Em vez da chuva que se previa para a corrida desta quinta-feira, o sol emergiu para iluminar e alegrar o percurso da 6ª etapa do Giro de Itália, disputada em Nápoles, num percurso dos mais lindos, com os ciclistas a acabarem, de novo, em pelotão.
Aproveitando o tempo e as belezas a florir, os ciclistas tornaram toda a etapa ainda mais memorável, com o início a ser protagonizado por um grupo, composto por com Francesco Gavazzi (Eolo-Kometa), Simon Clarke (Israel-PremierTech), Alessandro De Marchi (Jayco AlUla), Charlie Quarterman (Team Corratec-Selle Italia) e Alexandre Delettre (Cofidis), que não só animou a corrida, mas influenciou fortemente até os últimos metros.
Após a subida do Picco Sant’Angelo, apenas a velha guarda ficou na frente, De Marchi e Clarke, ambos de 36 anos, ambos ex-Maglia Rosa, mas nunca vencedores de etapas no Giro. Os dois heróis solitários alimentaram o sonho de vencer o pelotão até o fim: infelizmente para eles, faltando quinhentos metros para o fim, começaram a se olhar, De Marchi porque sabia que seria derrotado no sprint, Clarke porque não estava com vontade de lançar o sprint muito para trás.
Quando faltavam trezentos metros para o final, o pelotão passou por eles como um tornado: Fernando Gaviria (Movistar) arrancou com uma largada muito longa, mas desacelerou drasticamente nos últimos cinquenta metros, abrindo caminho para Mads Pedersen (Segrafredo).
O dinamarquês conquistou a primeira vitória no Giro, e a primeira em Itália, na sua carreira, prevendo-se que poderá apostar em marcar mais alguns até Roma.
No sprint final, o dinamarquês chegou-se à frente do pelotão, rolou mais forte e venceu com o tempo de 13h44m45s, tempo atribuído a um numeroso grupo de ciclistas, no qual se incluiu o único português presente, João Almeida (EAU), que cumpriu na 38ª posição, com o mesmo tempo do vencedor.
Lugares seguintes, no pódio, para o italiano Jonathan Milan (Bahrein) – tal como acontecera na etapa anterior – e para o alemão Pascal Ackermann.
Ainda marcado pelas lesões contraídas na etapa anterior – quando foi arrastado para as quedas devido à chuva que se fez sentir – o belga Remco Evenepoel (Soudal) conseguiu alinhar à partida e manter-se na corrida, de forma a também continuar no segundo lugar da classificação geral (a 28 segundos do líder), atrás do norueguês Andrea Leknessund (DSM), que lidera, agora com um total de 22h50m48s.
Terceiro lugar para o francês A. Paret-Peintre (AG2R), a 30 segundos, seguindo-se João Almeida (EAU), a um minuto e o esloveno Primoz Roglic (Jumbo), a 1m12s.
Nas outras camisolas, o italiano Jonathan Milan (Bahrein) comanda a dos Pontos; o também francês Thibault Pinot (Groupama) lidera a Montanha; o norueguês Andreas Leknessund (DSM) encabeça a Juventude e a INEOS segue na dianteira na classificação por equipas.
Nesta sexta-feira, a 7ª etapa liga Cápua a Gran Sasso D’Italia, numa distância de 218 km, que começa a subir logo após o tiro de partida, atingingo o primeiro pico aos 81,5 km (995 metros), para aumentar para 1.254 metros aos 100 km (contagem de 2ª categoria), 1.261 aos 108 km, descendo a seguir até ao nível dos 315 metros, de onde voltarão a empinar-se até aos 1.230 metros (191,5 km) e chegada à final a 2.130 metros (contagem de 1ª categoria), no termino da etapa.
Mais desafios para João Almeida e todos os participantes. Boa sorte!