“A sorte protege os audazes” – assim é o slogan dos Comandos portugueses – e o Sporting fez jus a este “grito de guerra”, a pensar que podia ser feliz, para ultrapassar um Arsenal, afinal “deste mundo”, para chegar aos quartos-de-final da Liga Europa de forma gloriosa.
Com um sentido de responsabilidade muito acima da média do que tem vindo a demonstrar ao longo da presenta época – em que apenas sonha poder ocupar uma das duas vagas directas para entrar na Liga dos Campeões (há uma terceira que é entrar nas fases qualificativas primárias) – o Sporting conseguiu mudar tudo e todos no decorrer desta última semana e chegar a esta quinta-feira para arrancar o apuramento para a fase seguinte da Liga Europa.
Com isso, os leões abriram também uma outra janela de perspectiva, que é poder chegar à final e garantir o apuramento directo para a Liga dos Campeões caso se torne vencedor da Liga Europa.
De um momento para o outro, a felicidade começou a desfilar a rodos pela face e no pensamento de milhares de adeptos leoninos, criando uma nova “garra” para esta parte final da época de 2022/2023, que pode ser ainda mais perfeita.
Tudo isto porque – e muito bem, de forma excepcional e histórica – Pedro Gonçalves conseguiu fazer um chapéu ao guardião francês, chutando uma bola poucos metros à frente da linha de meio campo e fazê-la entrar por cima da cabeça de um Ramsdale que se adiantou demasiado da linha de baliza, o que Pedro Gonçalves aproveitou ao milésimo fazer um arco de belo efeito e chegar ao empate, no que poderá vir a ser o golo do ano.
Adán foi, nesta noite de quinta-feira, o outro esteio de grande impacte ao defender tudo o que podia, criando a segurança que podia fazer, pese embora uma escorregadela de Esgaio tivesse estado na origem do golo dos britânicos, se bem que se deva saudar o colectivo por ter contribuído, de forma quase magnânima, para o triunfo final do Sporting.
Com uma entrada pressionante no primeiro quarto de hora, os leões obrigaram o Arsenal a ficar no seu meio campo, altura em passaram ao contra-ataque e (16’) com perigo para os leões, porque Adán teve que se impor e esticar para defender uma bola a meia altura e desviá-la pela linha final, quando se pensou que o golo estaria certo.
Mantendo o forcing, os arsenalistas continuaram a carregar e (19’) colocaram-se na posição de vencedores, com um golo obtido por Xhaka, na recarga à defesa feita por Adán, na primeira tentativa, por Martinelli.
A equipa leonina não perdeu o tino e retornou à ofensiva, tendo (28’) Edwards chegado à área dos britânicos, tentou rematar sem ver se tinha caninho aberto e acabou por chutar contra o defesa, numa altura em que nenhum outro jogador se encontrava por perto. Bom seria ter esperado, recuando e voltado a atacar, tanto mais que, na resposta (30’) o Arsenal podia ter aumentado a vantagem, salvando Adán.
Até ao intervalo a toada de jogo manteve-se e Ugarte (45+4’) ainda teve tempo para rematar ao segundo poste, mas o guardião britânico defendeu para canto.
No segundo tempo, os leões renovaram o “gás” e (47’) Ugarte voltou a criar perigo mas sem marcar, mantendo-se nova fase de pressão por parte do Sporting, com Pedro Gonçalves (49’) a rematar para as nuvens e Paulinho (51’) a tentar ganhar a bola ao guardião inglês que, desta vez, chegou primeiro.
Dentro deste ritmo, o Sporting acabou por chegar ao empate (62’), com o referido golo alcançado por Pedro Gonçalves, no chapéu ao guardião da equipa de Sua Majestade, começando a notar-se que o Arsenal poderia a estar a baixar o ritmo de jogo, se bem que, até final do tempo regulamentar, o resultado (1-1) não se alterou.
Seguiu-se o prolongamento de meia hora e (90+7’) Essugo, que tinha entrado para refrescar a equipa leonina, cometeu uma falha incrível ao atrasar a bola para Adám, sem ver que um atacante britânico (Trossard) estava por perto, que ficou com a bola e rematou quando o guardião leonino saiu da baliza para tapar o ângulo de remate, com a bola a seguir para o poste e Adán a chocar com o atacante, ainda que sem falta.
No segundo período, a situação que criou mais frisson foi quando Adán defendeu a bola cabeceada por Gabriel, levantando o braço, saindo o esférico pela linha final. Seguiram-se mais dois cantos e o resultado não foi modificado, pelo que houve lugar à marcação das grandes penalidades.
O Sporting partiu na frente e toda a gente marcou (com Nuno Santos a marcar o quinto golo), ao contrário do Arsenal que falhou na quarta tentativa, depois de Adán adivinhar para onde a bola ia seguir e esticar-se para defender o remate. Um 5-3 final que levou o Sporting aos quartos-de-final da Liga UEFA, cujo sorteio será efectuado esta sexta-feira na sede da UEFA.
As equipas ainda em prova são as seguintes: Sporting, Sevilha, Juventus, Manchester United, Feyenoord, Roma, Union Berlin e Bayern Leverkusen.
Na mesma sessão, realizar-se-á ainda o sorteio para a Liga dos Campeóes, onde estão envolvidas as equipas do Benfica, Chelsea, Milão, Bayern, Inter, Manchester City, Real Madrid e Nápoles.