Nelson Oliveira voltou, esta sexta-feira, a afirmar-se como um dos melhores contrarrelogistas mundiais, conseguindo a sexta posição no Campeonato do Mundo, disputado em Stirling, Escócia.
O bairradino esteve ao mais alto nível ao longo de toda a prova de 47,8 quilómetros, embora, como vem sendo habitual em mundiais, tenha conseguido um desempenho em progressão, melhorando a posição com a passagem dos quilómetros.
Num percurso muito extenso, batido pelo vento, Nelson Oliveira concluiu o esforço em 57.11,69 (média de 50,144 km/h). Foi o mais rápido na corrida e foi a sexta vez que Nelson Oliveira terminou um Mundial de contrarrelógio nos dez melhores. Por ser o último Campeonato do Mundo antes dos Jogos Olímpicos, este lugar vale a Portugal a segunda vaga no “crono” de Paris 2024.
“Senti-me bem. Sabia que tínhamos de regular bastante, porque era um contrarrelógio muito longo, com vento de cara na primeira parte. Era preciso guardar alguma coisa para a fase final. Foi isso que fiz. E o corpo respondeu ao que lhe pedia. Sinto-me muito feliz por estar entre os melhores e termos cumprido o objetivo, que era, eu ou o João, ficar nos dez primeiros”, contou Nelson Oliveira.
“Sabíamos que a concorrência era muito forte, mas nós também estamos aqui e temos uma palavra a dizer. Demos o nosso melhor e quando o nosso corpo corresponde a isso, há que continuar a dar o máximo para conseguir os objetivos”, acrescentou o corredor da Seleção Nacional.
João Almeida foi o outro português em prova, terminando na 23ª posição, com 58.26′,85. O caldense pagou com um resultado fora do top 20 o facto de ter começado de forma demasiado cautelosa. No primeiro troço cronometrado, João Almeida fez o 36º tempo, no segundo troço 29.º, no terceiro nono e na última fase foi o quarto mais rápido.
“Nunca tinha feito um contrarrelógio tão longo. Acabei por partir com algumas cautelas por isso, mas também por causa da queda de domingo e por ter estado um pouco adoentado durante a semana. Mas agora, olhando para trás, claramente teria partido mais rápido, porque senti-me bem e no final tinha ainda mais para dar”, admite João Almeida.
O belga Remco Evenepoel sagrou-se campeão mundial, tendo fechado a corrida com 55.19,23. Filippo Ganna ficou com a medalha de bronze, com mais 12,28 segundos do que o vencedor. O terceiro lugar foi para o britânico Joshua Tarling, sub-23 de primeiro ano, a 48,20 segundos da medalha de ouro.
O Campeonato do Mundo de Estrada prossegue neste sábado. Portugal estará representado na prova de fundo para sub-23 por Alexandre Montez, António Morgado, Daniel Lima, Diogo Gonçalves e Gonçalo Tavares.
Será uma corrida de 168,4 quilómetros, entre Loch Lomond e o centro da cidade de Glasgow, onde os corredores irão percorrer sete vezes o circuito urbano que, nas provas de fundo da semana passada, viria a revelar-se demolidor. A partida será às 11h30, prevendo-se a chegada para cerca das 15h30.
Entretanto, Ana Santos terminou a prova feminina de sub-23 de cross-country olímpico (XCO) na 16ª posição, esta sexta-feira, na Escócia. A jovem lusa esteve quase sempre perto dos 10 primeiros lugares, mas acusou a fadiga nas últimas voltas.
O percurso de 22,5 quilómetros (uma start loop e seis voltas) foi percorrido por Ana Santos em 1h22m27s, apenas mais 6m01s que o registo de Maxwell Samara, ciclista neozelandesa que conquistou a medalha de ouro. O pódio ficou completo com as suíças Ginia Caluori e Ronja Blochlinger, segunda e terceira classificadas, respetivamente.
Na prova masculina de sub-23 de XCO, Diogo Neves foi 43º. O jovem português acabou os 26 quilómetros (uma start loop e sete voltas) em 1h20m51s, mais 6m58s que o registo do britânico Charlie Aldridge, o novo campeão do mundo. O francês Adrien Boichis e o suíço Dario Lillo completaram o pódio por esta ordem.
“A Ana Santos esteve na disputa pela 10ª posição praticamente do início ao fim da corrida. Partiu bem e deu muita luta. A duas voltas do fim, começou a sentir alguma fadiga e acabou por ficar em 16ª, uma classificação excelente. Para nós é importante a classificação, mas também o facto de ela já estar a lutar pelo top 10”, explicou Pedro Vigário.
“O Diogo Neves fez uma corrida um bocadinho abaixo daquilo que esperávamos. Tem de continuar a trabalhar porque tem potencial para fazer muito mais do que apenas ficar nos 40 primeiros dos sub-23”, acrescentou o selecionador nacional de BTT.
A participação lusa no Campeonato do Mundo de BTT chega ao fim este sábado, com Raquel Queirós a disputar a final da elite feminina de XCO às 11h30.