Portugal está, pela segunda vez consecutiva, nos quartos de final do Europeu Sub-21, fase da prova onde esteve sempre desde que foi introduzida na competição. Nas últimas cinco edições é a terceira vez em que Portugal passou à fase a eliminar.
Depois de três jogos (fase de grupos) em que raramente se viu a qualidade e o mérito desta equipa de sub21, com exibições muito abaixo do que seria de esperar com um “normal comportamento” competitivo, Portugal conseguiu, no último minuto do tempo regulamentar, marcar o golo da salvação.
Uma grande penalidade que parece ter sido indiscutível – ainda que em direto tivessem ficado algumas dúvidas sobre a validade da grande penalidade – só possível por uma visão de lince por parte do árbitro do encontro, porquanto o VAR não conta para este tipo de campeonato que, mais a mais, serve de apuramento para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
João Neves (56’) inaugurou o marcador para Portugal, depois do atacante ter estado no local escolhido por Fábio Silva para centrar, da linha de cabeceira para o miolo da área, onde Neves chutou de pronto e com pontaria, nos raros remates à baliza (5-3 de um total de 9-8 para Portugal).
Pouco depois (64’), Vertessen aproveitou um corredor aberto e foi por aí além até chegar ao empate – o cansaço fazia-se sentir nas duas equipas – acabando por surgir a referida grande penalidade (89’) que o árbitro assinalou e Tiago Dantas aproveitou para fazer o 2-1 e, com isso, garantir o segundo lugar no grupo A.
Isto ainda com a “ajuda” da Geórgia – com quem Portugal tinha perdido no primeiro jogo – que acabou por empatar (1-1) e garantir o passaporte para a equipa portuguesa.
Como se diz, o que importa é “fazer mais pontos do que os outros e não tanto a exibição”, e Portugal aproveitou para avançar na prova, ante o desagrado dos belgas, não se percebendo como é que Rui Jorge, selecionador nacional, esteve tanto tempo junto do banco dos belgas, que estavam perfeitamente “zangados” (validade da grande penalidade).
No final da partida, Rui Jorge salientou que “o melhor foi a organização, a vontade, o querer e o acreditar. Mais uma vez, o coração esteve presente. Num jogo em que temos de vencer, não é fácil estar a vencer, sofrer um golo a cerca de 15 minutos do final e voltar ao jogo.
Não acabo o jogo preenchido, porque acho que ainda nos falta demonstrar alguma coisa daquilo que nos trouxe até aqui. Agora, ao nível da atitude, empenho e organização, não tenho nada a dizer. Cometemos alguns erros individuais, que, por norma, são fortemente penalizados. Tivemos sorte de não sermos penalizados por isso logo no início. Depois, o carácter dos jogadores e a força de vontade permitiu-nos lutar pela vitória e consegui-la”.
Conseguido o apuramento, Portugal vai defrontar a Inglaterra nos quartos-de-final, no sábado (17 horas na RTP), dia em que se poderá voltar a ver o que a equipa nacional pode conseguir, ainda que tenha de mudar algo na estratégia a implementar.