João Vieira, dono de uma carreira brilhante, nacional e internacionalmente, recorreu à resiliência que lhe é característica e apontou o foco à linha de meta, tendo percorrido os 20 km marcha no tempo de 1h23m27s, correspondente ao 33º lugar no geral da prova e em Budapeste.
O atleta treinado por Vera Santos, que se tem dedicado às distâncias mais longas, tendo conquistado a prata nos 50 km nos Mundiais de Doha, em 2019, perante a exclusão desta distância do programa, assumiu a missão de representar o país ao mais alto nível nos 20 km marcha, numa prova que já sabia que iria ser muito rápida (como, de facto se verificou, com o atletas do segundo ao quinto lugar a baterem recordes nacionais e o vencedor a tornar-se no líder mundial do ano), para depois voltar a entrar em ação na quinta-feira, 24 de agosto, nos 35 km.
“O objetivo é cortar a meta nas duas distâncias”, partilhou o atleta, que já cumpriu o primeiro objetivo, em 1h23m37s, no 33.º lugar. Face ao contexto da realização desta prova, João Vieira disse, no final, que “esta foi uma participação muito positiva”. E acrescentou: “Sou um atleta bastante tranquilo, com a perfeita consciência de que há coisas que não se controlam e por isso é preciso deixar os maus pensamentos para trás e ir para a prova focado e usar a cabeça. Foi isso que fiz e apesar de inicialmente ter tido dificuldade em encontrar o ritmo, dei o meu melhor e fico satisfeito com a minha prestação.”
Ao fim de 13 participações nestes campeonatos, João Vieira confessou que, além do reconhecimento dos seus resultados desportivos, há muitos atletas que lhe têm dirigido palavras de agradecimento. “Muitos atletas vieram dar-me os parabéns e referir que sou um exemplo e uma motivação. Tenho de estar muito contente, porque sempre procurei ser esse exemplo, dar o meu melhor à marcha e ao atletismo e, por isso, esse reconhecimento é algo que me deixa feliz. Agora é focar na recuperação e voltar a dar o máximo nos 35 km”, concluiu.
João Vieira, nos 20 km marcha, a carimbou a 13ª representação das cores nacionais nestes campeonatos, igualando o atleta com mais participações, o espanhol José Manuel Garcia.
O mau tempo tem, de resto, perseguido os participantes nestes Campeonatos do Mundo. Além de dificultar a chegada da delegação portuguesa à capital húngara, uma tempestade surpreendeu os participantes na jornada inaugural, que estava prevista para as 9h50 locais, mas acabou por acontecer com uma hora de atraso.
Também a estafeta mista de 4×400 metros, composta por Omar Elkhatib, Cátia Azevedo, Ricardo dos Santos e Fatumata Dialo, disputou um lugar na meia-final, terminando a sua série na oitava posição (16.ª das suas séries), ficando nesta fase, com o tempo de 3.15,75.
Sem acesso à final ficaram também Francisco Belo e Tsanko Arnaudov, no lançamento do peso, que terminaram a qualificação, respetivamente, na 16ª posição do grupo A (27º na qualificação), com 19,24 metros, e na 13ª posição do grupo B (30º na qualificação), com 19,17 metros.
As últimas portuguesas a entrarem em ação foram Salomé Afonso e Marta Pen Freitas, na qualificação dos 1500 metros, ficando também nesta fase marcada por rondas bastante rápidas. Salomé Afonso disputou a segunda série de qualificação, terminando na 11ª posição (37ª no total), com o tempo de 4.06,55. Marta Pen Freitas competiu na quarta e última corrida, concluindo em 10º lugar (42.ª no total), com o tempo de 4.07,74.