Vencendo o FC Porto – que começou a época oficial no seu melhor esplendor, enquanto clube Grande – com mais uma atuação brilhante do técnico Sérgio Conceição e em que Pepe também colaborou (porque os únicos expulsos com cartão vermelho), com o Benfica mais atento ao jogo.
Enquanto Pepe aceitou a saída com fair-play, o técnico portista recusou-se a sair, “impôs” que o árbitro explicasse pessoalmente porque fora expulso, acabando por deixar o campo, dando mais um exemplo da ausência de fair-play que o carateriza, o que vai levar à apresentação de mais uma providência cautelar para poder ir para o banco nos próximos jogos (que o TAD vai aceitar com um “espirito desportivo” glamoroso), como permite a legislação portuguesa e regulamentos que a Liga (diga-se clubes filiados) aprova quando bem entenda, porquanto tem que os defender.
Se no primeiro tempo os portistas dominaram nos remates, o setor mais frágil do Benfica, na segunda parte os homens da Luz, com duas substituições produzidas aos 46’, trilharam o caminho que começou a abrir alas para chegar aos golos, em dois momentos cruciais e para decidir o jogo em apenas sete minutos (61’, por Di Maria e 68’, por Musa), aproveitando erros defensivos da equipa portista.
Pelo meio verificou-se que o árbitro (Luís Godinho) nomeado para o jogo não estava para o “rame-rame” das quedas, dos toques, dos mergulhos para a relva, etc., e levou o jogo a mostrar cartões amarelos logo à primeira (somou 12, a que se juntaram os vermelhos a Sérgio Conceição e Pepe).
No primeiro jogo oficial da nova época 2023/2024, não há dúvida que foi dado o mote do que mais poderá haver a partir daqui, se ninguém se mexer e tomar decisões que zelem pelo interesse dos princípios éticos do desporto, dentro da transparência e integridade exigível, que é o que menos se vê, face aos exemplos verificados no Estádio Municipal de Aveiro, na frente dos mais altos dignatários do futebol nacional e, também, governamentais, sem mão firme para decidirem em conformidade com os códigos deontológicos das profissões e do desporto.
Assim vai a “monocultura” do futebol português, que quer dominar tudo e todos – numa espécie de estado dentro do Estado – que pode acabar com o resto do desporto (aquele que ganha medalhas olímpicas e mundiais) face à cada vez maior pressão desta modalidade sobre as restantes, coisa que ninguém quer ver.
E quando o tentar, Portugal será só do Futebol se, entretanto, não se “estatelar” de vez nas ruas da amargura, tal o estado em que se encontra, como se verificou na noite desta quarta-feira.
Sobre o “amarelecido” da arbitragem, Luís Godinho quis demonstrar, por bem, há que modificar comportamentos, desde que se cumpra a lei, para além de uma ou outra interpretação mais dúbia. Quis ser igual para todos, terá exagerado num ou outro, mas o querer mostrar “força” foi positivo. Não se sabe é o que vai acontecer a seguir.
O futebol que se viu, era o que se podia esperar para uma partida que era a primeira a “sério”.
Os resultados que cada uma das equipas conseguiu na fase preparatória, serviram apenas para os técnicos – face às alterações verificadas por força das novas entradas e saídas de jogadores – perceberem a matéria que tem para moldar e trabalhar. Apostaram nos onzes iniciais e, depois, foram alterando. Acertaram nas escolhas? Nas substituições? Só eles podem analisar.
Mas foi visível, a olho nu, que o FC Porto começou melhor, criou mais perigo, teve oportunidades para fazer melhor e até marcar golos, mas o resultado territorial não correspondeu a golos.
No segundo tempo, Roger Schmidt foi o primeiro a apostar na mudança, acertou em cheio, e o Benfica entre os 60 e os 68’ resolveu o jogo a seu favor.
Depois de uma jogada em que Di Maria (60’) rematou para Diogo Costa defender, o Benfica deu o primeiro sinal que estava em mudança: deixar de ser passivo, mas avançar para a frente, à procura do golo.
O que aconteceu (61’) quando Pepê fez um mau passe e a bola acabou nos pés de Kokçu que a reenviou para Di Maria, deixado sem marcação perto da grande área do Benfica, que deu dois passos rematou para a baliza, com a bola a entrar entre a luva de Diogo Costa e o segundo poste.
Sete minutos depois, a defesa portista distraiu-se, Musa, sem marcação, avançou e quando Diogo Costa saiu dos postes rematou forte, levando a bola a entrar entre o braço do guardião e o primeiro poste, chegando ao 2-0.
Com mais oito minutos de compensação, o FC Porto ainda introduziu a bola na baliza de Odysseias, depois de Galeno fazer um remate colocado, com a bola a subir e entrar ao ângulo superior da baliza benfiquista, golo que não valeu porquanto houve falta de um jogador portista no início da jogada (jogou a bola com o braço).
Perto do final (90+6’) Diogo Costa ainda safou o que podia ser outro golo do Benfica, terminando a partida com o triunfo justo das águias, que foram superiores ao FC Porto.
Com este triunfo, o Benfica conquistou a 9ª Supertaça Cândido de Oliveira, igualando o Sporting, enquanto o FC Porto se mantém na liderança, com 23 triunfos, desde que, em 1979/1980, se iniciou esta competição, em homenagem a um grande homem do Futebol.