Quarta-feira 24 de Novembro de 7852

Portugal triplamente medalhado em Istambul com Pedro Pichardo, Auriol Dongmo e Patrícia Mamona

Atl-EuropeuPC-Istambul-Auriol-04-03-2023Três medalhas (duas de ouro e uma de prata) é o pecúlio da equipa (22 atletas, o maior número de sempre) que Portugal alcançou até este sábado, véspera do término do Europeu de Pista Coberta que decorre na cidade turca de Istambul.

Com estas medalhas, Portugal somou 31 (19 de ouro, 9 de prata e 3 de bronze) desde que se estreou nas competições internacionais de indoor (com o bronze conseguido, em 1986, quando João Campos “sacou” o bronze), o que diz bem do empenhamento dos atletas nacionais neste tipo de eventos, no que se considera o primeiro “pico” da forma no planeamento anual, com o segundo (o verdadeiro, ao ar livre) a surgir nos europeus, mundiais os jogos olímpicos, consoante os anos.

Nesta sexta-feira, para além dos ouros de Pichardo e Dongmo, foram registados dois recordes de Portugal (Pichardo, 17,60, a melhor marca mundial do ano; e Arialis Martinez, 60 metros – 7,17 – igualado).

Atl-EuropeuPC-Istambul-Pichardo-04-03-2023Em declarações à FPA, Pichardo admitiu que este foi um concurso tranquilo, tendo salientado que “esperava ter mais concorrência. Assim tudo seguiu tranquilo. Fiz um bom primeiro salto, para me sentir melhor e depois tentei um salto maior, felizmente consegui. Temos na Europa alguns naturalizados, que quando puderem competir vão aumentar a exigência. Eu espero, e trabalho para isso, estar em bom nível quando isso suceder”.

Tiago Pereira deixou a Atakoy Arena “frustrado por ter de ficar ali tão perto das medalhas… O salto que consegui ao quarto ensaio, em cima dos 16,50 m, era o que pretendia fazer a abrir o concurso. Mas não deu. Depois foi “correr atrás do prejuízo”. As marcas que deram as medalhas estão ao meu nível e eram possíveis. Não fui ao pódio e sou eu o único culpado. Ainda estou a procurar os tempos certos dos saltos e sinto que bastava o meu melhor para estar lá em cima, no pódio”.

Na final do lançamento do peso, a campeã em título, Auriol Dongmo, defendeu a sua posição abrindo o concurso com um lançamento a 19,63 metros! Ninguém mais chegou aos 19 metros e Auriol ainda melhorou para 19,76 metros (e ainda fechou com outro a 19,38 e o último com 19,62).

A bicampeã europeia Auriol, assumiu que o concurso foi difícil para si, tendo comentado que “tinha muita pressão em cima. A minha época tem sido muito difícil e tinha essa responsabilidade de defender o título. No decorrer da semana passada, houve um treino que me deixou mais confiante e foi com esse pensamento que eu continuei. Lançamentos acima de 19,50 dão muita motivação e eu queria muito, na minha cabeça, chegar aos 20 metros. É aí que eu sinto que tenho de estar”, tendo acrescentado que “fechei esta primeira parte da época muito feliz e satisfeita com o que fiz”.

Ainda no lançamento do peso, Jessica Inchude chegou a estar em posição de medalhas, com 18,33 metros, num concurso com mais três lançamentos acima de 18 metros), mas ultrapassada por concorrentes com melhores marcas e experiência. No final, o quarto lugar a sete centímetros do pódio foi muito positivo.

Arialis Martinez, que correu a final dos 60 metros terminando em quinto lugar com a marca de 7,17 segundos, igualando o recorde de Portugal de Lorene Bazolo, referiu que “que posso dizer? Depois de ter feito 7,24 na eliminatória e na meia-final, chegar à final e bater o meu recorde pessoal e igualar o recorde de Portugal é fantástico. Sinto que melhorei bastante e isso trouxe-me tantas emoções que tenho a certeza de não conseguir dormir”.

Atl-EuropeuPC-Istambul-Mamona-04-03-2023Este sábado foi mais um grande dia para Portugal com a medalha de bronze alcançada por Patrícia Mamona, no triplo-salto, e o sexto lugar de Marta Pen Freitas, nos 1.500 metros.

Se bem que fosse a principal candidata – e com direito a promoção especial, em especial por ser a campeã em título – Mamona não teve a felicidade pelo seu lado e acabou por ter que se contentar com a medalha de bronze, depois de ter começado com 14,16 metros, o melhor registo na competição.

A turca Tuğba Danismaz, muito apoiada pelo público do país, fez o salto da sua vida quando se colocou no primeiro lugar (14,31) e não mais o largou, numa prova nivelada por “baixo” em relação ao ranking existente nesta altura.

Após a prova, Patrícia salientou que “fiquei lesionada na qualificação, ainda estive a trabalhar com o fisioterapeuta para tentar recuperar, senti que ainda podia estar a lutar pelas medalhas, mas com a clara noção de que teria de ser logo nos primeiros saltos. Não deu o que queria, não estava a acertar com a tábua, mas fico satisfeita e muito orgulhosa com a minha medalha de bronze”.

Marta Pen Freitas, que esteve na primeira final da sua carreira (onde Portugal desde 2011 que não tinha uma finalista nos 1.500 metros), acabou em sexto lugar, com a sua melhor marca da época (4.07,95), acabou por referir que “todos os dias vivo o meu sonho, o atletismo. Neste momento estou contente por ter chegado à final, fazer o melhor da temporada, mas ainda estou aqui a pensar se perdi ou não uma oportunidade de medalha, que é o objetivo do meu sonho”.

Antes, Carlos Nascimento correu nas meias-finais dos 60 metros, alinhou na terceira e última corrida e terminou no sétimo lugar com 6,71 segundos, igualando o que fizera de manhã nas eliminatórias, mas sem lograr a presença na final.

No quadro de medalhas, Portugal encontra-se na segunda posição com três medalhas (2-0-1), atrás da Itália, com duas de ouro e duas de prata, mas à frente da Noruega (2-0-1), Alemanha (1-2-1), G. Bretanha (1-1-2), Bélgica (1-1-1) e Holanda (1-1-0).

Estes Campeonatos Europeus terminam, este domingo, com dois portugueses em competição: às 07h43 (10h43 em Istambul), Abdel-Kader Larrinaga alinha na segunda meia-final dos 60 m barreiras, onde tentará um dos quatro primeiros lugares que dão acesso à final, que se realizará às 18h05.

Durante a jornada da tarde (16h50) terá lugar a final do salto em comprimento, com a presença de Evelise Veiga.

 

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