Com três minutos de intervalo e no período de compensação final, o FC Porto forçou e ganhou um jogo que “cheirou” a perdido, face à superioridade demonstrada pelo Sporting ao longo de toda a primeira parte, se bem que os leões não aguentaram a pressão final.
Numa noite em que apenas 39.528 espectadores estiveram em Alvalade – os adeptos a voltarem a utilizar artigos pirotécnicos de luz e fumos – foi cumprido um minuto de silêncio pelas vítimas dos recentes terramotos registados na Turquia e na Síria, bem como a recordação de Vítor Damas e do Prof. Moniz Pereira nesta data que seria de comemorar o aniversário de cada um, que não se encontram entre nós na vida terrena.
No que se considerava uma partida de campeões, o Sporting cometeu falhas, algumas imperdoáveis, que contribuíram para que os portistas, mais frios e calculistas, conseguissem marcar primeiro, aumentar a vantagem e completar o desafio como um vencedor do cálculo, da tática, do aproveitamento das falhas contrárias e com a crença de que a luta com os vermelhos (Benfica e Sporting de Braga) está para durar.
Com mais esta derrota (não há duas sem três, como conta o ditado, na mesma época), os leões somam seis, ficam a dez pontos dos portistas, a oito dos bracarenses e a 15 do Benfica, que lidera a Liga Bwin, sendo verdade que “candeia que vai à frente ilumina duas vezes”, ainda que se frise que faltam 14 jornadas para terminar a competição.
No encontro deste domingo, em que se precisava de alegria (e pontos), os leões foram imperfeitos, voltaram a dar vantagem ao individualismo, preterindo muitas vezes o colectivo e actuando sem sintonia, sem acertar o tom da “música” para a dança necessária, como se foi verificando ao longo de todo o desafio (daí o jogo ter estado sem golos até aos 60 minutos), quando tiveram oportunidades suficientes para se colocarem na frente do marcador, pese embora Diogo Costa, o guardião azul e branco do norte, tivesse estado muito bem na baliza, com defesas de grande classe e garantindo a sua inviolabilidade até onde foi possível para chegar ao triunfo.
Apesar de alguns “arremedos” dos portistas, o Sporting dominou o primeiro tempo, que começou com a marcação de três pontapés de canto quase consecutivos (estes e grande parte dos livres, que foram cobrados por Pedro Gonçalves, repetindo os mesmos gestos, o que ajudou o FC Porto a ter uma ideia de como se defender), dos quais nada resultaram.
Deste “descompasso” surgiram algumas abertas que levaram o FC Porto a criar oportunidades, mas que Adán “safou”, porquanto o futebol dos leões não tinha a clarividência que se continua à espera que tenha para ser uma equipa de nível elevado na Europa.
Ainda assim, na sequência da melhor jogada do primeiro tempo – e até de todo o jogo – os leões
criaram uma oportunidade para marcar, depois de Matheus Reis (20’) surgir ná grande área e centrar para o segundo poste, onde surgiu Edwards a dominar a bola e a rematar com o pé “coxo” (o direito) mas para fora da baliza.
Taremi ia fazendo das suas quando (33’) mandou a bola ao poste da baliza de Adán, perdendo-se a jogada, surgindo de imediato a entrada (34’) do “suspenso – livre” Paulinho (que tinha começado no banco) pela saída de Trincão.
O Sporting insistia por Pedro Gonçalves (38’) e Edwards (41’ e 45’) na criação de oportunidades que não foram aproveitadas.
No segundo tempo, quiçá aproveitando algum cansaço que o Sporting anunciava, o FC Porto afoitou-se mais, mas também sem êxito imediato, com os leões a fazer sair Bellerin (55’) para a entrada de Ricardo Esgaio, jogador que acabou por sair (75’) para entrar Matheus Reis.
No entretanto, o FC Porto adiantou-se no marcador (60’) com um golo obtido por Uribe, a passe de Grugic, que havia recebido a bola de Galeno, no aproveitamento de uma bola perdida por Gonçalo Inácio e que resultou no 1-0 para os portistas.
Após o que o Sporting tentou recuperar o que parecia irrecuperável – e foi mesmo – apesar de Chernitti ter introduzido a bola na baliza de Diogo Costa, anulado por fora de jogo, tendo-se seguido os dois golos finais.
Primeiro por Pepê (90+4’), num “chapéu” a Adán, a fazer o 2-0 para os portistas e Chernitti (90+7’) a reduzir para os leões em cima do fecho do pano.
Fica a expectativa da evolução que o Sporting ainda tenha para os restantes jogos.
Ronda 20 que teve, neste domingo, mais dois jogos.
O Gil Vicente foi vencer (1-0) a Famalicão, com um golo obtido por Murilo (51’), numa partida equilibrada, enquanto o Sporting de Braga se mantém na luta pela conquista de um lugar na Europa de 2023/2024, depois de ter ido vencer o Marítimo (no Funchal) por um 2-1 tangencial (golos de Banza e Racic, aos 40 e 45+3’ e de Riascos, aos 38’, para os madeirenses) , sinal de equilíbrio relativo.
Jornada que se completará esta segunda-feira com os jogos Rio Ave-Estoril (19h) e Boavista-Casa Pia (21h15).