Passadas 28 edições, o escalonamento dos clubes que têm ocupado os lugares do pódio na posição de vencedores começa a vincar a tendência dos seus congéneres ao ar livre, ou seja, o domínio lisboeta, através dos duelos Sporting–Benfica.
Nesta 29ª edição, com o Expocentro a voltar a ser o palco de mais um evento de grande impacte desportivo em Portugal, a cidade de Pombal vai receber as principais estrelas do atletismo nacional, com a realização dos campeonatos da I Divisão e da II Divisão, em programas-horários distintos, numa organização conjunta da Federação Portuguesa de Atletismo, da Associação Distrital de Atletismo de Leiria e do Município de Pombal.
No que concerne à divisão principal, que decide quais os clubes campeões de Portugal, o Benfica e o Sporting Clube de Portugal defendem os títulos conquistados em masculinos e femininos, respetivamente.
Iniciados em 1994, com um programa reduzido, a segunda ronda, um ano depois, começou a usar o figurino do programa completo que consta nas grandes competições internacionais.
Depois das duas primeiras edições terem sido ganhas pelo Benfica, o Sporting venceu a prova em 16 anos consecutivos até o Benfica voltar a triunfar. O Sporting conquistou ainda triunfos em 2017 e 2021 (ano em que o Benfica não compareceu nos Campeonatos, que tiveram uma fórmula única – apenas uma divisão, com 15 clubes, divididos em dois grupos, em dois fins-de-semana, com pontuação conjunta).
Em 2022, o Benfica voltou a triunfar.
Em femininos, a hegemonia absoluta do Sporting com 27 triunfos em 29 edições (apenas perdeu na edição inaugural – 1994 – para o Benfica e em 2010 para o Futebol Clube do Porto).
Para esta edição, espera-se uma competição ainda mais aguerrida pela conquista do título de campeão, com o Benfica, defensor do título, a saber que não poderá errar em nenhum momento, pois o Sporting, com alguns reforços este ano, tem equipa para “morder os calcanhares” aos benfiquistas.
O campeão olímpico, mundial e europeu de triplo-salto, Pedro Pichardo (Benfica) na primeira linha, e o seu colega de equipa Roger Iribarne, que esta semana chegou a terceiro melhor atleta mundial do ano nos 110 metros barreiras, são duas das estrelas cintilantes, salientando-se ainda a presença de atletas estrangeiros em várias equipas nacionais, o que cada vez é mais corrente, acompanhando o fenómeno internacional.
Mas, para as contas finais, contarão ainda as prestações das restantes equipas, de onde sobressai o Sporting de Braga (terceiros classificados nas três últimas edições), Jardim da Serra (quarto classificado em 2022), Juventude Vidigalense (5º em 2022), em especial.
Na competição feminina, o Benfica, com uma equipa reforçada, tentará, de novo, “atacar” a hegemonia leonina. Contudo, o espírito competitivo das leoas não deixará de vir ao cimo da competição na perseguição ao 28º triunfo coletivo, ou não tivessem nos seus quadros atletas como Patrícia Mamona, Auriol Dongmo, Cátia Azevedo ou Salomé Afonso, com as duas primeiras no topo da conquista de medalhas para Portugal.
Esta será uma edição diferente das anteriores, considerando que apenas quatro equipas que estiveram na final do ano passado continuam na primeira divisão. São elas, para além do Sporting, o Jardim da Serra (vice-campeão), o Juventude Vidigalense (4º em 2022) e o Maia AC (5º em 2022). Da segunda divisão do ano passado subiram o Eirense (campeão nacional da 2ª divisão em 2022) e o Póvoa de Varzim (4º na 2ª divisão em 2022) e duas equipas que regressam após ausência de algumas épocas: o Benfica (não compete desde 2019) e o Estreito (ausente desde 2018).
As provas da primeira divisão começam às 15h20 deste sábado, podendo ser seguidas por streaming no canal de Youtube da FPA (https://www.youtube.com/@FPAtletismotv).
Quanto à segunda divisão, entre as oito equipas masculinas concorrentes, destaque para o ex primodivisionário Póvoa de Varzim (6º na primeira divisão em 2022), que já se sagrou campeão da 2ª divisão em 2018 e Grecas (7º em 2022), que também ostenta um título de campeão nacional da 2ª divisão em 2011. Da final da segunda divisão no ano passado repetem Água de Pena (então 3º classificado), o Srª do Desterro (então 5º), campeão de segunda divisão em 2016, e Sobral de Ceira (7º). Regressam à prova, após ausência, o Eirense (de fora no ano passado), o CA Marinha Grande (ausente desde 2014) e o CIA Ilha Azul (ausente desde 2011). A luta pelo título será bem aberta, com muita competitividade.
Para a segunda divisão, em femininos, destaque para o Sporting de Braga, que ainda no ano passado subira ao pódio da primeira divisão. Mas a formação minhota não será a única que concretizou a “descida”, já que terá a companhia da JOMA (6º no ano passado), Grecas (7º) e Água de Pena (8º).
Repetem a participação nesta final as equipas do Oliveira do Douro (3º na segunda divisão no ano passado), Fundação Salesiana (6º) e Clube Pedro Pessoa (8º). Ausente no ano passado, regressa agora o Academia de Valdevez.
A participarem todas as suas melhores atletas, as formações do Sporting de Braga (campeão de segunda divisão em 2012) e da JOMA (que nunca competiu na segunda divisão), apresentam-se como favoritos, mas a Fundação Salesiana já tem um título (em 2017) e pode apresentar algumas surpresas.
As provas da segunda divisão começam às 13h00 deste sábado.