindo-se a G.Bretanha, com 4 (2-1-1); a Espanha, com 2 (2-0-0); a Etiópia, com 6 (1-3-2) e a Itália, com 3 (1-1-1).

Esta quinta-feira, sexto dia dos Campeonatos, apenas dois portugueses estarão em competição e ao ao abrir do programa. Às 7h00 será dada a partida (em simultâneo) dos 35 km marcha, com João Vieira e Inês Henriques, os dois portugueses com maior número de participações em Mundiais.

 

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