“Começa este domingo a jornada de um ano que nos leva ao Centenário da AIPS. Há noventa e nove anos um grupo de colegas teve a brilhante ideia de criar a AIPS. Na altura, viram o futuro da nossa profissão e criaram a associação para proteger os seus direitos. O trabalho que fizeram foi excelente. Agora temos o dever de continuar a seguir o caminho que eles indicaram”.
Foi assim que o italiano Geanni Merlo, presidente da Associação Internacional de Jornalistas de Desporto recordou, no site da AIPS, o nascimento da associação e deu o primeiro passo na comemoração dos 100 anos da organização.
Acrescentou depois que “o mundo vive momentos difíceis neste momento: a guerra na Ucrânia, tensões e confrontos armados em várias partes dos continentes, seca, mudanças climáticas. O desporto não está isento de influências negativas e por isso é nosso dever unirmo-nos para enfrentar as dificuldades e defender a nossa independência. O desporto nasceu para unir as pessoas, porque usa uma linguagem comum e rege o mundo todo e é intergeracional”.
Pelo que, continuou, “devemos, com a nossa crítica construtiva, defender as suas regras e a sua integridade, porque o desporto é cultura, porque aproxima pessoas e gerações. A nossa independência é um bem fundamental e neste momento entre tantos casos no mundo optamos por pedir a libertação de Niloofar Hamedi e Elaheh Mohammadi, dois jovens colegas iranianos, que estão presos há meses por terem cometido o “crime” de honestamente fazer o seu trabalho.
Gianni Merlo referiu também que “agora chegou a hora da IA (inteligência artificial), que alguns consideram uma ferramenta digital útil e positiva. Eu, pessoalmente, não sou desta opinião. A Inteligência Artificial pode combater, como afirmam alguns, as fake news, mas sobretudo pode criar “fake news” rapidamente ou gerar imagens que nada têm a ver com a realidade, mas que parecem perfeitas e reais. O público é frágil e, portanto, a Inteligência Artificial, se não for controlada, pode causar mais danos do que uma guerra ou uma pandemia.
Por isso – reforçou – “vamos continuar no caminho da aposta na cultura com os programas extraordinários dedicados aos Jovens Repórteres e com os Prémios AIPS Sport Media, que têm tido um grande sucesso. Estas são as nossas armas com as quais tentamos combater a ignorância, que é a maior ameaça ao desporto. Se estivermos unidos na batalha pela defesa da cultura da nossa profissão, poderemos entregar às próximas gerações de jornalistas um futuro melhor e não um gueto para viver, sem liberdade de ideias, que são fundamentais no desporto.”