Esta quinta-feira, o primeiro grupo de atletas que integram a seleção nacional que vai estar presente no Mundial de Atletismo de Budapeste iniciará o voo que os levará à capital da Hungria, com o objetivo de conquistarem a 24ª medalha para Portugal nesta competição.
Evento que vai ter a 19ª edição dos Mundiais de pista ao ar livre, que se estrearam em 1983, em Helsínquia, competição que conheceu sempre participação portuguesa, realçando-se que nas últimas cinco edições as mulheres tem estado sempre em número superior ao dos homens (18-11 este ano).
No historial, Portugal soma 23 medalhas (7 de ouro, 7 de prata e 9 de bronze), tendo ainda dezenas de atletas classificados em lugares de finalista (até aos 8 primeiros).
Quanto a medalhas, recorde-se que só em 1987 é que Portugal chegou ao pódio, com destaque para a medalha de ouro alcançada pela maratonista Rosa Mota e a de prata conseguida por Domingos Castro na prova dos 5.000 metros, dois êxitos de relevo e na altura em que o meio fundo e fundo português era um dos melhores do mundo mercê da Escola de Meio Fundo e Fundo implementada pelo saudoso Prof. Mário Moniz Pereira, o técnico que “descobriu” o caminho para o medalheiro português em todas as latitudes, longitudes e na lista de todas as modalidades.
Ainda por medalhas, recorde-se que Portugal é recordista nacional – a grande distância de todas as restantes modalidades – porquanto conquistou nada mais nada menos do que 558 (entre provas individuais e coletivas) de um total de 336 presenças no pódio desde 1976 (28 de fevereiro), quando o campeoníssimo Carlos Lopes conquistou o primeiro ouro ao consagrar-se como campeão mundial de corta-mato.
Se Carlos Lopes foi o primeiro a alcançar o primeiro lugar do “altar” dos campeões portugueses, o último dá pelo nome de Patrícia Mamona, quando alcançou a medalha (336ª) de bronze em 4 de março deste ano (pista coberta).
Um rol de campeões, campeãs e medalhados(as) de fazer inveja a muita gente mas que, como se tem verificado ao longo dos tempos, é uma modalidade que continua sem ter os meios correspondentes aos feitos alcançados.
Nesta comitiva, dois atletas aprestam-se para chegar ao topo dos que somam maior número de participações na prova: João Vieira, que vai para a sua 13ª presença, podendo igualar o espanhol José Manuel Garcia que lidera a lista com 13 participações; e Inês Henriques, que enfrenta a sua 11ª participação, igualando a atleta que tem mais presenças, Susana Feitor, com 11. Ninguém mais, no Mundo, tem este registo, pelo que Portugal continua a ser um dos mais presentes na história da modalidade.
O calendário de provas está definido, salvo eventuais alterações de última hora, sabendo-se que o primeiro atleta português a entrar em competição será João Vieira, na final direta dos 20 km marcha (8h50), no primeiro dia (19), seguindo-se Francisco Belo e Tsanko Arnaudov (eliminatórias do lançamento do disco) pelas 10h30, com a estafeta de 4×400 metros (Mista) a entrar em ação (11h05) e para a qual estão escalados os atletas João Coelho, Osmar Elkhatis, Ricardo Santos, Fatoumata Diallo, Cátia Azevedo e Carina Vanessa.
Antes do almoço (ainda que às 13h15), Marta Pen Freitas e Salomé Afonso estarão na primeira qualificação para os 1.500 metros.
Para o fim do dia de sábado (19h02) Isaac Nader correrá nas eliminatórias dos 1.500 metros, fechando a primeira ronda com a presença (19h35) do campeão mundial Pedro Pichardo na qualificação do triplo salto.
A competição será transmitida em Portugal pela RTP e também pelo Eurosport.