Na quinta participação em Campeonatos do Mundo para Portugal, sempre em crescendo e um duelo com a Suécia, atual campeã da europeia, a separar os Heróis do Mar dos quartos de final, nem tudo surtiu efeito e o sonho esfumou-se nos últimos dez minutos.
Com seis exclusões de jogadores, contra nenhuma da Suécia, Portugal começou a “escorregar” no caminho para ser apurado, precisando apenas de um empate ante os suecos, facto que terá sido importante e em que os adversários dos portugueses pensaram da mesma maneira e criar o tal “gelo” que foi “arrefecendo” o sete nacional, apesar da excelente réplica que deu ao longo de todo o desafio.
Duas bolas aos ferros nos primeiros ataques das duas equipas, uma defesa de Miguel Espinha correspondida por outra de Mikael Appelgren e uma exclusão madrugadora para Francisco Costa, marcaram os primeiros cinco minutos de um duelo que se perspetivava intenso entre os ambiciosos portugueses e os campeões europeus em título.
Em situação de inferioridade, o jovem promissor Eric Johansson deu à Suécia as primeiras vantagens (1-0 e 2-1) até Portugal voltar a ficar completo em campo. Nessa altura, aos sete minutos, Victor Iturriza e António Areia, sem resposta contrária, contribuíram para o 2-3, colocando Portugal na frente pela primeira vez.
Seguiu-se um período de parada e reposta, pautado pela eficácia na sua maioria e com a equipa lusa a segurar a dianteira até aos 18 minutos. Isto porque um parcial de 3-0 voltou a trazer os suecos para o topo do placar (9-8), o que motivou o primeiro pedido de time-out no jogo, em mais um momento de inferioridade de Portugal.
Os Heróis do Mar saíram da paragem motivados e então surgiu o empate a nove, pela mão do capitão Rui Silva que, por esta altura, levava já três golos e três assistências – curiosamente era esse o número de exclusões que Portugal já contabilizava no encontro, face a nenhuma da Suécia.
À entrada para os dez minutos finais da primeira parte, duas defesas seguidas de Miguel Espinha (que igualava Mikael Appelgren com três intervenções), impulsionaram os Heróis do Mar na busca pelo golo da reviravolta… mas tal não aconteceu no imediato.
Uma decisão controversa fez com que Portugal ficasse a jogar com menos dois jogadores em campo, mas com uma profunda resiliência e inteligência defensiva por parte dos lusos, o que parecia fácil para a Suécia, virou o contrário e aos 24 minutos, festejava-se em português uma nova vantagem de dois golos (10-12).
No entanto, não fosse a Suécia a atual campeã europeia, os nórdicos recompuseram-se e voltaram a colocar tudo a zeros, ao 12-12, em cima dos 26 minutos e, sem grandes incidências de relevo até ao final, as duas equipas recolheram aos balneários com o marcador favorável a Portugal (13-14).
Para a segunda parte as duas seleções trocaram os guarda-redes (entraram Manuel Gaspar e Tobias Thulin) mas os segundos trinta minutos não foram felizes para Portugal. O primeiro golo luso aconteceu quatro minutos após o recomeço e foi a Suécia a entrar mais confiante e a voltar à liderança (17-16), aos 38 minutos, pela primeira vez desde o 10-9.
A tarefa dos Heróis do Mar começou a complicar-se pouco depois, quando os nórdicos assinaram um parcial de 4-0, finalizado aos 43 minutos, o que deu uns inéditos quatro golos de vantagem à Suécia (22-18), na sequência de um período de menor eficácia, ataques curtos e alguma precipitação, por parte de Portugal.
Paulo Pereira solicitou novo time-out e lançou o 7×6, que não viria a ter o efeito desejado: a margem de quatro golos passou a ser de seis (25-19), com algum azar à mistura nos ataques portugueses e com os jogadores suecos cada vez mais confiantes.
Mas o jogo não acabou sem que Portugal se transcendesse na busca pelo tão ambicionado empate e com uns impressionantes sete golos marcados, contra apenas dois sofridos, o marcador regressou ao mínimo, aos 54 minutos (27-26), quando apareceu o time-out sueco.
A reação lusa, no entanto, ficou condicionada por novo período de inferioridade à entrada para os últimos dez minutos, traduzindo-se na sexta exclusão para jogadores portugueses e com a Suécia ainda com a folha em branco.
Até ao final, Portugal sentiu dificuldades e ressentiu-se do cansaço nos últimos minutos, falhando o objetivo do empate, que ficou à distância de dois golos (32-30). Um adeus quiçá injusto para os lusos mas a Suécia aproveitou a maré do “gelo” ante o “sangue quente” dos portugueses e seguiram para os quartos-de-final.