Segunda-feira 23 de Novembro de 5564

Magnus Cort Nielsen foi o protagonista principal pelo segundo dia consecutivo na Volta ao Algarve

Ciclismo-VoltaAlgarve-17-02-2023

Volta Algarve

A terceira etapa da 49ª Volta ao Algarve foi de perder o fôlego perante o espetacular final! A chegada a Tavira é uma tradicional ao sprint, mas perante a qualidade dos ciclistas presentes, assistiu-se a um ataque que frustrou os planos dos velocistas.

No Alto da Fóia, Magnus bateu os melhores trepadores e, em Tavira, surpreendeu os sprinters. O dinamarquês da EF Education-EasyPost é bem conhecido por acreditar que tudo é possível e está a mostrar isso mesmo na Volta ao Algarve.

Duas vitórias não só lhe valem a Camisola Amarela Turismo do Algarve, como as bonificações (10 segundos por triunfo e mais seis da meta volante) fazem com que se intrometa definitivamente entre os que começaram a corrida como favoritos.

“Não estava nada à espera, nem foi nada planeado. Na verdade, a ideia era passar a etapa de forma mais confortável possível e nem sequer disputar o sprint”, admitiu Magnus Cort Nielsen.

Com a etapa do Alto do Malhão e o contrarrelógio individual por disputar, a luta pela geral na Volta ao Algarve está emocionante, depois da tirada em linha mais longa: 203,1 km.

Até parecia que iria ser um dia com uma história idêntica a edições anteriores, na chegada a Tavira. Parecia… mas não foi! Aqueles 25 quilómetros finais tornaram esta etapa uma das que será difícil esquecer.

Os ataques para formar uma fuga começaram logo na saída em Faro e foram as equipas portuguesas que procuraram ter protagonismo.

Gonçalo Amado (Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua), Pedro Andrade (ABTF Betão-Feirense), Daniel Viegas (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho), Aleksandr Grigorev (Efapel Cycling), Fábio Costa (Glassdrive-Q8-Anicolor) and Guillermo García (Rádio Popular-Paredes-Boavista) foram os seis ciclistas que disputaram os dois prémios da montanha, assim como prémio da combatividade.

O detentor da Camisola Azul Cyclin’Portugal, António Ferreira (Kelly-Simoldes-UDO) não entrou na fuga e Grigorev aproveitou para “dizer” que também está interessado na classificação. Foi o primeiro nas terceiras categorias de Portela de Corcha e Cachopo, estando agora a três pontos do líder.

Com a Soudal Quick-Step e a INEOS Grenadiers atentas no pelotão, a diferença da fuga nunca foi muito além dos três minutos. Tavira parecia estar destinada a ter um habitual final ao sprint…

Os homens da frente foram sendo apanhados dentro dos 50 quilómetros finais, com Fábio Costa a resistir até aos 30. O público nomeou-o mais combativo e o corredor português subiu ao pódio.

Foi na meta volante em Vila Real de Santo António, a 25 quilómetros da meta, que um grupo de candidatos à geral foi à procura das bonificações. O Camisola Amarela Turismo do Algarve não só estava atento à movimentação, como foi somar mais uns preciosos segundos (seis), batendo a ilustre concorrência.

E foi o início de um final louco. Com Magnus Cort Nielsen estavam Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty) e Tom Pidcock (INEOS Grenadiers) – segundo e terceiro na meta volante, respetivamente – e ainda Filippo Ganna (também da INEOS Grenadiers), Tobias Foss (Jumbo-Visma) e Valentin Madouas (Groupama-FDJ). Um grupo de luxo que ficou na frente da corrida e obrigou o pelotão a trabalho extra.

“Não tinha a intenção de continuar o esforço, mas os homens da INEOS e o Tobias Foss passaram por mim e desafiaram-me, ‘vamos lá’ e aproveitei a oportunidade. Reunimos um excelente grupo na frente e rodamos os últimos 25 quilómetros num contra relógio por equipas perfeito”, realçou o ciclista da EF Education-EasyPost.

Ciclismo-VoltaAlgarve--17-02-2023

Volta Algarve

A vantagem chegou a rondar os 25 segundos e só na curva para a entrada da reta da meta, foi apanhado. Porém, se na Fóia Magnus Cort Nielsen soube como bater Ilan Van Wilder no risco de meta, em Tavira soube escolher o momento certo para atacar. Precisamente na curva a 300 metros da meta. Ganna respondeu, os sprinters Jordi Meeus (BORA-hansgrohe) e Paul Penhoët (Groupama-FDJ) foram os que ainda tentaram cumprir o final tradicional. Sem sucesso.

“Sabia que tinha uma derradeira oportunidade de abrir o sprint mais cedo e conseguir uma pequena vantagem. Arranquei e ninguém me conseguiu passar”, realçou o vencedor.

Na geral e na véspera da etapa do Alto do Malhão, Magnus Cort Nielsen tem agora 18 segundos de vantagem sobre Rui Costa, que subiu ao segundo lugar, tendo sido sétimo na etapa. O belga Ilan van Wilder (Soudal Quick-Step) é terceiro, a 20.

O dinamarquês passou também a ser o detentor da Camisola Verde Crédito Agrícola, enquanto o compatriota Frederik Wandahl (BORA-hansgrohe) manteve a Branca IPDJ, símbolo da juventude.

Quanto a este sábado, o Alto do Malhão não irá consagrar o vencedor da 49ª Volta ao Algarve. No entanto, a importância da quarta etapa é extrema, quando ficará a faltar o contrarrelógio de Lagoa.

Os especialistas vão fazer tudo para se manter na luta pela geral, enquanto aqueles que são menos fortes no esforço individual terão de apostar este sábado em conquistar uma boa vantagem.

A quarta etapa vai começar em Albufeira (11h20) e é a mais curta em linha: 177,9 quilómetros. Mas poderá ser muito intensa. A dupla passagem no Malhão nunca desilude.

Será um dia com muito sobe e desce, com cinco subidas categorizadas. As duas no Malhão (153,9 km e meta) são de segunda categoria, com a da Picota (47,1), Vermelhos (111,1) e Alte (140,4) – todas de terceira – a serem importantes na luta pela classificação da montanha, mas também na preparação na luta pela geral. A subida do Malhão é curta (2,6 quilómetros), mas tem uma pendente média de 9,2%.

São Brás de Alportel receberá a única meta volante do dia, aos 70 quilómetros.

Quanto a vencedores no Malhão, estão os dois últimos: Sergio Higuita (BORA-hansgrohe) e Élie Gesbert (Arkéa Samsic). Junta-se ainda Michal Kwiatkowski (INEOS Grenadiers), que triunfou em 2018.

 

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