Portugal joga, esta terça-feira (19h45), o quarto jogo do grupo J da fase de apuramento para o Euro2024, tendo viajado para a Islândia, onde defrontará a fisicamente encorpada equipa local, com a formação lusa a opor a técnica e a imaginação para se manter invicta nesta fase inicial.
Uma fase que decorrerá até ao dia 19 de Novembro, quando ficarão definidas as duas equipas que seguirão para a fase final, na Alemanha, no verão do ano que vem, em que a formação lusa concluirá a sua primeira missão (ser apurada), precisamente frente à mesma de equipa desta terça-feira.
O encontro de hoje (terça-feira) deverá começar por mais uma homenagem, especial, pelo facto de Cristiano Ronaldo cumprir 200 jogos com a camisola portuguesa vestida, num gesto que é comum acontecer neste tipo de situações, aliás como se verificou no jogo com a Bósnia (Lisboa), em que foram distinguidos três jogadores pelos mesmos motivos (ainda que com um número vem inferior ao de Ronaldo).
Sobre o encontro, Roberto Martínez, selecionador nacional, começou por dizer que “conheço a Islândia muito bem porque jogámos duas partidas aqui. É uma equipa muito equilibrada, defensivamente agressiva e organizada. Teremos de fazer um bom jogo. O balneário atravessa um bom momento e tenho sensações muito positivas depois do jogo com a Bósnia.”
Opinião que teve como base a exibição feita frente à Bósnia, onde “todos os jogadores trabalharam muito bem. A equipa técnica está contente com o trabalho de todos os jogadores durante o estágio. A nossa intenção não é trocar ou fazer várias alterações só por fazer. Mas o jogo contra a Bósnia foi intenso e nós temos dois jogadores por posição. Todos os jogadores estão à disposição. Será depois do treino que irei decidir. Acho que todos os jogos internacionais que a equipa da casa tem o ritmo da partida, a forma como defendemos a nossa baliza, mas será importante que Portugal jogue o seu jogo. A Islândia é uma equipa muito competitiva e que respeitamos. Eles são muito bons.”
Adiantou ainda que “acho que o espírito do balneário, os nossos valores enquanto pessoas que têm orgulho de jogar por Portugal, é muito forte. Depois, as questões táticas também são importantes. Vi uma equipa contra a Bósnia que teve uma performance espetacular sem bola, mas precisamos de continuar a crescer.”
Sobre Gonçalo Ramos, Martinez referiu que “é um jogador muito importante e diferente de outros. Foi uma época de muito sucesso, muito exigente e agora precisa de descansar bem e preparar a próxima época. É o presente e o futuro de Portugal. As condições não são difíceis. O relvado tem boa qualidade. A temperatura que temos no balneário é mais importante do que o ambiente.”
Salientou que “é importante uma equipa com um bom ataque, mas se não tiver uma boa defesa não pode ganhar os jogos. Rui Patrício fez duas partidas boas no estágio de março, mas é bom também ver o nível de Diogo Costa a nível internacional. Teve uma defesa espetacular contra a Bósnia e os centrais tiveram um jogo duro. Uma equipa não pode ser ganhadora só com a qualidade individual. Temos de ter equilíbrio e a atitude foi muito importante.”
Quanto ao capitão de equipa, o selecionador referiu que Ronaldo “normalmente o jogador que faz a conferência de imprensa, mas nunca disse o onze inicial nem aos jogadores, mas amanhã será um jogo muito especial. O primeiro jogador que tem a possibilidade de fazer as 200 internacionalizações vai jogar. Quando consegues ter 50 internacionalizações é uma espécie de recompensa pela tua carreira. Quando tens 100 é um momento icónico para a tua carreira e o Cristiano Ronaldo é agora o primeiro jogador a atingir as 200 internacionalizações. É um feito que reflete aquilo que tem sido a carreira de Cristiano Ronaldo, a forma como ele se mantém preparado, como segue ligado ao jogo. É merecedor. É muito difícil jogar jogos a este nível internacional. A competição é sempre muito elevada. O Cristiano Ronaldo já leva 20 anos pela equipa nacional de Portugal, é uma figura icónica do futebol. Estamos muito entusiasmados por ele.”
Mesmo a propósito, Cristiano Ronaldo entrou de seguida no púlpito para afirmar que “Vamos mudando obviamente, começamos a perceber o jogo de forma diferente. Os nossos primeiros momentos são sempre de inocência, de ilusão, de descoberta. No meu caso foi assim no princípio, mas agora há fatores mais importantes. Ter esta geração, tentar ser exemplo. Ser um exemplo, não sendo uma missão, ao longo da vida temos de mudar. Não posso ser igual ao que era com 20 anos. São experiências, momentos e vivências. Sinto que continuo a ser uma grande valia, não só dentro de campo, mas também fora. Quero continuar porque sinto que tenho muito para dar. E é viver o momento, tem sido bastante positivo. O futuro só Deus sabe. Quero continuar”.
Quanto ao jogo, Ronaldo mostrou algum receio ao afirmar que “espero um jogo difícil. A equipa da Islândia é muito boa, forte e quando joga em casa é sempre difícil. Com o apoio dos adeptos, no seu estádio, será duro, mas acredito nos nossos jogadores. Sabemos o que temos de fazer e Portugal tem de mostrar que é melhor do que eles”.
Sobre os jogos a cumprir, Ronaldo adiantou que “é difícil de mencionar só um jogo, acho que foram tantos momentos bonitos que vivi… Mencionar um, não consigo. É sempre os mais fáceis, quando ganhas, as finais, o Europeu, a Liga das Nações. Mas há muitos momentos bons, muitas vitórias sofridas, por isso prefiro dizer que o jogo mais importante é o próximo jogo. Mas não deixo de fora os momentos bonitos que vivemos com a Seleção. Serei o primeiro da história a conseguir 200 jogos, fico muito orgulhoso por isso, é algo que nunca pensei”
Recordando ainda o sonho de pequeno, Ronaldo referiu que “desde o primeiro dia que fui internacional, sempre foi um sonho jogar pela Seleção. Ficarei cá até achar que devo, eu, o presidente e treinador. Nunca abdicarei de vir cá, porque é sempre um sonho. 200 jogos demonstra o amor pelo país. Quero continuar a jogar, alegrar a família, amigos e portugueses. Tem sido uma caminhada longa, mas que não terminará em breve, espero eu. Que Portugal ganhe amanhã, com ou sem golos meus. Que Portugal siga o seu caminho rumo ao Europeu.”
Resta agora estar atento à RTP para ver, na noite desta terça-feira, como vão decorrer as coisas.
Fonte, Renato Sanches e Diogo Jota distinguidos
José Fonte, Renato Sanches e Diogo Jota receberam placas alusivas a internacionalizações.
Nos momentos que antecederam o pontapé de saída do Portugal – Bósnia e Herzegovina, os jogadores Diogo Jota, Renato Sanches e José Fonte foram distinguidos por terem atingido números especiais com a principal camisola de Portugal.
Diogo Jota e Renato Sanches receberam a placa alusiva às 25 internacionalizações ao serviço da Seleção Nacional A, que foram entregues pelo Vice-Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Humberto Coelho, tal como aconteceu com José Fonte pelas 50 internacionalizações.