Com o efeito baseado, ainda, nas três derrotas sofridas de forma consecutiva, o Benfica surgiu frente ao Inter de Milão (Itália) com um coeficiente global abaixo do que se previa, o que originou, até, um bom resultado (3-3) mas também a eliminação da Liga dos Campeões.
Contrastes que que se tem verificado amiúde, pese embora a formação benfiquista tivesse dominado, em Milão, em toda a linha (60/40% na posse de bola, com 12-11 remates, dos quais 5-3 para a baliza), falhando nos momentos cruciais do jogo, em que o “tiro saiu pela culatra” quanto aos golos a seu favor, sendo necessário abordar a situação sob um prisma analítico, cujos contornos o staff benfiquista se deve debruçar para evitar mais “desgraças”.
Como compreender a falta de “agressividade” quando em progressão, considerando a defesa fechada dos italianos, perdendo-se passes e bolas em demasia, porque não objetivamente concretizados?
O que o Inter contrariou com maior objectividade no contra-ataque, que a linha média e a defesa benfiquista permitiu, por vezes por inércia, outras por desconcentração, outras ainda sem visão global do jogo, onde foram criados os “buracos” por onde os italianos abriram o activo e chegaram ao 3-1 de forma tão rápida, que apanhou quase toda a gente desprevenida, em especial os seus próprios elementos envolvidos nas jogadas.
Numa altura em que o Inter se considerou como “dono e senhor” do resultado (3-1) – que equivalia a um 5-1 com os golos marcados no Estádio da Luz – e, depois, se viu “apanhado” com um 3-3 final, que acabou por justificar o trabalho benfiquista nos últimos dez minutos do jogo, quando todas as hipóteses de chegar à meia-final se tinha esboroado com estrondo.
Talvez pior, o saber-se – falhada que foi a hipótese europeia – que ainda estão 18 pontos em jogo nas últimas seis jornadas da Liga Bwin e que o Benfica apenas tem quatro pontos (depois dos dez que chegou a ter um mês atrás) de vantagem sobre o FC Porto.
Em termos de jogo jogado, o Benfica continuou a demonstrar que a “chama” de campeão está cada vez mais ténue, que os altos e baixos de cada jogo criam variados tipos de situações (de motivação e liderança) que se tem tornado “fatais” para os encarnados, provocados também por um técnico (Roger Schmidt) que parece estar sem “timings” para substituições, umas fora da oportunidade e outras fora de horas, considerando os noventa minutos de jogo.
No Estádio Giuseppe Meazza de Milão, Barella deu o melhor caminho a um contra ataque rápido dos italianos, que “atordoou” a defesa benfiquista, que levou um central a perder a bola e Gilberto a escorregar, ficando Barella isolado frente a Odysseas e fazer o 1-0 (14’), num remate feito pelo pé esquerdo, para o segundo poste, com a bola a entrar à vontade, porquanto o guardião benfiquista não conseguiu desviar o esférico, apesar da estirada feita.
O Benfica reagiu e (30’) Grimaldo tentou, na cobrança de um livre directo, chegar ao golo, mas Onana defendeu com segurança, no que foi um sinal de que a equipa de Schmidt podia subir mais e poder marcar, ainda que com pouca confiança, mas que aconteceu.
Na sequência de um cruzamento largo de Rafa (que continua sem confirmar o seu real valor de outros tempos) a bola foi lançada (38’) para a grande área italiana, onde surgiu, tipo foguete e com oportunidade, um Aursnes a cabecear forte e a bater Onana sem apelo nem agravo, fixando o resultado em 1-1.
A maior pressão continuou a ser do Benfica, mas os golos não surgiam amiúde, apesar de apenas terem sido feitos cinco remates com esse objectivo.
No segundo tempo, Schmidt fez entrar Neres para o lugar de Gilberto, mexeu na estratégia. Mas (48’) Neres isolou-se pela esquerda, foi quase até à linha final e cruzou, rasteiro, para a área da baliza, onde não apareceu nenhum jogador do Benfica.
Pouco depois (53’), João Mário conseguiu passar entre dois jogadores do Inter, na grande área, mas o esforço foi em vão porquanto a bola foi afastada pela linha final.
De novo em contrapé, o Inter chegou (65’) ao 2-1, por intermédio de Lautaro Martinez, depois de a bola ser controlada por Dimarco e ser cruzada para área, onde o atacante italiano surgiu frente a Odysseas, que ficou sem reacção e deixou o Inter na frente do marcador.
O Benfica continuou a afunilar o jogo pelo centro do terreno, onde não encontrou espaço para progredir, ao mesmo tempo que se notava um baixo quociente de motivação na formação encarnada. Tanto que (78’) o Inter chegou ao 3-1 por intermédio de Correa, que obteve um excelente golo, depois de fazer um remate ao segundo poste, onde a bola tabelou e foi para o fundo da baliza de Odysseas, sendo que uma falha de Otamendi, no início da jogada, tivesse estado na origem da jogada que deu mais avanço aos italianos.
Quando se pensava que o Benfica podia ser goleado, Neres (83’) soltou um grito de “guerra” e rematou forte ao poste, o que abriu as mentes da equipa, porquanto (86’) António Silva reduziu para 2-3, num golo de belo efeito, cabeceando a bola numa espécie de arco, que passou por cima da cabeça do guardião Onana, no seguimento de um livre bem marcado por Grimaldo.
E para fechar com a beleza de não perder pela quarta vez num curto espaço de tempo, Musa (90+5’) alcançou o 3-3 no último suspiro do encontro.
Do mal o menos – para Portugal – porque acabou por fazer subir a pontuação para as provas europeias, ainda que sem efeitos para 2024/2025, em que Portugal apenas terá duas equipas na Liga dos Campeões, ainda que uma delas sujeita ao pré-apuramento para a fase de grupos.
No outro jogo destes quartos-de-final, o Bayern de Munique recebeu e emparou (1-1) com o Manchester City, pelo que o Inter e a equipa britânica ficaram apurados para as meias-finais.
Fase que se jogará nos dias 9 e 10, 16 e 17 de Maio, com um Real Madrid-Manchester City e um Milan-Inter.
Esta quinta-feira (20 horas), caberá ao Sporting receber o Juventus nos quartos-de-finais da Liga Europa, sendo de esperar que os leões consigam recuperar e ultrapassem o 1-0 da primeira mão, de forma a seguirem para as meias-finais.
O Estádio José Alvalade, de acordo com as informações disponibilizadas, tem a lotação esgotada.