Num tema que se considera invulgar, de ouro mesmo, porquanto se trata de uma homenagem a todos os desportistas que morreram pelo Desporto, Luís Leiria de Lima e Fernando Correia desenvolveram, em parceria, um relevo à vida, mais do que histórias de vida.
Na apresentação da obra, os autores referem que “pegámos nas horas trágicas do desporto e fizemos delas um hino ao futuro, porque todos aqueles e aquelas que a morte levou no auge da glória, foram o retrato do efémero da vida, mas, ao mesmo tempo, continuaram a ser os suaves heróis que habitam o tranquilo castelo da nossa memória colectiva”.
Luís Leiria de Lima – que preferiu ocupar a velhice a escrever livros em vez de ficar sentado num sofá a ver a televisão – “procurou, reviveu, recuperou e anunciou a boa nova do regresso dos tantos que partiram no meio das palmas, embora sofrendo a ingratidão do esquecimento progressivo que o tempo inexorável anuncia”.
Nesta sua veia literária, escreveu sete livros sobre diversas regiões do país, a que se acrescentam, em edições de autor, mais três livros: um de ficção e dois de não ficção, provando que se pode fazer muita coisa depois de se retirar da vida activa, na área da informática.
Fernando Correia, jornalista, comentador de rádio e televisão (Emissora Nacional, Rádio Clube Português, TSF, sociólogo “acrescentou palavras e imagens, num complexo mar de recordações, a este livro de memória, história e homenagem”, obra “por onde desfilam modalidades (quase todas de espectro desportivo) e recordam-se nomes e feitos, o que faz dele um repositório de história, tanto nacional como internacional, ao mesmo tempo que lhe acrescenta o momento triste do abandono, numa referência factual que também fica para o registo das recordações”.
Mas o jornalista Jorge Batista (SIC, FIFA e UEFA) também integrou o trio que opinou sobre esta solene obra, como a foto registou, ante uma plateia que encheu a parte superior do Madeirense, Centro Comercial das Amoreiras.
Como epílogo, os dois companheiros de mais esta aventura que “Abraçamos as imagens. Guardamos a saudade! Talvez nunca ninguém se tenha lembrado de guardar em livro, para o sempre do resto da vida, a glória efémera de um aplauso, emurchecido pelo véu negro da tragédia. Por isso a homenagem. Por isso a história. Por isso a recordação. Por isso o aplauso. Por isso a nova alvorada dos que se libertaram da lei da morte e permaneceram na saudade.
Um minuto de silêncio por eles! Um novo aplauso para eles! Se houver lágrimas que sejam pérolas de amor choradas por entre o vendaval da vida que muitas vezes nem sequer nos permite a memória!
Ao longo das 325 páginas que compõem esta obra são referidos os desportistas que faleceram pelo desporto, além de outros factos colectivos que se verificaram em recintos desportivos um pouco por todo o mundo.
A primeira referência foi para o jogador britânico (críquete e futebol) William Cropper, que faleceu em 13 de Janeiro de 1889 (26 anos), depois de ter sofrido uma violenta joelhada (no abdómen) provocada por um defesa da equipa adversária, que originou uma perfuração intestinal e faleceu no dia seguinte.
Em Portugal, recorda-se o jogador Pavão (F. C. Porto), onde também surge Miklos Feher (Benfica), passando pelo piloto de automóveis Ayrton Senna (e outros) e pelo campeoníssimo Joaquim Agostinho, o maratonista olímpico Francisco Lázaro, os basquetebolistas Paulo Pinto e Mike Plowden e o andebolista Alfredo Quitana, que nasceu em Cuba e se naturalizou português, tendo falecido por terras de D. Afonso Henriques, rematando com as tragédias do Heysel Park (Bélgica) e outras semelhantes.
Recordar é viver. Conhecer o passado para prevenir o presente e o futuro!
O Mundo rola e nós também nos enrolamos nele!
Podemos fazer parte da história!