A poucas horas da realização (oito da manhã deste domingo, em directo na RTP) do encontro entre Portugal e os Estados Unidos da América, onde se decidirá qual das equipas seguirá para os oitavos de final do mundial de futebol feminino, o ambiente parece calmo na formação lusa.
Pese embora defronte as campeãs mundiais em título, a equipa portuguesa tem “estofo” para poder ombrear com qualquer outra, se bem que lhe falte o “calo” suficiente para alcandorar-se nos lugares cimeiros, onde poderá chegar se as coisas correrem pelo melhor; isto é o futebol seja jogado em equipa e não exagerar em individualismos que, por norma, não dão bons resultados, como se verificou frente à Holanda.
Holandesas que tiveram o condão de “barrar” a ascensão das norte-americanas, com o empate (1-1) verificado na segunda ronda, o que deixou também Portugal a estar dependente de si próprio para almejar seguir em frente.
Para melhor aferir sobre os objectivos propostos, por certo que o jogo desta manhã (8 horas) será um “tudo ou nada” para ambas equipas porquanto o empate pode não servir de nada (para as portuguesas), dado que os EUA se manteriam na linha da frente.
E não se acredita – ainda que seja possível – que a Holanda possa perder pontos ante um Vietname “vivo” de força mas menos competente do ponto de vista técnico-táctico. Mas no final dos noventa minutos tudo pode acontecer.
Após o treino deste sábado, em Auckland – onde apenas Fátima Pinto esteve ausente da sessão de trabalho, face um traumatismo no joelho direito, a avançada Kika Nazareth deu voz ao estado de espírito da Equipa das Quinas, afirmando que “chegamos ao último jogo a depender só de nós e foi isso que nos foi pedido. Temos os Estados Unidos pela frente, o campeão das duas últimas edições, que não perde há não sei quantos anos [desde 2011] numa fase final, mas também acho que temos vindo a fazer um bom trabalho”.
Acrescentou que “é preciso acreditar, e é preciso, sobretudo, trabalhar, algo que Portugal tem feito da melhor maneira possível. Temos noção daquilo que nos espera, mas estamos focadas em nós, o que é muito importante. Entrar em campo a respeitar, com humildade, mas sempre com caráter e personalidade. O trabalho vai estar lá, o talento está lá. E acho que também é sempre preciso um bocadinho de sorte. É acreditar. Vamos entrar em campo como se fosse o jogo das nossas vidas”.
Referiu ainda que “temos de aproveitar ao máximo todas as oportunidades que conseguirmos ter. É jogar à Portugal. Seja uma, duas ou três oportunidades, assim que estivermos frente à baliza – com o Vietname aconteceu várias vezes, mas só concretizámos duas – não podemos errar. Sempre que tivermos oportunidades, é conseguir concretizá-las, mas, antes, há muito trabalho a fazer, há 100 metros de campo para percorrer.”
Por seu lado, Ana Seiça alertou para o poderio do próximo adversário da Equipa das Quinas, mas não perde a confiança em Portugal, tendo referido que “não há impossíveis em futebol”, tendo acrescentado que “é um momento histórico para nós e para os portugueses. A primeira vitória, os primeiros golos, sensações muito boas dentro de campo. Deu para festejar, claro que sim. Nas 24 horas após o jogo ou fazemos luto ou fazemos festa. Neste caso fizemos festa e agora já estamos focadas nos Estados Unidos”.
Ana Seiça salientou também que “as internacionais portuguesas têm consciência da dimensão dos Estados Unidos, que são a maior potência no futebol feminino, mas também tenho confiança no nosso trabalho e no crescimento que a equipa tem vindo a ter”.
Este domingo se verá o “filme” deste encontro onde Portugal surge como o mais “desfavorecido”, no campo teórico, como é evidente, porquanto terá de ganhar aos EUA para se chegar à frente.
Portugal na Liga das Nações em Setembro de 2023
Para além do sorteio das equipas para os vários grupos da I Liga das Nações, que a UEFA vai implementar a partir desta nova época, Portugal ficou a saber que vai estar com a França, Noruega e Áustria da fase de apuramento que se inicia em Setembro próximo,
O calendário dos jogos para esta nova competição, está definido e a formação lusa estreia-se no dia 22 de Setembro, defrontando a congénere da França, no seu próprio país.
Os restantes jogos estão ordenados da seguinte forma: Portugal x Noruega (26/09/2023), 18h15 em Barcelos (RTP); Áustria x Portugal (27/10/2023); Portugal x Áustria (31/10/2023), 18h15 em Estádio do Varzim; Noruega x Portugal (1/12/2023) e Portugal x França (5/12/2023), no Estádio de Leiria.