Numa cerimónia em que foram realçadas as múltiplas qualidades demonstradas por Mário Moniz Pereira ao longo dos seus longos 95 anos (cheios de vida e não repletos de anos), a Faculdade de Motricidade Humana como que fez renascer o desportista português do século XX.
Pelas vozes Luís Bettencourt Sardinha (Presidente da Faculdade de Motricidade Humana); Jorge Vieira (Presidente da Federação Portuguesa de Atletismo); Domingos Castro (como que representando os atletas que treinaram e se fizeram homens com Moniz Pereira); Daniel Gouveia (editor, fadista, compositor, letrista e escritor), um estudioso das palavras que engalam o que respeita ao Fado, o Senhor Atletismo foi lembrado pelo legado que deixou ao país, um espólio humano e documental, que enaltecem o que o discípulo de Salazar Carreira (outro grande homem eclético, que soube transmitir ao então jovem Mário Moniz Pereira os valores porque se deveriam reger a carreira que então iniciava).
Ficou também o registo do Reitor da Universidade de Lisboa, que se aliou a esta causa, tão nobre e tão importante para o país numa altura em que a cultura desportiva como que dava os primeiros passos para um caminho mais real, assente no processo que Mário Moniz Pereira iniciou para colocar Portugal no plano da excelência em relação à qualidade dos atletas portugueses.
Nos momentos musicais, interpretados por Julieta Estrela (a mais antiga), Teresa Tapadas e António Pinto Basto ficaram as letras e músicas de mais de uma centena de fados que Mário Moniz Pereira compôs e ou musicou ao longo de décadas para os interpretes de grande gabarito da canção nacional, património mundial da cultura.
Leonor Moniz Pereira, a filha mais antiga, com as irmãs, irmão e uma neta, sentiram-se agradecidas pela homenagem que estavam a fazer ao Homem para quem, agora, faltam adjetivos para descrever tantos anos de vida, acto que culminou com o Hino da família Moniz Pereira, que um dia partiu dos Açores para Lisboa e aqui se instalaram para sempre.
João Paulo Correia, secretário de Estado da Juventude e Desporto, recordou a obra que Mário Moniz Pereira deixou, a necessidade de ser relembrada sempre e de centrar, de forma acentuada, o que são os valores que devemos implementar amiúde por todo o país, para que se possam colher mais frutos.
Foi uma cerimónia simples, mas digna do que valeu o cidadão Mário Moniz Pereira para um Portugal que tem que trilhar um caminho empenhado de, não só, perpetuar a sua memória mas, em especial, abrir novos olhares para um futuro que se faz dia a dia.