Kirop, Paul e outros na energia oficial do desporto
Com os recordes da meia-maratona e da maratona, os quenianos Wilson Kirop e Paul Lonyangata também se juntaram aos cerca de 23.000 participantes nas corridas de fundo deste domingo, em Lisboa, utilizando a “energia” oficial do desporto.
Para o caso, dir-se-á que a “energia” proveio da EDP (mais necessária para a maratona, porque mais longa) e esteve na origem dos melhores tempos feitos em Portugal nas duas corridas masculinas, onde a “música” é dada – para além dos Corvos, Xutos e Pontapés e outros – pela Vodafone. Um par de estrelas das parcerias em presença para mais um agora triplo êxito.
Quanto à meia-maratona, o queniano Wilson Kirop cumpriu o percurso em 1.00.19 horas, menos um segundo que a anterior marca (1.00.20) que datava de 2009 e tinha sido alcançada pelo também queniano Silas Sang.
O vencedor esteve sempre na primeira linha da corrida, imprimindo um ritmo forte, que não terá dado mais frutos face a uma temperatura algo elevada para esta altura do ano e para este tipo de provas.
Nos lugares seguintes classificaram-se dois eritreus (a fechar o pódio) para o caso Goiton Kifle (1.01.18) e Teklemariam Medhin (1.02.05), seguindo-se o queniano Richard Sigei (1.02.13) e o etíope Imane Merga (1.02.40).
O melhor português foi Sérgio Silva (15º com 1.05.35, melhorando o registo pessoal anterior de 1.06.56), seguindo-se Hermano Ferreira (1.05.38), José Moreira (18º com 1.05.43) e Luis Feiteira (20º com 1.05.46).
No sector feminino, a italiana Valeria Straneo confirmou o favoritismo ao vencer com 1.09.23, à frente das etíopes Worknesh Degefa Debele (1.11.08) e Firehiwot Dado (1.12.03).
Ana Dulce Félix – que correu depois de ter perdido o pai na antevéspera da corrida, devido a doença prolongada – foi a melhor portuguesa, com 1.12.29, à frente de Jessica Augusto (1.13.52), Vera Nunes (1.16.46) e Sandra Teixeira (1.17.08), as últimas duas com novos registos pessoais.
No final da corrida, Dulce salientou que “seria injusto para o meu pai se eu não corresse, porque toda a força vinha dele. Pensando sempre nele, fui correndo à vontade para tentar cumprir o desejo que ele tinha. Fi-lo. Estou contente por isso embora triste por deixar de o ter ao pé de mim.”
“Lebre” ganha maratona
Paul Lonyagata, o queniano que estava inscrito como “pace” – livremente traduzido para “lebre”, com a missão de passar em tal sítio com determinado tempo – acabou por dominar a corrida na parte final, tanto mais que na fase inicial não esteve no grupo dos “implementadores” do ritmo, quiçá porque a temperatura, às 10 horas da manhã, já era alta para este tipo de prova de fundo longo e fez a grande surpresa deste evento.
Com 20 anos de idade, Paulo completou os 42.195 metros do percurso no tempo de 2.09.46, a melhor até hoje alcançada em território nacional (depois das 2.09.51do queniano Philemon Boaru, no Porto, em 2011) à frente do ucraniano (estreante) Sergey Lebid, com 2.11.24 e do queniano Laban Mutai (2.12.21), que fechou o pódio. Lugares seguintes para o queniano Elijah Keitany (2.15.01) e para o etíope Dadi Yami (2.18.34), resultados bem longe do que vale cada um deles.
Tiago Silva foi o melhor português (6º com 2.29.26).
Nas senhoras, triunfo para a queniana Agnes Kiprop, com 2.31.15 (a cerca de oito minutos do seu melhor resultado pessoal), seguida da sua compatriota Helena Kirop (2.32.07) e da etíope Melkam Gizaw, com 2.35.16. A melhor portuguesa foi Raquel Carvalho (7ª) com 3.13.55.
Na corrida (meia maratona) em cadeira de rodas, para cidadãos portadores de deficiência (classes T52, T53 e T54), o vencedor foi o espanhol Jordi Madera, com 47.04, seguido do austríaco Richard Colman (47.29) e de outro espanhol, Roger Puigbo (49.37). Fica a nota de que Colman perdeu a prova ao deixar cair uma peça para o chão, na altura em que iniciava o sprint final, tendo de parar a apanhar.