João Vieira (Sporting), a reconquistar o título nacional (o 62º, em pista, estrada e pista coberta) e Ana Cabecinha (COPechão), a revalidar o título do ano passado (o 10º titulo), na competição que decorreu em Buarcos (Figueira da Foz).
Numa organização da Federação Portuguesa de Atletismo, com o apoio da Associação Distrital de Atletismo de Coimbra, da Câmara Municipal da Figueira da Foz e da Junta de Freguesia de Buarcos e S. Julião, o dia apresentou-se com nevoeiro de manhã, levantou-se o sol e a humidade criou um micro-clima que, asseguram, nem de verão por vezes há dias tão bons na região. E sem vento!
Para uns, foi tónico para boas exibições, para outros nem tanto. A prova feminina, a primeira do programa foi exemplo disso, com todas as internacionais portuguesas em competição, desde logo com um andamento vivo, que foi causando algumas vítimas, como Inês Henriques, Carolina Costa, Joana Pontes e a porto-riquenha Rachelle de Orbeta.
Indiferente a isso, Ana Cabecinha fazia a sua prova, claramente isolada, para um triunfo inapelável, à frente de Vitória Oliveira (individual), que há algumas semanas se sagrara campeã de Portugal em pista coberta, derrotando a algarvia. Depois delas, chegou a espanhola Marina Alonso, antecedendo um trio de portuguesas sub-23, composto por Inês Mendes (Benfica), Bruna Marques (J. Vidigalense) e Adriana Viveiros (Água de Pena). Todas elas conseguiram marcas de qualificação para os Campeonatos da Europa Sub-23.
Na prova masculina, a presença de atletas colombianos levou a que o ritmo da prova também fosse vivo, deixando na frente o campeão mundial de 2017, Eider Arévalo, a ficar isolado, com o seu compatriota Anderson Callejas a cortar a meta na segunda posição.
Mais para trás, também o mais titulado dos atletas portugueses, João Vieira fazia jus ao seu palmarés e marchou determinado para o 62º título da carreira, o 10º nesta competição em estrada. Em segundo lugar, no nacional, ficou Rui Coelho (Benfica), campeão há um ano, que derrotou o terceiro atleta colombiano. O terceiro português foi Helder Santos, do Estreito.
Mais para trás, dois atletas algarvios, sub-23, Pedro Dias (CO Pechão) e Tiago Ramos (CA Tunes), também eles a conseguirem marcas de qualificação para os Europeus Sub-23.
No final da competição, as cerimónias do pódio contaram com a presença de Pedro Santana Lopes, presidente do Município da Figueira da Foz. Para o autarca, “esta competição corresponde ao que a Figueira precisa, procura e gosta, promover uma mente sã em corpo são. Para nós é motivo de orgulho acolher uma organização desta natureza, de desporto e, permita-me, do desporto rei, como o senhor professor Moniz Pereira o apelidava, e como eu o percebia. É um motivo de satisfação poder acolher uma organização destas, que juntou aqui muitas pessoas, de vários escalões etários”.
Também após a competição, João Vieira afirmou “traçámos objetivos bem definidos que consegui cumprir. Eu tinha necessidade de colocar muita intensidade na prova, pois dentro de 15 dias tenho 35 km para fazer, e o objetivo era vencer, mais um título para a minha coleção e estou satisfeito com o que fiz”.
Pelo mesmo diapasão afinou Ana Cabecinha, salientando que “há duas semanas, quando estive aqui, o vento era muito forte, e eu temi pelo dia de hoje. Claro que esta neblina, o calor e a humidade que se fizeram sentir não ajudaram muito no final da prova, que foi mais difícil. Queria baixar da 1h32m, mas não consegui. No entanto, com poucas semanas de transição depois dos 35 km, conseguimos fazer aqui uma boa prova e estabelecer as bases para os dois grandes objetivos. Os mundiais em Budapeste, no verão, e agora o Campeonato de Seleções de marcha”.
Estes campeonatos comportaram ainda provas para os escalões sub-20, com Beatriz Gonçalves, do C+S Lavra, a sagrar-se campeã, com o título masculino a sorrir a Guilherme Rodrigues, do Sporting.
No escalão sub -18, sagraram-se campeões, Gabriela Santos (Senhora do Desterro), e Leandro Silva (Maia AC).
