GiroDitalia
A “milhas” de pensar ganhar uma etapa ou a ser o protagonista maior no Giro de Itália neste domingo, a verdade é que o norte-americano Brandon Mcnulty se encheu de coragem para brilhar a grande altura e liderar uma fuga, a três, para saltar para a fama.
Aconteceu em Bergamo, a terra dos lutadores, a terra daqueles que nunca desistem, a terra de pessoas como Brandon McNulty, que teve tudo por eu lado, se bem que ciclista americano tivesse buscado a glória exatamente da mesma maneira que as pessoas desta cidade vivem a vida: cerrando os dentes, revidando golpe após golpe, mantendo a cabeça erguida, aconteça o que acontecer.
O americano nascido, no Arizona, derrotou Ben Healy (EF Education-EasyPost) e Marco Frigo (Israel-Premier Tech) num sprint de três homens.
Vencer Healy, hoje em dia, é novidade, mas conseguir fazer isso depois de perder o contato várias vezes é um sinal de grande força mental, além de ótimas pernas. Os dezassete ciclistas em fuga receberam mais uma vez o sinal verde, pela oitava vez em 15 etapas, e o pelotão optou por mais um dia de folga, com uma pequena aceleração pouco inspiradora na Via della Boccola, no final. Assim, o grupo da frente esperou até à subida do Roncola Alta para mostrar toda a sua força.
A primeira jogada veio de Frigo, seguido de imediato por McNulty e depois por Healy, que inicialmente se manteve no na cola de Rubio, com quem lutava por pontos no Valico di Valcava KOM. Percebendo que Rubio não estava no auge, o irlandês conseguiu voltar para Frigo e McNulty, que atacaram a pouco mais de 3 km do fim. A essa altura, realmente parecia um negócio fechado para Healy, já que ninguém realmente tinha forças para responder ao irlandês, a grande revelação deste 2023.
Porém, ao avistar o KOM, o poderoso americano recobrou o juízo, afastou-se de Frigo e lançou-se na perseguição ao desenfreado elfo da Irlanda, recuperando rapidamente 20 segundos e chegando às portas de Bérgamo lado a lado com ele. A dupla voltou a ser um trio quando o estoico Frigo conseguiu diminuir a distância e, juntos, se aproximarem da Via della Boccola em direção à parte alta de Bérgamo.
No quilômetro final, Frigo – que havia perdido o contato novamente – voltou e tentou enganar os dois, mas Healy aproximou-se, apenas para ser ultrapassado por McNulty nos últimos metros. Este é o primeiro sucesso do americano no Giro e num Grand Tour.
Mcnulty (EAU) cumpriu os 195 km do percurso no tempo de 5h13m39s, o mesmo tempo que foi atribuído aos 2º e 3º classificados, respectivamente os italianos Bem Cura (EF Edication Easy Post) e Marco Frigo (Israel), seguindo-se o francês Bauke Molema (Segafredo), a 1m51s e o colombiano Einer Rubio Reyes (Movistar), com o mesmo tempo.
A montanha voltou a fazer “estragos”, tanto que João Almeida (EAU) como que andou a perdido pelas montanhas, pelo tempo, e completou a prova a 6m53s – voltando a não ter controlado (a equipa) na competição.
Na geral, o francês Bruno Armirail (Groupama) continua a liderar, com um total de 61h38m06s, com o britânico Geraint Thomas (Ineos Grenadiers) na segunda posição, a 1m08s, seguindo-se o esloveno Primoz Roglic (Jumbo), a 1m10s segundos; João Almeida (EAU), a 1m30 segundos, e o norueguês Andreas Leknessund (DSM), na quinta posição, a 1m23 segundos.
A camisola por Pontos continua vestida em Jonathan Milan (Bahrein); a da Montanha em Davide Bais (Eolo-Kometa); a da Juventude manteve-se no corpo de João Almeida (o mais jovem classificado) e nas equipas comanda a formação do Bahrein, que lidera com 27m33s de vantagem da Ineos.
A 16ª etapa está marcada para esta terça-feira, de novo a montanha a voltar a ser o “nó górdio” para os ciclistas em prova, na viagem considerando que a ligação entre Sabbio Chiese e Monte Bondone, com 203 km de extensão em constante, com a etapa a terminar no Monte de Bondone depois de cerca de 1.200 metros a subir para a meta.
