Numa etapa propícia a algumas experiências, um grupo de ciclistas – fora da zona cimeira – aproveitou para tentar, desde o início, provocar andamentos fortes, tendo os homens do Ineos Grenadiers tomado conta das ocorrências.
Um grupo de 30 ciclistas se separou ficou óbvio que iriam até o fim. A etapa foi feita à medida para as fugas desenvolvidas e, como nenhum dos atacantes de hoje conseguiu incomodar o líder Geraint Thomas, o grupo da frente teve sempre sinal verde.
Os Granadeiros Ineos colocaram o controle de cruzeiro e garantiram que a fuga sempre tivesse margem suficiente para desencorajar qualquer ação de recuperação do pelotão.
Michael Matthews e Mads Pedersen também se juntaram à separação, assim como Alberto Bettiol e Patrick Konrad, Sepp Kuss, Einer Rubio, Bauke Mollema e Davide Formolo. Infelizmente para eles, Nico Denz (Bora-Hansgrohe) também estava lá, embora ninguém tivesse apostado nele inicialmente.
Faltando 94 km para o final, Denz aproveitou o momento e reduziu brutalmente o grupo da frente para cinco competidores. Saindo de uma rotunda numa fase bastante tranquila da corrida, o alemão, juntamente com Alessandro Tonelli (Green Project-Bardiani CSF-Faizanè), Toms Skujiņš (Trek-Segafredo) e Sebastian Berwick (Israel-PremierTech), encontraram-se poucos metros à frente do resto da fuga, que, sem a necessária coesão, nem tentou diminuir a diferença. Percebendo isso imediatamente, Denz começou a empurrar com força, junto com seus três companheiros de aventura.
Em poucos quilómetros, a margem sobre o resto dos fugitivos em disputa aumentou para dois minutos, o que significava que Denz, Tonelli, Skujiņš e Berwick iriam competir pela vitória da etapa.
Na subida ao Desfiladeiro de Braida, Denz conseguiu ficar ao lado de Berwick e Skujiņš, superando o maior obstáculo de sua época e colocando seus adversários numa corrida de três homens: ali, Denz mostrou sua força, conquistando um inesperado sucesso notável: a melhor vitória da sua carreira.
Mais forte nos metros finais, Nico Denz passou a linha de chegada em primeiro lugar, com 4h18m11s, tempo também atribuído ao lituano Tons Skujins (Segafredo), com o australiano Sebastian Berwick (Israel), a completar o pódio, ainda que com 4h19m14s.
João Almeida (EAU), sempre atento, manteve-se calmo e completou na 40ª posição, com 4h26m30s.
Na classificação geral, o britânico Geraint Thomas (Ineos Grenadiers), manteve-se líder, com 49h02m05s, à frente do esloveno Primoz Roglic (Jumbo), a 2 segundos; e de João Almeida (EAU), a 22 segundos, com o norueguês Andreas Leknessund (DSM), na quarta posição, a 35 segundos e Damiano Caruso (Bahrain) no quinto ligar, a 1m28s.
A camisola por Pontos continua vestida em Jonathan Milan (Bahrein); a da Montanha em Davide Bais (Eolo-Kometa); a da Juventude manteve-se no corpo de João Almeida (o mais jovem classificado) e nas equipas comanda a Jumbo Visma, que ultrapassou a Ineos Grenadiers, com mais de três minutos de avanço sobre a segunda classificada.
Esta sexta-feira corre-se a 13ª etapa, que ligará Borgofranco d’Ivrea a Crans Mpntana, numa distância de 199 km, num percurso que conta com três contagens de montanha de 1ª categoria, no que será a prova mais significativa neste dia 19.
Será um sobe e desce em crescendo, ainda que a etapa termine num alto a 1.456 metros de altitude (na chegada), depois da primeira passagem (1.878 metros ao km 87,5) e uma segunda (2.174 metros ao km 145,6, pelo que, neste dia, todo o top ten, que está separado marginalmente, estará em alerta permanente não só no ataque aos picos montanhosos, mas também nas perigosas descidas.
Uma visão também estará activa no controlo de eventuais tentativas de fuga – que sempre haverá por parte dos teoricamente menos cotados – para controlar os movimentos de toda a corrida.