Quinta-feira 21 de Novembro de 2024

Iúri Leitão conquistou título histórico no mundial de ciclismo em Pista

Ciclismo-Mundiais-IuriLeitão-Ouro-06-08-2023

FP Ciclismo

O ciclista Iúri Leitão conquistou, este domingo, o título mundial de Omnium, no Velódromo Sri Chris Hoy, em Glasgow, Escócia. É a primeira medalha de ouro do ciclismo de pista nacional em Campeonatos do Mundo de Elite.

O corredor português entrou autoritário no concurso de Omnium. No Scratch, primeira prova pontuável, Iúri Leitão esperou pelo momento certo, perto do final, para desferir um ataque que lhe deu cerca de meia-volta de vantagem, que ninguém conseguiu fechar, tendo o português sido o primeiro.

Na corrida tempo o resultado foi o mesmo, mas o modus operandi foi o inverso. Atacou logo no início, foi somando pontos a cada volta e, quando já tinha amealhado doze, concluiu a dobragem ao pelotão para somar mais vinte e, assim, garantir uma margem que lhe deu o triunfo também nesta prova.

Seguiu-se a eliminação, na qual o corredor da seleção nacional também esteve ao melhor nível, conseguindo a segunda posição. Com este desempenho, Iúri Leitão chegou à decisiva corrida por pontos no topo da classificação geral, com 118 pontos e uma vantagem superior a 20 pontos sobre os adversários mais diretos.

A corrida por pontos foi “de loucos”, mas Iúri Leitão reservou energias na primeira parte da prova, passando também ao ataque nos dois terços finais da corrida de 25 quilómetros. Segurou o primeiro lugar com inteligência tática e com capacidade física, conquistando a primeira camisola arco-íris de Portugal na categoria de elite na vertente de pista.

O ciclista luso fechou o concurso de Omnium com 187 pontos, mais dois do que o francês Benjamin Thomas e mais 14 do que o japonês Shunsuke Imamura, que também subiram ao pódio. “Ainda é difícil habituar-me à ideia de que conquistei a medalha mais importante do ciclismo de pista português, mas, sim tenho noção disso”, reagiu o corredor, momentos antes da subida ao pódio.

O selecionador nacional revelou-se exultante com o resultado. “Acabámos de conquistar a medalha mais importante de todo o percurso que temos vindo a fazer até aqui. Um título na categoria absoluta, na disciplina olímpica de omnium e perante adversários do mais alto nível, de facto, é o ponto máximo dos nossos resultados”, afirmou Gabriel Mendes.

Ivo Oliveira foi o outro português em pista neste domingo e também teve um excelente desempenho. O gaiense estabeleceu a nova melhor marca nacional em perseguição individual, completando o contrarrelógio de quatro quilómetros em 4’06”407, menos 297 milésimos do que o anterior máximo, que também lhe pertencia.

O registo de Ivo Oliveira foi conseguido na qualificação, o que lhe valeu aceder à corrida de disputa da medalha de bronze com o italiano Jonathan Milan. O transalpino conseguiu ser melhor na corrida decisiva, deixando Ivo Oliveira num excelente quarto posto, entre 27 participantes. O italiano Filippo Ganna ganhou a medalha de ouro graças a uma ponta final fora de série, relegando o britânico Daniel Bigham para o segundo posto.

“A qualificação foi muito boa. Depois dos dois que fazem tempos astronómicos, eu e o Milan estivemos a par. Na final só tinha de me focar em mim. Tive uma quebra no final, o que não permitiu chegar à medalha. Mas dei o meu melhor e, para o pouco trabalho que tenho de pista, foi muito bom. Estou muito orgulhoso do meu trabalho e do trabalho de todo o staff”, resumiu Ivo Oliveira.

Na mesma competição, Nelson Oliveira (46º classificado), foi o resistente da equipa nacional na prova de fundo do Campeonato Mundial de Estrada, uma corrida que consagrou o neerlandês Mathieu van der Poel como novo dono da camisola arco-íris, após 271,1 quilómetros, entre Edimburgo e Glasgow.

A corrida deste domingo foi a demonstração de que, por vezes, a realidade pode assemelhar-se muito à ficção. Não faltaram quedas, chuva, um percurso exigente, uma postura agressiva dos principais candidatos. Mas também aconteceu o inaudito. Uma manifestação manteve a corrida parada durante cerca de uma hora, ainda no troço de ligação entre Edimburgo e o circuito citadino.

Antes disso, no percurso neutralizado entre a partida simbólica e o km 0, os corações portugueses bateram mais forte. Tudo porque João Almeida caiu. O susto foi grande, mas as lesões – que serão reavaliadas após a prova – não impediram o corredor de seguir em prova, apesar de algumas escoriações e uma dor no pescoço nos momentos imediatos à queda.

Após a paragem forçada, o pelotão acelerou vertiginosamente rumo a Glasgow.

Mais do que alcançar os fugitivos, o ritmo visava a colocação na entrada do circuito. Quem não chegasse bem, dificilmente conseguiria um bom resultado. “O selecionador Poeira avisou-nos disso logo de manhã, mas não consegui entrar bem colocado. E, num circuito que parecia um critério, isso paga-se caro”, disse Rúben Guerreiro, um dos três portugueses que não terminaram a corrida.

André Carvalho, tal como Rúben Guerreiro, abandonou quando faltavam cinco das dez voltas ao circuito e João Almeida desistiu uma volta mais tarde, quando começou a chover e o corredor, já a pedalar no segundo pelotão, optou por não arriscar nova queda.

Nelson Oliveira deu mais uma vez mostras de espírito de sacrifício e de abnegação concluindo a corrida no 46º lugar, a 14m13s do vencedor. O bairradino fez parte de uma minoria, dado que, dos 195 corredores inscritos, apenas 51 acabaram.

A luta pela vitória juntou nas últimas duas voltas um quarteto de luxo: Mathieu van der Poel, Wout van Aert, Tadej Pogačar e Mads Pedersen. A pouco menos de 25 quilómetros do final, o neerlandês aproveitou uma das muitas rampas do circuito e isolou-se. Quando se pensava que estava encontrado o vencedor, a realidade – imitando os truques que a ficção usa para prender os espectadores – pregou mais uma partida.

Mathieu van der Poel caiu, sofreu escoriações e partiu o sapato direito. Mas rapidamente retomou a marcha e pôde, finalmente, comemorar um título que há muito perseguia. Cortou a meta com 6h07m27s (média de 44,267 km/h). O belga Wout van Aert gastou mais 1m37s e ficou com a medalha de bronze, enquanto o esloveno Tadej Pogačar bateu o dinamarquês Mads Pedersen na luta pela medalha de bronze, chegando ambos a 1m45s do vencedor.

Ciclismo-Mundiais-Maratona-06-08-2023

FP Ciclismo

No Mundial de Maratona, em BTT, José Dias terminou a competição nasexta posição, este domingo, na Floresta de Glentress, Tweed Valley, Escócia. Depois da medalha de bronze conquistada em 2021, o ciclista luso voltou a destacar-se na prova de XCM.

Foi uma corrida em crescendo para José Dias, que terminou a segunda volta na 29ª posição, a 58 segundos do líder, mas subiu para 10º na volta seguinte, para nono na quarta e, finalmente, fechou em sexto, tendo completado os 96,5 quilómetros do percurso em 4h18m34s, mais 3m52s que o melhor registo.

 

Tiago Ferreira, medalha de ouro em 2016 e a de prata em 2017 e em 2020, foi o outro português em prova e terminou na 27ª posição. O ciclista luso conseguiu garantir o top 30 na última volta, tendo terminado a corrida em 4h27m35s, mais 12m53s que o melhor tempo, as 4h14m42s de Henrique da Silva Avancini.

Henrique da Silva Avancini repetiu o feito de 2018 e conquistou a medalha de ouro no Campeonato do Mundo de XCM, à frente do checo Martin Stošek, que ficou a 28 segundos, e do alemão Lukas Baum, que chegou a liderar a prova e terminou a 1m43s do brasileiro de 34 anos.

Ciclismo-Mundiais-Downhill-06-08-2023

FP Ciclismo

Entretanto, Gonçalo Bandeira conseguiu o melhor resultado português de sempre em Campeonatos do Mundo de Downhill (DHI) na categoria de elite masculina, terminando a prova disputada em Fort William, Escócia, na 19ª posição.

Depois de ter dado excelentes indicações na descida de qualificação, o campeão português da especialidade voltou a apresentar-se em bom nível na final, parando o cronómetro nos 4’36”648, um registo histórico para Gonçalo Bandeira.

O 19º lugar obtido representa uma melhoria face ao 31º posto de 2022 e é o melhor resultado português de sempre nas finais masculinas de elite, superando o 24º lugar que Francisco Pardal conseguira em 2018.

Nuno Reis foi o outro português qualificado para a final. Desceu em 4’47”197, terminando na 53ª posição.

A correr em casa, o britânico Charlie Hatton sagrou-se campeão mundial, graças a um registo de 4’26”747, menos 599 milésimos do que o austríaco Andreas Kolb e 1,229 segundos do que o britânico Laurie Greenland.

Telmo Pinão em 14º na corrida de Scratch em pista

Telmo Pinão fechou a participação portuguesa no Campeonato do Mundo de Ciclismo, sendo o 14º classificado na corrida de Scratch de classe C2 de paraciclismo em pista.

O corredor português, especialista em estrada e menos possante que grande parte dos adversários para a vertente de pista, fez uma corrida de qualidade ao longo dos 15 quilómetros (60 voltas).

O vencedor da corrida foi o francês Florian Chapeau, seguido pelo espanhol Maurice Far Eckhard e pelo francês Alexandre Leauté. O terceiro lugar do gaulês no scratch garante-lhe a manutenção do primeiro lugar na classificação geral do Omnium de classe C2, com 116 pontos.

Telmo Pinão foi 13º na perseguição individual, 11º nos 200 metros e 14º em Scratch.

Quando falta apenas a corrida de 1 km contrarrelógio para acabar o omnium, esta segunda-feira, o paraciclista português soma 52 pontos e ocupa a 14ª posição.

 

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