Desde o apito inicial que se percebeu que o FC Porto estava mais ágil, mais veloz, mais encorpado, assente num sistema mais recuado, mas sempre pronto para partir para a frente na procura de chegar à baliza do Benfica, afinal o que cada um procurava.
Num jogo quase de “vida ou morte” para os portistas – se perdessem quase podia dizer adeus ao título, ainda que com mais sete jogos para jogar – por certo que Sérgio Conceição passou uma mensagem quiçá diferente do que será habitual para a equipa se apresentar de forma “adulta” e a querer chegar ao triunfo, pese embora a situação fosse mais favorável ao Benfica, que vinha de dez vitórias consecutivas.
Puxando pelos “galões”, o Porto impôs uma velocidade pressionaria desde o início, que levou a bola à área benfiquista com perigo, criando jogadas que obrigaram Odysseas a conseguir segurar a bola por duas vezes, ainda que, dois minutos depois, Taremi num ombro a ombro com António Silva que os portistas a pedirem grande penalidade, que não foi atendido por Artur Soares Dias, o árbitro do encontro.
Ainda assim, foi o Benfica a abrir o marcador (10’), depois de Bah se embrenhar pela faixa direita do campo e centrar para área, onde Gonçalo Ramos cabeceou para a trave, a bola tomou efeito e desceu pela nuca e costas do guardião Diogo Costa, entrando na baliza, validando o 1-0 para os homens do clube da Luz, no que foi um autogolo, por falta de sorte do guardião portista.
Enquanto os homens de Roger Schmidt eram capitaneados para a frente por um Grimaldo estilo “rato saltitante”, aproveitando a falta de marcação por parte da equipa portista – surgindo quase sempre solto – o Porto funcionou mais em bloco, como que desgastando o Benfica o máximo possível, ainda que sem proveitos visíveis, ainda que sem chegar ao golo, pese embora tenha conseguido criar algumas situações de algum “tremor” à defesa benfiquista.
Nesta perspectiva, o Benfica também criou algumas jogadas que podiam ter criado “frisson” psicológico, mas com a vantagem de um golo também não se afoitavam muito, considerando que
até o golo conquistado tinha sido como que em contra a corrente do jogo.
A partir dos 35´, os portistas começaram a montar o quartel-general no meio campo benfiquista, com Taremi a saltar com Odysseas e a cair na grande área, como que a pedir-se grande penalidade (que o VAR não validou).
Este foi o último acto antes de (45’) o FC Porto chegar ao empate, fazendo jus à supremacia demonstrada até aí.
Peça direita, Manafá centrou para a grande área, a bola foi a Pepê que, com o peito, endossou o esférico para Uribe que, vindo de trás, dominou, deu um passou para a esquerda e fuzilou a baliza, ao segundo poste – aproveitando o adiantamento de Odysseas – com a bola a beijar as redes sem apelo nem agravo.
Em tempo de compensação (45+3’), Galeno fugiu pela esquerda, sem marcação, guinando para a grande área, de onde rematou forte, rasteiro e a bola entrou na baliza junto ao interior do poste mais longe, o que se pensou ser o segundo golo dos portistas. O árbitro foi avisado pelo VAR, foi verificar as imagens, e Galeno estava fora de jogo por seis centímetros, pelo que o golo não foi validado.
Isto foi um aviso muito sério para o Benfica, que se salvou porque o intervalo, entretanto, chegou (90+6’).
No segundo tempo, o FC Porto voltou a entrar com o mesmo ritmo do início de jogo, beneficiou de um livre (48’) mas a bola saiu pela linha final, ainda que perto da baliza, o mesmo sucedendo ao Benfica (50’).
Quatro minutos depois (54’), o FC Porto colocou-se em vantagem, ao obter o segundo golo, depois de uma jogada rápida, em que a bola foi lançada para a grande área e Taremi antecipou-se a tudo e todos e seguiu isolado, disparou rasteiro e forte e levou a bola a entrar junto ao segundo poste, sem que Odysseas pudesse chegar a tempo.
De imediato, Sérgio Conceição refrescou a equipa, fazendo as duas primeiras substituições como forma de manter o poder pressionante e, eventualmente, marcar mais um ou outro golo.
Foi verdade que não houve mais golos, o Benfica ainda tentou remar contra a maré mas não conseguiu reverter o que foi a derrota, num momento em que vai voltar à Liga dos Campeões, com uma derrota que se pode considerar como uma faca de dois gumes, não se sabendo como os jogadores vão reagir a partir daqui.
Em termos de estatísticas, o Benfica teve mais posse de bola (60/40%) que pouco renderam, sendo que o Porto fez mais remates (6-4, dos quais 3-1 para a baliza), acabando a equipa nortenha por justificar o triunfo na Luz.
Esta 27ª ronda iniciou-se com o Santa Clara, 0 – Vizela, 1, golo marcado por Osmagic (31’), onde os açorianos tiveram mais posse de bola (58/42%) e fizerem mais remates (7-5), se bem que o Vizela rematasse mais para a baliza (3-2), o que garantiu o triunfo.
À noite, o Boavista recebeu e venceu (2-1) o Vitória de Guimarães, com Salvador Agra (19’) a fazer o 1-0, com André André a empatar (60’) e Makouta a dar o triunfo aos axadrezados (86’), de um livre directo que levou a bola ao fundo da baliza vimaranense de forma fulminante.
Neste sábado, os jogos marcados são: Arouca-Marítimo (15h30), Paços Ferreira-Famalicão e Portimonense-Rio Ave (18 horas) e Sporting de Braga-Estoril (20h30).