A selecção nacional de Portugal garantiu, este sábado, oito golos de vantagem em jogo difícil contra a Coreia do Sul, que só foi desatado na recta final do desafio, que quase garante a presença no Main Round que se seguirá.
Com um sete inicial formado por Miguel Espinha Ferreira, Leonel Fernandes, André Gomes, Rui Silva, Francisco Costa, António Areia e Alexis Borges, Portugal entrou a liderar com duas trocas defesa-ataque (Luís Frade e Alexandre Cavalcanti em funções apenas defensivas), e aos 10 minutos venciam por 7-3, com quatro defesas de Miguel Espinha Ferreira nesse período, a justificar a aposta.
Aos 13 minutos, houve time-out para a equipa asiática, com o marcador em 9-4, mas a paragem mostrou uma selecção nacional menos concentrada e eficaz no ataque, a permitir uma recuperação contrária.
Perto dos 22 minutos a diferença já tinha sido encurtada para dois golos (10-8), depois de um parcial coreano de 3-0, numa situação de dupla inferioridade portuguesa. O guardião da Coreia do Sul, Donguk Kim ia complicando ainda mais a tarefa de Portugal que, após a buzina, recolheu aos balneários a vencer por três golos (15-12).
No segundo tempo, as dificuldades foram ainda maiores, as soluções ofensivas teimavam em não resultar e Donguk Kim foi fechando a baliza a sete chaves. Este foi o filme até aos 40 minutos, altura em que havia um 21-20 no placard, o que demonstrava um claro crescimento dos coreanos no jogo e alguma apatia lusa na reacção.
Paulo Fidalgo, treinador-adjunto que voltou a liderar a equipa neste segundo jogo do IHF World Championship 2023, pediu time-out pouco depois e colocou o sistema 7×6 a funcionar, mas o mesmo não desatou o nó entre as duas seleções.
O equilíbrio manteve-se e à medida que o jogo se encaminhava para o final, crescia alguma ansiedade nos jogadores portugueses, pelo facto de haver uma urgência de vencer este duelo para continuar a sonhar na prova, com destaque ofensivo para André Gomes e Miguel Martins.
Manuel Gaspar, que entrou no decorrer da segunda metade, foi decisivo em vários momentos, impediu o empate coreano de forma sucessiva e catapultou os companheiros para uma última e implacável reacção, que sentenciou o desfecho do jogo: um parcial de 2-9, fruto de uma melhoria na defesa e na eficácia de ataque lusas e um respirar de alívio, antes dos festejos da primeira vitória de Portugal neste Mundial, fechada com 32-24.
O MVP foi Manuel Gaspar – 9 defesas (69% de eficácia) e André Gomes (7 golos – 70% de eficácia) foi o Top Scorer, a coroar um final feliz.
Um triunfo importante que mantém vivo o sonho dos Heróis do Mar na competição e, praticamente, coloca Portugal no Main Round, mas é necessário vencer a Hungria, na próxima segunda-feira (19h30) para levar dois pontos na bagagem, que serão determinantes na fase seguinte.
Neste jogo, Gustavo Capdeville e Diogo Silva voltaram a ficar de fora.
Alexis Borges, pivô da Seleção Nacional, abordou este encontro com a congénere asiática, tendo afirmado ao site da FAP que “foi mais um jogo difícil, costumamos dizer que todas as equipas que aqui estão são boas seleções senão não estavam cá e temos que jogar os 60 minutos com o mesmo carácter e o mesmo nível competitivo para que o jogo corra bem. Tivemos 50 minutos muito fortes, nos últimos 10 conseguimos descolar e conseguimos a vitória que é o mais importante. A Coreia do Sul tem jogadores muito rápidos, mas a nossa defesa e guarda-redes ajudaram bastante e conseguimos fazer o trabalho que o treinador nos pediu”.
O Portugal-Hungria, na segunda-feira (19h30 na RTP2) fecha este primeiro ciclo, que Portugal quer terminar em beleza e entrar na Main Round a caminho dos melhores lugares na classificação final.