Olimpismo
Concluiu-se esta quarta-feira o último acto das eleições para a Comissão de Atletas Olímpicos (CAO), com a tomada de posse do grupo dos “nove”, tantos quantos os que compõem a Comissão, sob a liderança do judoca João Neto.
Presidente que só foi conhecido poucos minutos antes do acto solene, dado que a Comissão, de acordo com o respectivo regulamento e depois de eleita, tinha que escolher entre os seus pares os “ocupantes” da estrutura coordenador, ou seja, o Presidente, o Vice-presidente e o Secretário-Geral, lugares para que foram eleitos, respectivamente, João Neto (judoca), Joaquim Videira (esgrimista) e Pedro Fraga (remador).
Os vogais são Beatriz Gomes (canoísta), Gonçalo Carvalho (cavaleiro), Joana Pratas (velejadora) Mariana Lobato (velejadora), Susana Feitor (atleta de marcha) e Yhaima Ramirez (judoca), sendo de salientar que, segundo se crê, é a primeira vez na história do desporto português que um organismo autónomo do Comité Olímpico Portugal – quiçá de muitas outras organizações nacionais e a nível mundial – tem uma maioria feminina (5 contra 4 rapazes) na sua direcção.
João Neto, após a tomada de posse, afirmou que “é uma honra ocupar este cargo. Pretendemos dar continuidade ao excelente trabalho que a anterior direcção desenvolveu. A nossa missão é ser a voz dos atletas e que esta continue a ser importante e ouvida por todos aqueles com quem interagimos”.
Nuno Barreto, no encerrar do seu mandato, regozijou-se pelo peso que a CAO já conseguiu atingir. “Dez anos de CAO representam confiança e respeito. Tive um enorme prazer em ocupar esta posição. Foi um trabalho árduo, com altos e baixos, mas cujo legado me deixa orgulhoso. Cada vez mais a CAO tem um papel activo na promoção do Olimpismo e do desporto nacional e por certo que a nova direcção continuará a percorrer esse rumo”.
O Presidente do COP salientou que “o facto da nova direcção da CAO ser composta exclusivamente por atletas e ex-atletas olímpicos, é fundamental, pois vivem com maior intensidade o desporto, sentindo os problemas como sendo os seus. São pessoas com experiência internacional e com sentido crítico sobre as condições de que necessitam para se preparem para a alta competição, trabalhando lado a lado como parceiros, como uma família, para que possamos dar um salto qualitativo, superando as dificuldades, mesmo que seja ingrato no final medirem-se resultados quando as condições com a concorrência internacional são desiguais”.
O Secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro, realçou também a importância da parceria entre todos neste período difícil que o país atravessa, enaltecendo igualmente o trabalho que o presidente cessante da CAO desenvolveu, tendo acrescentado que “a CAO foi um parceiro estável e rigoroso, defendendo sempre os atletas, à qual destaco a importância das relações de confiança que devem vigorar entre todos nós, em conjunto, para que consigamos os melhores resultados possíveis”
Adiantou ainda Emídio Guerreiro que “temos de saber valorizar o que temos de bom e o desporto é sem dúvida uma das maiores virtudes de Portugal. Como tal, conto com os atletas e com a nova direcção da CAO para podermos promover o desporto junto dos mais jovens”.
Para este efeito, o titular governamental pelo desporto e juventude revelou que “está previsto no orçamento para 2014 um reforço às actividades do Plano Nacional de Ética no Desporto”, concluindo ao afirmar que “só em equipa é que podemos fazer mais e melhor”, contando para o efeito com a CAO, o COP, as Federações e todas as estruturas desportivas existentes no país.
Sérgio Luso