Apesar de ter vencido o Casa Pia por um 4-3 que correspondeu a mais três pontos e voltar a reagrupar-se para a luta latente na conquista de um lugar no pódio com vista para a Liga dos Campeões, o Sporting voltou a demonstrar aquilo que o próprio técnico tem dito publicamente.
Depois do empate no Gil Vicente, o encontro frente ao Casa Pia – que os leões dominaram por completo (75/25% de posse de bola, para 20-8 remates, dos quais 12-5 para a baliza) – não foi demonstrativo desta clara supremacia, porquanto sofrer três golos foi demasiado para aquilo que se pretendia.
Por outro lado, se por três vezes seguiu na frente do marcador, a verdade é que os “casapianos” também recuperaram e empataram até ao 3-3 (62’), o que deriva de alguma displicência e até falta de agressividade (a defender e atacar), a que se junta um individualismo latente, mormente por parte de alguns jogadores que, nos momentos (im)próprios, insistem em manter a bola em seu poder e não a largar para outro poder avançar, de acordo com os esquemas tácticos que estão ao dispor do técnico.
Desta vez, o Sporting foi o beneficiado pelos “azares” dos outros, mormente quando Filipe Cardoso, depois de colocar o resultado em 3-3 (62’), acabou por ser expulso (64’) ao ver o segundo cartão amarelo, o que permitiu aos leões darem a volta ao resultado.
Com cerca de meia hora para jogar, por certo que os leões viram uma janela de oportunidade para poderem recuperarem (o espectro do empate frente ao Gil Vicente voltou à mente, em especial de Rubem Amorim, que se viu obrigado um murro na mesa) a vantagem para chegarem aos três pontos finais, como conseguiram.
E, como Rubem Amorim referiu para a comunicação social, “se não cumprirem não irão a Itália” (Liga Europa), isso é sinal de que algo não corre bem no ambiente do futebol profissional do Sporting.
O triunfo acabou por ser o Dia de S. Trincão (Aleluia!), com um hat trick de oportunidades transformadas em golos, outro ponto que também não deve ser ignorado para se perceber os altos e baixos dos jogadores no rendimento semanal da formação leonina.
Com o 1-0 conseguido aos 17 segundos de jogo, depois do Casa Pia ter dado o pontapé de saída, tendo a bola sido captada por Pedro Gonçalves e endossada a Trincão de forma rápida, que redundou no golo de abertura, parecia que o caminho estaria mais livre para não criar a incerteza que se foi instalando até ao 3-3.
Aliás, esta vantagem até foi sol de pouca dura, porquanto Rafael Martins empatou (7’) e a movimentação da equipa leonina como que “abanou” de imediato, apesar das vantagens referidas nos remates e posse de bola que, como se sabe, não marcam golos.
E o tempo foi passando e o 2-1 para os leões só se verificou (39’), de novo por Trincão, que recebeu a bola de Esgaio e seguiu até à área para fazer um remate forte, com o pé esquerdo, do que resultou um golo de belo efeito.
Mas em cima dos 45’ (+1’), Soma fez o 2-2 depois de um cruzamento de Lelo a bola chegar a Matheus Reis, que cortou a jogada tendo a bola seguido para Diogo Pinto rematar e Adán defender de forma “curta”, com Soma sempre na observação e a surgir para rematar e fazer o empate.
No segundo tempo, para tentar evitar surpresas que poderiam ser desagradáveis, Rubem Amorim fez entrar Morita, Gonçalo Inácio e St Juste, fazendo sair Chermiti, Matheus Reis e Diomande.
E foi o entrado Morita que fez o passe para Pedro Gonçalves avançar até à grande área adversária, deixando para trás o defesa João Nunes ao mesmo tempo que passou a bola do pé esquerdo para o direito e rematou para o 3-2 (48’).
Mantendo o domínio quase total, o Sporting voltou a ser “apanhado” na curva e (62’) o Casa Pia retornou ao empate (3-3), através de um golo obtido por Filipe Gomes, depois de Coates falhar o corte ao cruzamento feito por Lelo, e o atacante ter rematado pela certa. Bastou mais uma falha e a situação voltou a piorar para os leões.
Dois minutos depois, Filipe Gomes viu o segundo amarelo e foi expulso, o que terá dado um novo impulso para o Sporting tentar chegar-se à frente e obter o golo que confirmasse o triunfo.
O que aconteceu a cinco minutos dos noventa regulamentares, quando Trincão, recebeu a bola de Pedro Gonçalves e rematou forte, com a bola entrar como um foguete e junto à barra, esférico que ainda sofreu um pequeno desvio por parte do guardião do Casa Pia, insuficiente para a fazer subir por cima da barra.
Com este estado de “sítio”, pode temer-se o que poderá acontecer nos jogos próximos, em especial para a Liga Europa, quando o Sporting defrontar, na próxima quinta-feira (20H), o Juventus, em Itália, na antecâmera do Sporting-Arouca (domingo, 20h30), sabendo-se que é o 5º classificado, ainda que a 13 pontos do Sporting.