Portugal inicia, este domingo (08h30), a sua aventura no Campeonato do Mundo, diante dos Países Baixos, vice-campeões mundiais, com a Equipa das Quinas empenhada em mostrar a sua melhor versão.
A garantia é dada pelo Selecionador Nacional, Francisco Neto, e a capitã Dolores Silva.
“Sem dúvida, temos uma montanha muito difícil para escalar. Na fase de grupos, será a montanha mais difícil, tendo em consideração que temos no nosso grupo a campeã e a vice-campeã do mundo. O que fizemos foi dotar as nossas jogadoras das melhores cordas, das melhores ferramentas de montanhismo, para que sintam confortáveis e fortes para conseguir trepar” – começou por dizer Francisco Neto, que acrescentou que “em relação aos Países Baixos que defrontámos no Europeu, vemos a equipa diferente para melhor, com bola e coletivamente. Está montada numa estrutura tática diferente, tem um novo treinador, uma ideia de jogo diferente e está mais dominadora. É uma equipa que se sente muito confortável com bola e está mais forte na reação à perda”.
Justificou que “vamos apresentar-nos mais experientes e mais maduros. Tivemos um ano de muita pressão, com muitos jogos competitivos em que não podíamos errar. Conseguimos dar resposta, felizmente, nesses jogos, o que nos permitiu estar aqui neste Campeonato do Mundo. Amanhã [este domingo] será mais um desses jogos em que o nível vai subir muito e nós temos de acompanhar, subindo também”.
Concluindo que “independentemente da estrutura tática que vamos utilizar, queremos acima de tudo manter a nossa dinâmica, os nossos princípios de jogo e a nossa identidade. Não queremos mudar isso, queremos jogar à Portugal”.
Para Dolores Silva, a capitã, “o nosso coração? Está a palpitar muito bem. Estamos muito motivadas e muito felizes por estarmos aqui. O sonho é real. Tivemos o privilégio de assistir a alguns jogos e também à apresentação do Mundial. Ver o nome do nosso país representado [na cerimónia de abertura] foi sem dúvida um momento muito impactante para todas nós.
O que mais queremos é pegar na motivação, na grande vontade que temos de competir e na felicidade que sentimos por estarmos a representar Portugal e levar tudo isso para dentro de campo. Queremos pegar juntar isso também ao coração e à nossa alma portuguesa, para darmos o melhor por Portugal”.
Concluiu dizendo que “espero que os portugueses despertem bem cedo para nos ver. Temos sentido uma envolvência muito grande. Espero que as pessoas se liguem ao máximo à nossa Seleção. Estamos a inspirar as gerações futuras de futebolistas e a representar as gerações passadas. É um momento muito especial para o futebol português e somos privilegiadas por fazer parte dele”.
Depois da familiarização do terreno no de jogo e do conhecimento do Estádio Forsyth Barr, também conhecido como Estádio Dunedin, a comitiva nacional teve oportunidade de “saborear” o relvado onde jogam esta manhã, aguardando-se que a estreia tenha a uma estrelinha que as nossas meninas precisamente para o pontapé de saída.
A FIFA nomeou a árbitra ucraniana Kateryna Monzul, de 42 anos, para dirigir o encontro entre as vice-campeãs do Mundo e a Seleção Nacional. Monzul é internacional desde 2004 e vai participar no seu quarto Campeonato do Mundo, depois de ter apitado jogos no Mundial da Alemanha, em 2011, no do Canadá, em 2015, e em França, em 2019.
Esta será a sexta vez que a juíza ucraniana vai liderar um encontro disputado por Portugal e o jogo frente aos Países Baixos terá VAR.
Os Estados Unidos – que integra também p grupo E, com Portugal e Vietname – bicampeões mundiais em título, iniciaram o Mundial com um triunfo sobre o estreante Vietname, por 3-0. As portuguesas vão defrontar as norte-americanas na terceira ronda do agrupamento, depois de enfrentarem os Países Baixos (este domingo) e o Vietname (em 27 de julho).
Portugal soma apenas uma vitória e sete derrotas nos confrontos com a sua congénere neerlandesa, que vai defrontar pela nona vez, a primeira em fases finais de Mundiais.
Em 8 de dezembro de 2001, em Tábua (Coimbra), em jogo de qualificação para o Mundial de 2003, que ambas falharam, a formação das ‘quinas’ triunfou por 2-1, e com reviravolta.
Este triunfo é, porém, a exceção no historial dos duelos entre as duas formações, já que os restantes acabaram sempre com triunfos dos Países Baixos, com destaque para os 7-0 de 26 de outubro de 2013, na Maia, na corrida ao Mundial de 2015.
Tudo a postos, levantar cedo, sentar-se comodamente no sofá e assista de “camarote” a este jogo inaugural que pode catapultar Portugal para um patamar mais elevado no mundo do futebol feminino.