FP Atletismo
No excelente primeiro dia para Portugal no Campeonato da Europa de Equipas, a equipa lusa fechou a jornada no sexto lugar da classificação coletiva (117,5 pontos) com relevo para o triunfo de Auriol Dongmo (peso) e do segundo lugar alcançado por João Coelho, nos 400 metros.
Esta é, acima de tudo, uma competição coletiva (daí só haver premiação coletiva) e Portugal tinha aqui um primeiro dia em que podia chegar ao topo da elite europeia, o que se veio a confirmar.
Após as primeiras doze provas (das 37 que constituem o programa destes europeus), a Itália comanda, com 141 pontos, seguindo-se G. Bretanha (131,5), Polónia (127), Neerlands (125) e Alemanha (121,5).
Estes dois atletas acabaram por dar o mote à participação dos restantes portugueses nos próximos dias, aguardando-se que obtenha uma classificação entre as oito primeiras equipas.
Na primeira prova desta sexta-feira, Auriol Dongmo mostrou ao que vinha, alcançando a marca de 19,78 metros, no que seria a melhor europeia do ano, mas os juízes ou mediram mal as linhas de marcação da queda e devem ter errado na calibração dos aparelhos, porquanto os primeiros lançamentos das atletas foram anulados.
Quem recuperou melhor disso foi a alemã Yemisi Ogunleye, que tinha feito um ensaio nulo e conseguiu depois 17,91, melhorando depois para 18,85m.
Auriol, depois dessa abertura em falso, começou com 18,42, melhorou para 18,45 m e fez nulo no terceiro lançamento. Mas Auriol reapareceu na cena dos primeiros lugares e fez um lançamento de 19,07 metros que a levou ao primeiro lugar da prova e a conquista dos primeiros 16 pontos para a equipa.
Segundo declarações ao site da FPA, Auriol salientou que “entrei um bocadinho nervosa na competição. Nada estava a fluir como treinámos. Depois, o erro dos juízes deixou-me pior. Sempre que não chego logo aos 19 metros ficou ansiosa. Eu não estava a gerir a competição. Felizmente assentei e consegui os 19,07, que sei que não é o melhor, mas percebi que era suficiente”.
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Ainda não tinham passado as repercussões do triunfo de Auriol e já Portugal exultava com o resultado de João Coelho nos 400 metros planos. Na série mais forte, o português terminou em segundo lugar com um excelente recorde de Portugal, cortando a meta em 45,05 segundos.
Numa prova certinha ao longo dos primeiros 300 metros, Coelho entrou na reta final disposto a lutar pela primeira posição, mas acabou por ser batido na parte final, ainda que tenha alcançado um novo recorde nacional, retirando 9 segundos ao anterior (45,14) que pertencia a Ricardo Santos Victor, alcançado em 8 de Agosto de 2918, em Berlim.
Satisfeito com o seu resultado, especialmente o recorde nacional, “que podia ter sido abaixo dos 45 segundos. Eu sei que tenho de ser mais rápido nos primeiros 100 metros. Mas ainda conseguiu reagir um pouco na fase final”, afirmou o atleta que era dado como um dos favoritos, o que deixa maior pressão. “Não me senti nervoso. Se estou nesta série principal é porque tenho tanto valor como eles e todos somos favoritos. Aqui não contam os recordes pessoais, mas sim o que valemos hoje. Temos é de correr bem”, afirmou o atleta, que concluiu com o pensamento em que o ajudou a chegar a estes momentos.
Nas restantes provas masculinas, Tiago Pereira chegou a assustar, com dois ensaios nulos. Conseguiu um válido a 16,32, que o levou ao quarto lugar e não conseguiu mais nenhum salto válido, ainda assim conquistando uma boa pontuação para Portugal. “Estou a sentir boas sensações, de que eu e o meu treinador estamos a fazer um bom trabalho, com o objetivo na participação nos Campeonatos do Mundo”.
Nas restantes provas masculinas, destaque para Pedro Buaró, que conseguiu vencer (ex-áqueo com o germânico Gillian Ladwig) o grupo B do salto com vara, com 5,65 metros, novo recorde nacional sub-23, a seis centímetros do recorde absoluto de Diogo Ferreira (5,71). No resumo dos dois grupos, Buaró ficou na primeira metade da classificação.
Nos 800 metros, José Carlos Pinto foi quinto classificado na série B dos 800 metros, com a sua melhor marca do ano (1.47,76 minutos), sendo 10º no conjunto das duas séries. Etson Barros, esteve na frente da corrida de 3.000 metros obstáculos, mas não conseguiu manter-se nessas posições e terminou em 14º lugar, com a marca de 8.53,47 minutos, sendo assistido no final da corrida, para se perceber que tudo estava bem com o atleta.
Na última prova, Carlos Nascimento fez uma boa corrida de 100 metros, na série B, terminando em 10,38 segundos, no quarto lugar (oitavo no conjunto das duas séries).
No disco, perto do pódio ficou Liliana Cá, que chegou a estar no top três até aos últimos dois lançamentos, vendo-se ultrapassada por duas atletas, apesar de ter terminado com a marca de 63,21 metros, num lançamento em que não sentiu os problemas físicos que a tinham assolado nos últimos dias.
Entre as atletas das provas femininas, Mariana Machado terminou no sexto lugar com a marca de 15.33,93 minutos. Não se mostrando surpreendida, a bracarense sublinhou que a prova “foi o que esperava, tática, e eu tinha de estar atenta às duas especialistas de 1500 metros. Não lhes consegui ganhar, mas fiz uma boa pontuação para Portugal, que é o que aqui realmente conta”.
Nos 400 metros, Cátia Azevedo foi na série principal e terminou na sétima posição, com a marca de 51,93 segundos (no conjunto das duas séries foi oitava), um lugar valorizado, por uma das suas melhores marcas na competição.
A estreante (ex-cubana) Arialis Martinez que “queria ter feito melhor resultado”, terminou em sétimo lugar com 11,33 segundos (oitava no conjunto das duas séries).
No martelo, Mariana Pestana, a estrear-se neste tipo de competições, começou o concurso com 55,67 metros, para marcar pontos, e ao segundo ensaio alcançou os 61,14 metros, acabando por anular o terceiro intento. No final, a atleta madeirense, ficou na 13ª posição, o que não deixou a atleta, nada contente pois esperava mais.
A segunda jornada dos Campeonatos efetua-se este sábado às 16h10 (menos uma hora em Portugal), com mais 11 provas individuais e duas estafetas (transmissão pela RTP2).
Registe-se que o vencedor de cada prova soma 16 pontos e o último apenas 1, numa escala descendente, conquanto são 16 os países em competição na I Liga (a principal).
