Domingo 24 de Novembro de 1066

Bernardo Silva e Bruno Fernandes “desembrulharam” o triunfo luso ante uma Bósnia “atrevida”

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Fernando Correia / JDM

Na realidade, isso é o que mais importa, deixando para trás se o resultado foi justo, se foi melhor do que a exibição da equipa, se isto, se aquilo. Portugal ganhou (3-0), cumpriu o objectivo máximo até agora, completou o pleno de três jogos-três vitórias e … por aí fora!

Uma “estafada” frase diz que “quem marca, ganha”. E Portugal conseguiu. Só que as “dores” tidas foram muitas, ao ponto da Bósnia ter perdido a primeira grande oportunidade (29’) que teve no desafio, quando Dzeko – a estrela da companhia bósnia – falhou um remate frontal à baliza e só com Diogo Costa entre os postes, o que poderia ter mudado o rumo dos acontecimentos subsequentes.

Tal como também surgiu (22’) quando, num centro-remate para a baliza portuguesa, Barisic, em estilo de chapéu longo, obrigou Diogo Costa a recuar e acabar por defender “in extremis”, evitando o que podia ter sido o primeiro golo válido do desafio, conquanto o de Ronaldo (23’) não tinha sido considerado porque estava na situação de fora de jogo.

Ainda que a formação lusa tivesse tentado dominar desde o princípio, a verdade é que a defesa alta dos bósnios não deu espaço suficiente e Portugal limitou-se como que a “congelar” a bola, trocando-a entre os jogadores da defesa ao ataque e vice-versa.

Pelo meio, falhou passes em demasia, com a bola a ser recolhida pelos bósnios, mais atentos e actuantes, o que foi complicando o esquema “mental” dos adeptos lusos, que não estavam a gostar do que viam em campo.

A partir da meia hora é que a formação lusa parecia “acordar” para a vida, quando (37’) João Félix, rematou na grande área, chutando a bola para o primeiro poste, onde o guardião Sehic defendeu para canto, do qual nada resultou.

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Fernando Correia / JDM

Mas um breve afrouxamento por parte da Bósnia levou Portugal (44’) a conseguir abrir o marcador, com Bernardo Silva, num rápido contra-ataque iniciado por Danilo, que endossou a Bruno Fernandes e este meteu em “cunha” na grande área, onde surgiu Bernardo a dominar a bola e a fazer, com o pé esquerdo, uma espécie de chapéu curto, tal a velocidade de execução, para a bola se anichar na baliza da Bósnia.

A um minuto do intervalo, foi um excelente tónico para a formação lusa, se bem que, pela forma que decorreu o primeiro tempo, havia dúvidas se a equipa manter um certo marasmo, para queimar tempo, ou arrancar para obter mais golos.

Pressentindo isso mesmo, Roberto Martinez fez a primeira substituição, fazendo regressar ao banco João Félix, entrando Ruben Neves, mais possante, para reforçar a linha média de apoio ao ataque.

E assim foi, porquanto se percebeu que Neves demonstrou outra capacidade ofensinha, mas sem que o efeito se tornasse visível nos primeiros momentos.

Tanto que nos primeiros quinze minutos nada de novo surgiu, a não a ser a entrada de um “espontâneo”, jovem, que furou a segurança (havia ?) e, com a bandeira portuguesa na mão, se dirigiu a Cristiano Ronaldo para o cumprimentar, regressando à linha lateral onde foi, então, controlado pela segurança.

Incrível como coisas deste jaez continuam a acontecer nos estádios portugueses – e até pelo mundo fora – não se registando nada de anormal por mero acaso.

Até aos 60’, pouco ou nada teve interesse, com Portugal apenas a pensar em guardar a bola (posse de bola superior) mas sem progredir, tentando controlar a Bósnia, que começou também a demonstrar algum cansaço devido a ter chegado tarde a Lisboa na véspera do jogo.

Sempre “incomodado com a inércia, Cancelo (o defesa e médio atacante) continuou a forçar o andamento, infiltrou-se até à linha final e rematou para uma boa defesa do guardião bósnio.

Face à referida “anemia” da equipa visitante, que quase não atacava e tentava um golpe de sorte, que não surgiu, um outro “espontâneo”, também jovem, entrou no relvado, fez o mesmo que o anterior, foi apanhado e controlado. Até parecia um jogo de província, em que os amigos faziam estas brincadeiras. Mas a FPF vai pagar as multas/coimas.

À entrada do último quarto de hora, Ronaldo “roubou” a bola a um defesa, avançou para a área e endossou a Bruno Fernandes que não conseguiu rematar face à intervenção do defesa, seguindo a bola na posse de Portugal, que, pouco depois, acabou por chegar ao 2-0, com um golo obtido por Bruno Fernandes, no seguimento de um centro de Rubem Neves, que o pequeno-gigante saltou para as nuvens, sem ninguém por perto, e cabeceou para golo, descansando as hostes portuguesas, que quase esgotaram o Estádio da Luz.

A partir daí, a Bósnia tentou recuperar o que não tinha conseguido fazer antes e (81’) levou a bola com perigo à área lusa, tendo Diogo Costa salvado a honra do convento com uma defesa segura, provinda de uma bola rematada e que foi directa ao seu corpo.

Outra jogada de Cristiano Ronaldo, com o avançado luso a cair e a pedir grande penalidade, que o árbitro não atendeu, no que poderá ter sido o pronúncio do terceiro golo, que acabou por surgir (90+3’), de novo por Bruno Fernandes que deu o melhor seguimento a outro passe de Ruben Neves, para que o jogo terminasse quase em delírio.

Missão cumprida, seguindo-se agora a Islândia, na segunda-feira, para terminar mais esta fase do apuramento para o Europeu 2024 – a outra abre em Setembro deste ano – marcado para a Alemanha no Verão de 2024.

 

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