Isaac Nader qualificou-se, este domingo, para a final dos 1.500 metros do Mundial, que decorre em Budapeste (Hungria), salientando-se ainda o apuramento de Tiago Pereira para a final do triplo-salto, tal como de Liliana Cá para a final do disco.
Relevo também para João Vieira, que foi o primeiro finalista luso nesta competição (final direta dos 20 km marcha), onde terminou na 33ª posição, no que foi a 13ª presença, sendo outro dos atletas que mais presenças regista nesta prova.
Dia de festa em Budapeste para Portugal (e em toda a Hungria, pois é feriado, Dia Nacional da Hungria), com o apuramento de Isaac Nader para a final dos 1 500 metros. Desde 2005, em Helsínquia, quando Rui Silva conquistou a medalha de bronze, que nenhum português chegava a uma final na distância.
O atleta português entrou determinado na competição, onde estava o grande favorito o norueguês Jakob Ingebrigtsen (que se manteve no final do pelotão até duas voltas finais). Sempre bem colocado, Nader ganhou o seu espaço e na última volta conseguiu controlar o apuramento (passavam os seis primeiros) e terminou em quinto lugar com 3.35,31.
No final da corrida, garantiu que não era do seu agrado, ou não, “o ritmo da corrida. Comecei um pouco lento e depois foi aumentando a passada. Na parte inicial estava bem colocado, mas tinha um concorrente a dar muitos toques no braço para me afastar, mas tentei manter aquele lugar, pois era meu, se ele quisesse que ultrapassasse por fora ou ficasse para trás. Defendi essa posição e tentei resistir nos lugares de apuramento até ao fim”.
Acrescentou ainda Issac que “com estas mudanças de ritmo, podemos estar um pouco impacientes e usarmos um ritmo mais forte que nos pode fazer falta nos metros finais. Agora estou mais experiente, pensei para comigo que tinha de esperar um pouco mais e quando o norueguês me passou fui atrás dele. No final deu para gerir uma vez que o apuramento estava alcançado”.
Sobre a final (na quarta-feira), o atleta luso relatou que “quando chegamos a uma final, todos queremos lutar por uma medalha, mas os 1.500 metros estão com um nível fantástico e pode acontecer de tudo. Até ser o último da final, que significa que somos o 12º do Mundo. Chegar aqui e a este ponto é já um feito extraordinário. Mas, não julguem mal, eu tenho sonhos e o meu sonho é chegar a campeão olímpico, mundial ou europeu. É para isso que estou a trabalhar, cada vez com mais experiência e mais capacidade para responder”.
Ana Cabecinha qualificada para os Jogos Paris2024
Ana Cabecinha conseguiu este domingo, marca de qualificação para os Jogos Olímpicos de 2024 na prova dos 20 km marcha. O feito foi obtido na final dos 20 km marcha, enquanto Liliana Cá conseguiu o apuramento para a final do lançamento do disco.
Num circuito de um quilómetro traçado no centro da cidade, na Praça dos Heróis, em pleno Dia Nacional da Hungria, estando sempre num segundo grupo, respeitando o seu próprio ritmo, Ana Cabecinha terminou a prova (final direta) em nono lugar, com a marca de 1h28m49s, o melhor resultado desta temporada e conseguiu a qualificação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
A outra portuguesa presente, Vitória Oliveira, conseguiu um recorde pessoal de 1h33m04s (sexta portuguesa de sempre) fechando na 23ª posição (uma retificação posterior).
“Levantei-me com sorriso na cara. Só por isso senti-me satisfeita por estar neste mundial. Depois tentei desfrutar de cada km deste campeonato, ao sorrir e encontrar-me em cada volta. Isso aconteceu, por isso estou tao feliz, por estar aqui e ter conseguido a qualificação olímpica”.
Analisando os resultados, a portuguesa terminou como a terceira melhor atleta europeia, tendo referido que “ser a melhor europeia, embora não se possa daqui retirar nada mais, tem algum significado, pois na taça da Europa (Campeonato da Europa de equipas em marcha) também fui terceira, embora tenha apanhado atletas diferentes. Também estou contente pela vitória da minha amiga Maria Pérez e mais ainda pelo resultado da Vitória Oliveira. A marcha está de parabéns pelos resultados alcançados”.
Nos 400 metros, Cátia Azevedo, foi quarta classificada com 51,93 segundos, que a deixou fora das meias-finais.
“Estava à espera de uma prova dura, mas estava crente e nós temos de acreditar do princípio ao fim. Quando vi a minha marca sabia que ia ser muito difícil ser apurada, tendo em conta o nível que os 400 metros estão a ter, estamos muito equilibradas. Queria ter corrido em marca de qualificação olímpica, mas não consegui”, disse a atleta que ontem fez parte da estafeta mista de 4×400 m.
“Senti-me bem, a recuperação foi difícil, mas tinha de ser, tínhamos um compromisso de equipa e eu levei-o até ao fim”, disse a atleta que aludiu ao facto de João Coelho não ter feito parte da equipa.
O mesmo João Coelho que pouco depois correu a terceira das séries dos 400 metros, classificando-se em sexto lugar com o tempo de 45,38 segundos. Longe do apuramento.
“Esperava mais, mas devido a tudo o que aconteceu acho que tive uma boa performance. Não é este resultado menos bom que prejudica a minha época. Como disse há pouco, foi uma semana complicada, uma viagem atribulada, depois fiquei na pista nove, nada estava a meu favor”, referiu olhando em frente: “Agora temos de seguir em frente e preparar os Jogos Olímpicos do próximo ano, onde espero estar”.
Ainda durante a manhã, competiram Liliana Cá, que foi apurada para a final do lançamento do disco com a marca de 63,34 metros, que a deixou no quinto lugar do grupo A. Um resultado que deixou a atleta satisfeita por chegar a uma final que poderia ter sido mais difícil de conseguir devido ao cansaço da viagem.
No grupo B, Irina Rodrigues conseguiu o seu melhor lançamento ao terceiro ensaio, com a marca de 57,08 metros. “Estou feliz por estar nos meus sextos campeonatos, os primeiros como médica. É claro que gostava de ter realizado uma melhor marca, mas dei tudo o que tinha, e como diz o ditado, ‘quem dá tudo o que tem, a mais não é obrigado’, por isso estou satisfeita. Especialmente num ano em que a aposta foi precisamente em terminar o meu curso. O ter vindo aqui mostrou que é possível apostaria em duas situações, nesta carreira dual, e pretendo ainda conseguir competir nos Jogos Olímpicos “, disse a atleta no final da sua prova.
A finalizar a manhã, as duas velocistas portuguesas estiveram na primeira ronda dos 100 metros e ambas ficaram sem acesso às meias-finais.
Arialis Martinez, que correu na sexta série e foi sétima classificada com a marca de 11,47, salientou que “sentia que a prova não seria a melhor do ano, mas não estou triste. Fiz uma boa época, devido a uma lombalgia não treinei como era necessário. Não é desculpa, mas é uma condicionante. Estou contente por voltar a mundiais, estar no alto rendimento. Agora é continuar o trabalho para melhorar “, disse no final.
Lorene Bazolo, na última série dos 100 metros, já lhe dava uma pequena oportunidade de perceber como teria de correr. Foi quarta classificada, com a marca de 11,29, a escassos três centésimos da marca da última apurada para a ronda seguinte. “Já seria muito duro em condições normais, mas cometi um pequeno erro na partida e já não fui a tempo de emendar “, referiu insatisfeita, mas conformada com o resultado.
A atleta vira-se agora para os 200 metros onde tem os mesmos objetivos, “de seguir em frente e conseguir o meu melhor.
As competições continuam nesta segunda-feira, no período da tarde, com dois portugueses. Nos 400 metros barreiras, primeira ronda, estará Fatumata Diallo, a partir das 18h50, pelas 19h40 (18h40 em Portugal), Tiago Pereira tem a final do triplo-salto.